segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"O DYLANESCO ASPECTO DA CIDADE BAIXA" (Sannio)


Dedicado ao "velho buk" e a outros velhos poetas geniais. Tão sóbrios em suas próprias bebedeiras.



Apareço na Cidade Baixa
e desapareço com a mesma freqüência
(não que alguém note).


Estou entre os escombros de vicitudes
das balzaquianas mal comidas.


Sou o bêbado deitado na calçada imunda;
e o dono do bar a lavar o seu vômito.


Sou o transpirar de um fora saído do forno.
Das coxas. Do rabo frio, que já fora quente.


Sou o vendedor de amendoins,
vendendo Viagra popular,
pra quem cheirou demais.


Sou o banheiro com a tranca quebrada.
A lua na madrugada. A ressaca na sacada.
O beijo na mulher casada.
O rock de protesto.
A menstruação (que eu detesto).


Sou o pudico e o reto.
O pau e o cu do mundo.
Eu sou um santo e um vagabundo.

Sou a Cidade Baixa,
por mais baixa que ela possa parecer.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Ordem (Sannio)


Não pretendo estender o sofrimento de quem "me gosta".
Mas a negativa muitas vezes é a arma do covarde (será?).
O problema do convívio íntimo é o próprio convívio íntimo.
Como as pessoas se toleram tanto?
Aff...Todo mundo é cansativo depois de três dias seguidos de convivência.
Dêem um tempo. Me de um tempo. Se de um tempo. Olhe para os lados, há um mundo de novas oportunidades. Não me importo (olha a negativa de novo) se você tem um novo amigo. Não me interessa se você não me ama. Não me peça flores, não queira um filho meu. Respeite meu espaço.Tira a mão daí...
E se você realmente me conhecesse saberia que alguém mexeu comigo!
Novidade: esse alguém não é você!

sábado, 21 de agosto de 2010

INTERminável....Por Renato HELL Albasini






É, caímos no lugar comum e de comum somos todos, mas fazer o que?!




Sim, tenho 38 anos e vi meu time ser campeão no final dos 70, quando era moleque, guri mas fardado pulando sobre o cimento gelado à beira do rio no gigante estádio, BEira-Rio. Sim, no começo dos 80 tive a tristeza se manisfestada com o surgimento daqueles que nunca foram nada além de adversários.




Eles cresceram. Eu também. Mantiveram os anos em voga, tomaram corpo, tiveram a nova geração nas mãos que queria - como todos querem - torcer para o campeão, aquele que chega lá...Pois é...Eu vi isso.




Vi também caírem como soldados de plásticos sucumbindo más administrações, fanfarrões como dirigentes e jogadores sendo fanfarices e vedetes, e com maestria retornando da segunda divisão do futebol brasileiro por métodos escusos, estranhos, confusos, inexplicáveis. Inesquecíveis, diriam. E depois ergueram taças e foram vencendo novamente. Eu vi isso.




A luta do meu time entre tropeços e trancos vencer um titulo nacional no início de uma nova década. E eles ainda se mantinham no ápice. Porém, caíram de novo.




E de jogadores vedetes tiveram vedetes como jogadores. E numa burta e insana jornada sem nexo ou espotividade vieram à tona. Mas secou o pote de milagres.




E quase que em silêncio no horizonte ao lado se agigantava aquele que antes gigante adormecido vinha com raiva e vontade. Enfrentou a descrença da imprensa, o incrédulos adversários, os secadores de plantão, os torcedores machucados, a AMÉRICA. Como se ainda não bastava derrubaram os maiores para ser ainda maior e dominador o MUNDO. Igual, diriam.




Mas o tempo fez bem. Se aprende com erros. E o Gigante desde então, sem ter que esperar 15 anos para ter mais um título da América, vence todo ano, praticamente desde 2006, um título INTERNACIONAL.




E mesmo que não admirado pelo rival, este cai de joelhos, frustrado porque viu diante de todos, de toda a sua geração e futuras que a AMÉRICA de novo se rende ao COLORADO.


Sim, eu vi tudo isso tenho 38 anos. Muitos eram moleques, guris na última conquista de porte do rival.


E você, viu e reviu e se lembra de cada momento. Deste momento principalmente. 2006-2010. Qual filme foste ver na quarta-feira dia 18/08/2010?!




Calma, o ano ainda não acabou. Tem o BRASILEIRO, o MUNDIAL...E o ano que vêm?! Tem a Arena para ser construída...Que aliás, quando vai ser mesmo?




PAPAI É O MAIOR, PAPAI É QUE É O TAL, QUE COISA LOUCA, QUE COISA RARA, PAPAI NÃO RESPEITA NADA...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O Estranho Fenômeno da Gremionização do Colorado (Tommy Wine Beer)


Os pensadores de botecos e outras instituições menos respeitadas como universidades e televisões são unânimes na tese da DUALIDADE GAÚCHA: Chimangos & Maragatos, petistas e anti-petistas etc... agora parece surgir um novo ramo desta rivalidade em nosso pago: o futebol. Nossos rivais eram do centro do país ou da Europa. Agora temos um rival local. O Internacional.

Certo que seus títulos não têm o mesmo sabor dos nossos. Mesmo os mais medíocres como o da SEGUNDA DIVISÃO. Quantos vencemos é suando sangue, urina e fezes. Eles não! Até pq. eles são brasileiros e não gauchos ou gauches (sem acento mesmo) como nós. Eles são BRASILEIROS! Jogam “futebol arte”. Coisa de veado, como já afirmou o importante e imparcial historiador Eduardo Bueno.

Esses charlatões se proclamam “campeões de tudo”. Pura conversa fiada! Série B eles NÃO tem; e o que é pior, Taça Toyota Intercontinental eles nunca terão! Nem a Tóquio eles irão! Vão pros Emirados Árabes. Ora, um torneio de futebol no Islã não deveria valer nada. Eu como defensor dos direitos humanos NÃO reconhecerei o campeão do mundo enquanto este certame for jogado nessas nações fundamentalistas e machistas.

Rechaço outra tese: a de que o futebol é o ópio do povo! O Futebol pode ser o ópio dos dirigentes de clubes e entidades e dos jogadores ricos; agora do povo não é! No máximo é o PLACEBO do povo! Pra que tanta alegria é ano de eleição pessoal lembrem!

É, trata-se de um tempo muito estranho mesmo: ora, o Inter Bi campeão da América e Campeão do Mundo!? E o Grêmio nessa merda! Estranho fenômeno da Gremionização do Inter; e por outro lado, da coloradização do tricolor. Durma-se com essas vuvuzelas martirizando nossas almas dilaceradas.

domingo, 15 de agosto de 2010

QUASE, por Renato HELL Albasini


Quase. Muito, mas quase. Ela estava ali na frente poucos metros, menos que isso e mesmo assim longe. Quase. Quase cheguei perto. Quase esbocei um som que não soasse como um suspiro. Quase a tive ali ao alcance de um polegar que circula o mundo através do globo de plástico exposto na mesa de reuniões.


Quase. Pouco, mas quase. Ela ficou tanto tempo que se passaram três horas para os reais cinco minutos fossem sentidos. Quase. Quase permancei longe. E mesmo assim era tão perto, tão fácil o acesso. Ela maneava os cabelos. Ondas revoltas. Emoções à flor da pele.


Quase. Muito pouco. Porém quase. A tive por instantes. Por horas. Quase. E ela ainda forçou o destino olhando para mim e sorrindo. Quase. Ela dormiu na sua cama abraçada por esperanças e travesseiros. E eu quase pude sentir o seu perfume, enquanto ela sorria em sono profundo.
Quase a tive. Quase dentro dela. E ela, apenas em seu desejo...Quase.


sábado, 14 de agosto de 2010

"Love In The Afternoon" (Sannio)


Antes das grandes descobertas. Das infinitas bebedeiras. E das mentiras inocentes. Já perdendo a inocência... Houve um tempo em que eu era relativamente feliz.
Feliz com as pequenas descobertas. Que hoje, me são tão grandes.
Tinha mudado a pouco de colégio.
E vários dos rostos pré-adolescentes conhecidos, também, migraram comigo.
Mas havia também novos rostos.
Centenas de vulcões hormonais desconhecidos.
Novos, frescos (no bom sentido), esperançosos e sonhadores.
Centenas. Talvez milhares!
E eu era só aquele cara que sentava no fundo da sala. Rabiscando sob as classes.
O estereótipo do menino introspectivo.
Que em um belo dia de sol decide atirar em metade da turma.
Mas esse texto, não é sobre mim (pasmem).
Pouco a pouco, meu senso de humor ácido e debochado vinha me soltando para o convívio social “civilizado” (nem tanto).
(Alguém quer lembrar a esse cara, que esse texto não é sobre ele?!)
Mas mesmo eu sendo uma das últimas opções em uma “reunião dançante” (o quê???).
Você me notou.
Confesso que eu não me lembro do seu nome (típico).
Nem do ano exato que se passa essa história (conveniente)
Mas eu me lembro do seu nariz arrebitado, da sua palidez quase “vampírica”. Dos seus cabelos “castanhos Coca-Cola”. Não muito compridos (que eu achava “modernoso” para a época).
E me lembro muito bem dos seus lindos olhos “agateados”.
Na época, sua personalidade do tipo Tom Sawyer ou Bart Simpson em versão “female”, não me parecia tão interessante (é por que eu sou uma besta).
Poucas foram às vezes que nos falamos.
Hmmm... Não foram tão poucas.
Você sempre dava um jeito de chamar minha atenção.
Me chamava à atenção no refeitório. Falando alto e gesticulando. Me deixando mais vermelho que um dia de jogo com estádio lotado no Beira-rio.
Me chamava à atenção na aula de educação física.
Me olhando como se eu fosse uma lata de atum e você uma gata de rua em um beco escuro.
Me chamava à atenção nos corredores. Na frente dos meus colegas. Só para eu ser “zoado” o resto da aula por eles (era o que pensava na época).
Me chamava à atenção na biblioteca. Quando eu tentava, com algum sucesso, fazer um trabalho idiota de uma matéria qualquer.
Lembro de uma tarde em especial: eu havia comprado folhas azuis com linhas. Para tentar deixar a minha letra mais agradável aos olhos.
Você até elogiou a minha letra. Mas vindo de você não era surpresa. E era até um pouco suspeito...
E você estava tão lindinha aquela tarde.
Pela primeira vez, desde que a conheci havia sido difícil me fazer de difícil com você (e com qualquer outra).
A gente quase se beijou uma vez.
Você sempre tão esperta. Deu um jeito de nos trancar em uma das salas de aula da escola.
Mas invadiram a sala. Antes que eu tivesse tido a coragem de ti beijar (que puxa!...).
Algum tempo depois fiquei sabendo por amigos que você havia ido à praia. Escondida de seus pais.
Você deveria gostar de ir até onde “dava pé”. No limite.
Infelizmente, os limites a natureza são bem maiores que os nossos.
E você jamais voltou.
Você foi à primeira garota que gostou de mim. E se você pudesse espiar meu coração com a mesma maestria que espiava meus passos, saberia que não estava só!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Tudo que Você Pode Comer, por Renato HELL Albasini


Braços quebrados. Pernas. Suspenso pelo pescoço.

Estranho momento. Estranho.

Ah, é só bom dia, meu amigo, mais um bom dia que vem como um arroto. Escatológico?! Enquanto seduz pela lingua no sexo que banha-se em sangue que sai do corpo dela. Nojo?! Piegas. Hipócrita. Você a quer. Sente-se assim com os braços quebrados. Pernas. Suspenso pelo pescoço. E você só pensa em sexo. Irá ter a ideia de satisfazer o seu desejo.

Irresponsável. Egoísta.

Vai, você vai propor que ela aja, que abra sua boca e ngula seu prazer.

Ou mais, você vai pedir mais, romper com seus tabus.

E a sensação de braços quebrados. Pernas. Suspenso pelo pescoço.

E você acha estranho...Quem faça isso.

sábado, 7 de agosto de 2010

Minimalista (Sannio)


Subi as escadas apressado. O que eu poderia ter perdido? Uma vida em outros braços. Um descanso de um fim-de-semana. Outros olhos de outras cores... Só mais um recomeço. Mais outra esperança de final de festa. Outro sonho! Não me acordem! Não me acordem! Não me acordem!...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Haiku VIII (Tommy Wine Beer)


IMAGINA MENINA,

VOU "PINTAR" UM GUERNICA SEMINAL

NAS PAREDES DA TUA VAGINA!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

ALMA (Sannio)


Meninas bonitas sorriem
levando embora pedaços de mim
quando partem.

Mas ao dobrar da esquina me perdem,
e meus pedaços retornam até mim...

E seus olhos tem mil cores...
E não são o verde dos teus olhos
que eu carregava comigo até hoje.

Mas atravesso de vez esta rua chamada solidão
como um verso infantil
termino sem rima
Sem prosa
Sem você
E todo meu!