sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Kryptonita (Sannio Carta)




Estava assentado sobre os meus calcanhares.


Por um momento pensei em rezar. Mas logo em seguida me voltei aos meus pensamentos.

Semana passada me sorriram. Daquele tipo de sorriso que tem ares de promessas.

Semana que vem.Talvez volte a ver seu sorriso.

Revelo aos presentes:

"Mais uma vez venho a falar das moças"!

Mas do quê mais eu posso falar?

É minha culpa ter nascido quase irresistível ao sexo oposto?

Não! Não é minha culpa!!

A culpa é de vocês... homens!

Tão grosseiros, indelicados, egoístas e péssimos amantes.

Talvez seja eu. A compensação do universo para com as mulheres.

Talvez seja eu o herói de cuecas, com a toalha de banho enrolada no pescoço.

"Para o alto e avante! E fora a disfunção erétil"!

Mas não é de todo perfeito a obra da criação.

Perfeitas são as histórias de finais felizes.

Bom... felizes para os heróis ao menos.

E todo herói que se preza.Tem o amor de uma "moçinha".

Irrestrito. Solene.

Ou deveria ser assim.

Mas toda boa moçinha.Tem dúvidas, medos e uma espécie de admiração que distorce o platonismo.

Fosse eu este "homem de aço". Escrito nessas poucas linhas.

Seria "ela". A tal moçinha.

Minha doce e letal criptonita.




quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Réquiem (Sannio C.)



Souberam do berço que lhe antecedia, donde se originara o jovem senhor.


E tiveram ganas de postergar maiores opiniões. De esquecer o que já haviam dito, do "dito".

Quiseram voltar ao tricô como se nada houvesse acontecido. Mas houve...

Houveram denúncias graves, insinuações tenebrosas. E suspiros longos de desaprovação em massa.

Dentre as "bruxas fofoqueiras" uma ou outra voltou atrás nas reflexões recentemente levantadas.

E o alvo de tanto "disse e me disse" permanecia lá. Há apenas alguns metros de suas caluniadoras.

Seu semblante oferecia o mesmo desdém e tratamento gélido de sempre.

E seus olhos de castanho escuro, queimavam lentamente ao abrir e fechar de suas pálpebras.

Não fosse sua tão familiar e "amiga" ressaca, sua reação talvez tivesse sido outra.

Mas o silêncio de seus lábios contrastava com o tremor de suas mãos, com a palidez de seu rosto com o pedido de ajuda que não saiu, com a música que cantarolava, minutos antes, com as costas dadas, pela última vez e com o adeus, que pareceu mentira.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Brutti, Sporchi e Cattivi (Sannio C.)


O que eu posso dizer sobre os anos setenta?



Com propriedade de experimentação prática... nada.


Eu não vivi os anos setenta. Bom... literalmente, eu os vivi. Vivi poucos anos, da minha infância de fraldas sujas.


Poucos anos, que pouco me ensinaram.


Poucos anos que em nada me deram de maturidade. E nem me ensinaram a limpar o meu próprio rabo, sozinho.


Certamente, que com o passar dos anos e das décadas. Muito me (nos) foi "desvendado" pela mídia. E por aqueles que nos colonizaram, inclusive culturalmente.


Soube (soubemos) dos manifestos, das tradições, das músicas. Mas particularmente, vivência dos mesmos, em sua grande maioria: necas!


E pelo que eu suponho, pouquíssimos leitores deste dileto blog viveram em tal época. Ou mesmo nasceram na década de setenta.


Encurtando o papo esquizofrênico.


Retorno ao blog. Para trazer uma luz na sala escura de cinema de suas mentes.


“Feios, Sujos e Malvados". Realizado em 1976. Ano este, em que eu apenas existia, nos pensamentos luxuriosos de meu pai. Não era eu, nem sequer um espermatozoide.


E o mundo ainda ansiava por uma criação brilhante. Algo inovador e belo.


Bem, tal criação ainda não se fez vindoura... Mas em "Brutti, Sporchi e Cattivi" de Ettero Scola. O mundo teve acesso ao oposto de suposta utopia.


É a sujeira saltando da tela. É a hipocrisia se contorcendo entre os santos de nossa santa igreja católica.


Filmada em Roma. A trama de Scolla relata a vida de uma família miserável. Em um pretenso solo santo.


Em uma terra de fé. Uma favela, entregue a própria, serve de pano de fundo, para uma família desestruturada, deselegante e despudoradamente "deliciosa".


Há outros personagens, outras pequenas historietas.


Mas, dentre estes pobres, sujos e malvados, ninguém se compara ao patriarca da família citada anteriormente, neste mesmo textículo.


Assistam. Ou digam "foda-se". Ou o que quiserem dizer...


Sorrirei então de suas rebeldias, sussurrando: "é esse o espírito"!


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mil Pedaços, Metaprax e Joe Buck" (Sannio Carta)


"Algumas mazelas desta vida de cão não tem remédio. Algumas nem mesmo tem solução. Por algum tempo procurei encontrar no passado algum caminho que me trouxesse felicidade. Em vez disto encontrei uma placa com o seguinte dizer: Não Ultrapasse. Bem coerente (eu achei)."


Estou jogando damas. Estou jogando mal. Despercebido de uma lógica razoável. É cedo. E eu já estou louco.

Meu adversário mais sincero me encara com o seu temor psicológico habitual. E eu complemento a encarada com ares de superioridade. É só pura vaidade. Eu sei disso. E ele também sabe!


A noite me faz promessas baratas. E minha atenção já busca a rua. Hoje eu quero sair só. Só quero sair e me livrar dessa cena monótona. Me libertar da "sistemática nerdiana" que hoje eu represento tão mal. Tudo é arte da porta pra fora. "Tudo é a arte do bacanal". Poderia ser uma frase dita pelo diretor da peça "Rebuceteio".


Vai dizer que você nunca ouviu falar do filme brasileiro: "Oh!Rebuceteio".

 E você ainda se diz "cinéfilo"? Você, no máximo, deve ser um "pedófilo"!


Filme de 1984, do afamado diretor brasileiro Cláudio Cunha (Diretor famoso. Caximbão. Todo fresco).

Próximo do surrealismo dessa existência. Foi a noite que narro a vocês em meio a pensamentos perdidos, feito filme italiano dos anos setenta.

Afastado o tabuleiro de damas de meus braços, saí a procurar outras damas à abraçar.

Nunca só, sempre um amigo a acompanhar meus passos. A inverter a atenção que necessito. A perceber o meu estado esquisito. E a disfarçar o mau gosto das minhas bazófias. Colega de serviço. Escudeiro escolhido pelo destino. Meu amigo (coitado).

Dancei por um tempo em um lugar de mau gosto. Saltitando como personagem andrógino de livro de RPG. Subtraindo os pares do esquecimento. E somando as conquistas do meu cartel. "Mais uma. Mais uma."

Gozo antes do sol. Calça suja de areia. Mulher no táxi. Tontura.

E outros amigos para caminhar na rua. Trazendo a diferença da tolerância. Pra trazer companhia, a quem dispensa a todas. Sorrisos na minha ingratidão. E tudo parece bossa de novo. Dentre eles havia esse amigo antigo me trazendo notícias de seu mundo. E eu percebendo a maturidade em crescimento em suas palavras. A postura impávida e orgulhosa. Querida e melancólica. Mostradora de respeito (apesar de um rebolar ou outro amais). Se afastando aos poucos. Indo embora. Na boa noite... uma noite boa... "Aaaahhhh!..."

quarta-feira, 20 de julho de 2011

VELHO SAFADO-FOREVER YOUNG (Tommy Wine Beer)




Tá se comparado ao Mendel que faz 189, eu nem saí das fraldas. Hoje completei 32!
Desculpem-me só que tô deveras saudosista hoje. Lembrei Mano Caetano!
Ah, aquelas minhas ereções de 10 anos atrás, eu tinha um verdadeiro guindaste, capaz de transportar uma toalha molhada por metros. E aquele esgicho de porra como era mais potente, de uns 50, 60 cms!
Porra 32: hérnias cretinas nas costas, dentes podres, pança engraçada, escrita esdrúxula!
E se aos 31 tinha a sensação de que a vida era um jogo de basquete impossível, e bolei aquela imagem cretina da bola que não cabe no aro.
Me ocorre agora que o amor é uma espécie de k.y sacana que permite que se converta os pontos.
Então valeu seus putos de sorte!
Bato continência pra um montão de gente então, em especial, minha querida vó Cecília, que se foi, mas tá sempre comigo em pensamento e amor que nunca esgotará, minha garota, linda, negra, divertida e inspiradora como as noites de verão e o meu pivete safado.
Ah, foda-se Mendel, nunca entendi a história das ervilhas e a tabelinha. Talvez meu cérebro seja uma ervilha.
Hoje é meu dia e como tô todo pimpão me permito delirar: Ah nada demais, só sou um velho safado-forever young!

terça-feira, 19 de julho de 2011

EXAME DE OB E A SALVAÇÃO (Tommy Wine Beer)






"Faz de conta que além da estrada torta uma rosa murcha e morta reviverá" (Zeca Baleiro)





E que stress filho-da-puta submetem o guerreiro nesse famigerado sacana exame de OB!
Primeiro pq. se gastou muita grana no curso. E aí tu te forma e fica marcando passo, chupando bala ... E roda por 3, 4 questões.
Hora da RESIGNAÇÃO! Como diz o Brown no rap "Mundo Mágico de ÓZ":
"Aí fudeu, fudeu, decepção essas hora... a depressão quer me pegar vou sair fora"
Hora de realizar um estudo mais reflexivo até a próxima prova. E praticar um pouco de INTERDISCIPLINARIEDADE: sexo, literatura, basquete...
Uns pitacos livres e néscios sobre arte então: bah, muito massa o filme novo do Woody que não é o Guthrie, mas que também tem uma arma que mata fascistas!
Não tinha gostado do "Wicky, Cristina e Barcelona", apesar do inesquecível beijo entre Scarlett Johansson e Penélope Cruz. Uau!
É que nem gosto muito de filmes pra ser mais sincero. Exceto pelos filmes sobre escritores e basquete. E esse Meia-Noite em Paris é muito do caralho!
Um escritor envolvido com Hollywood (quase um John Fante então né!) entra numa trip louca, volta no tempo e encontra seus ídolos literários: Hemingway (o velho barba de rato, como diria o Buk) e o Fitzgerald.
E depois de um mês na seca de literatura, tô atrás dos seguintes autores: Auster, Houellebecq e Roth (que não é o Celso Juarez). Antes vou tentar ler "Casais Trocados" do John Updike. O cara que, segundo um personagem do Norman Mailer em "Os Machões Não Dançam", fez a melhor descrição de uma XOXOTA de toda a história da Literatura.
Então salvem as crianças e os livros primeiro!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Uma Canção de Amor para Camus (Uéslei Screeth)









" A filosofia, ou melhor, o 'filosofear' e a morte, também, eis aí duas categorias deveras democráticas! Oh, pena não se poder dizer o mesmo do sexo e das bebidas!" (Tommy Wine Beer)







O que é humano é limitado, mas o que temos para acreditar que há algo além disso? Não temos para negar, mas também não temos nada concreto para acreditar. Fora disso o que há é esperança, e esperança é uma coisa humana, promessa dita ou subentendida, é a manifestação de um desejo acima de tudo. Desejo acima disso que nos põe desnorteados no mundo sem nos dizer por que nem para que, desejo de que tudo se esclareça. Não temos os instrumentos para responder, mas temos um espírito inflamado para perguntar. Temos pressa, a única prova da experiência é de que vamos morrer. Queremos muito viver. Aprendemos isso (o corpo sabe disso) antes de apreender a pensar. O primeiro impulso é viver, permanecer vivo, independentemente do porquê. O corpo diz "viver", e faz o que pode para isso. É o Espírito que pergunta "viver para que?" ou "o que é viver?". E pode se alucinar com o desespero e desistir da vida, ou se desvairar com a esperança e viver para além da vida, abdicando da própria vida única que efetivamente conhecemos.
 
 
Absurdo: Viver? Viver pelo prazer? Viver sem evocar o passado nem esperar o futuro, viver a única vida do presente contínuo. Viver ciente da dúvida e da morte, e, apesar de tudo, procurar o prazer? Quer dizer, esquecer o porquê e o para quê, aquilo sobre que não temos de onde tirar resposta. Penetrar apaixonadamente então em tudo que é dos nossos próprios limites, a condição humana em si. É o mesmo que dizer na aventura humana e nas paixões humanas, pois isto é completamente humano e nada mais que humano. Essa é a revolta absoluta contra a divindade que não é deus nenhum por não ser nada mais do que aquele "eu não sei". É o "eu não ligo". Mais não é o "não me importo", é o "não me interessa aquilo que não posso saber", é abdicação do que desconheço, e ao mesmo tempo empatia para com aquilo que, embora não seja eu mesmo, é da minha mesma natureza: a mulher que precisa vender corpo, o indivíduo que vive nas marquises por vergonha de voltar pra casa ....

sábado, 18 de junho de 2011

O TARDIO INSIGHT DE FTHC (Tommy Wine Beer)








Quem nunca se lamentou, posteriormente, de no calor de uma discussão não ter a lucidez de usar certo argumento, ou insulto? Acontece!

Com FHC foi diferente. Ou melhor com FTHC. Ele esteve por OITO ANOS com a caneta, e maioria frouxa no Congresso, até pra comprar parlamentares e aprovar a emenda da reeleição.

Agora, que tá “aposentado”, vem com essa ladainha de liberar as drogas! Pousando de político liberal e modernoso.

Mais ou menos modernoso, é verdade. Pois ele afirma nunca ter dado um tapinha num baseado!

Parece lorota! Papo de político! Ahã FTHC! Tem aquela do coelho da páscoa que caga ovinhos de chocolate. Ou a do papai noel que presenteia os ricos e cospe nos pobres. E a melhor: o bom Deus! Ah, deixa essa pra lá...

FTHC deve ter sido escoteiro, e aquela de colocar a mão sob a perna, até ela ficar dormente e depois bater uma punheta parecendo que é outra pessoa que tá masturbando o cara. Essa também por certo o FTHC nunca ouviu falar.

Agora alguma coerência existirá nisso. Pensa... pensa cabeção! Ahhh!!! Talvez por, anteriormente, associar-se ao satanismo dos DEMos; agora defenda o cigarro do capeta! Fraca!

Outra tese: puxar fumo também acarreta problemas de memória é o que dizem. Ajudaria então, as pessoas esquecerem o que ele disse e escreveu! É!

Só que o ex-presida não só quer a liberação da cannabis, ele quer a descriminalização de todas as drogas! Nem mesmo eu sou tão radical! Eu vedaria o consumo de Skol, Brahma e principalmente da Kaiser!

A verdade é que não sei o que levou o FTHC mudar de ideia. Chuto outra: culpa do Bob Dylan! Ele tocou no Brasil pouco tempo atrás. Ué, se ele fez a cabeça dos Beatles pode ter feito a do Fernando Henrique!

Confesso, pra mim, esse tema é importante pra caralho. Eu que sou um maconheiro. Um maconheiro em espírito, é verdade (Se bem que algumas vezes fumo por tabela)! Aliás, sou gay, negro e maconheiro em espírito! Sou gremista de fato, mas o seria em espírito se de coração não o fosse! Sou como aquele texto sobre Marcos... sou todas as minorias e maiorias descriminadas e espoliadas!

Ainda que a prostração da chapação de maconha me irrite um pouco e por outro lado a eloquência frenética do pó também me angustie, acho que tem que liberar geral! Autonomia da vontade véio!

Mas Kaiser NÃO! Aí é demais!
Os tempos estão mudando, já dizia o velho bardo maconheiro: liberação da MARCHA! FH e Tarso... Será que um dia os grandes traficantes ainda vão se ferrar? Duvido! Sempre tem uma ANISTIA pros ricos e pra direita. Torturadores ou degradadores do meio ambiente.

Sacanagem é ver aqui em POA mesmo, moleques de 12, 13 anos, sendo executados por dívidas e rixas envolvendo drogas! Ah, se FTHC houvesse tido esse insight um pouco mais cedo caramba!

Agora nos resta marchar com os maconheiros e FTHC então! Só que na real quem ”marcha” com a violência do tráfico são os POBRES! E haja cannabis pra esquecer! Ou a cachaça pra segurar este rojão como dizia o Chico, e como opera o Medina.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ensaio sobre a Vaidade - Sannio Carta



Não foi o jogar de seus cabelos ao lado que chamou a minha atenção. Nem as diminutas ancas de seu quadril esquálido.
Foram os seus olhos límpidos e cheios de vida. No seu livre descompromisso em não encantar a todos.
"Que pequena!"
Onde estavas tu quando eu me masturbava ontem à noite?
O que foi feito dos meus dias a perambular por entre as malocas, os chinaredos e as "casas de estudante"?
Ah!... Agora percebo a pouca falta que me faz "a cidade".
Sim, porque preferi a calmaria do interior querido, receptivo como buceta nova depilada, a cidade grande, com suas robustas potrancas do centro da cidade.
Mas confesso que não estou apaixonado. Não como esperariam que eu estivesse (o dono da bomboniere ou o meu ego talvez).
Não!! É apenas desejo fosco. Que se apaga rápido como a ereção do meu avô.
Rápida também foi a nossa conversa. Eu e a musa. Meu pau e a minha cueca.
No egoísmo do meu desejo insólito. Esqueci de perguntar o seu nome. De disfarçar meus traquejos. E de pagar a conta do bar.

UÉSLEI SCREET - "Apontamento narcisista contra a desgraça de ser completamente incapaz de escrever algo miseravelmente apreciável"



Humor pastelão: O que falta para sair algo sutilmente engraçado? Se não for assunto, que não seja inteligência.






Isso dói... Deus me livre do piadismo hollywoodiano, onde o estrondo do peido fala mais que os nuances do cheiro.






Ora, se eu não sou estúpido a culpa inevitavelmente será do público que, embora ainda inexista, pela simples razão da obra também não existir, desde já presumo medíocre demais para entender delicadas atoladas eróticas na cultura clássica e no ‘fabulário geral (...)cotidiano’ que eu bem ordenaria se houvesse quem bem compreendesse.






Oh! leitores imbecilizados que haverão de haver quando o presunçoso escritor houver de haver escrito, sereis minha criação. (A sabedoria digital do Microsoft Word não encontrou erros na frase anterior, prova que está bem redigida).




Publique isso se quiser. É a respeito de algo mais extenso que comecei a escrever a pouco tempo, uma farça biblica. Quando conseguir dar um bom acabamento a um pedaço te mostro.

sábado, 4 de junho de 2011

Prólogo à Notas sobre Contracultura (Uéslei Screeth)




Mal chegando do serviço já peguei o computador e boa quantidade de bebida, ambas as coisas com a intenção de executar uma última reforma num texto que nestes últimos três dias já foi tão revirado ao avesso que a versão atual lembra muito pouco a inicial. Não tenho lá tanta convicção de conseguir mais corrigir falhas que arruinar o valor que deixado estar teria.


Em pesquisas históricas gostava de trabalhar com crônicas e diários de viagem. Porém o objeto de estudos principal não era a factualidade dos relatos, debruçava-me sobre sua mentalidade intrínseca. Para isso partia do pressuposto de que um autor sempre expressa mais do que deseja, ou, melhor dizendo, não toma consciência da penetração do senso comum e de preconceitos pessoais no seu discurso. Considerando desta maneira o leitor-estudioso poderia decifrar pacientemente detalhes obscuros inerentes ao pensamento mais geral de certo tipo social em dada época, tanto mais satisfatoriamente quanto mais pudesse compreender a posição daquele escritor-objeto naquele seu momento criativo.


Incomoda-me produzir uma criação por meio da qual acredito poder posteriormente me tornar objeto e esta é a recorrente causa da ruína dos meus textos. De tanto tentar despistar minhas faltas acabo por descaracterizá-los. Isto não me passa batido nem quando o estou a fazer e é por este motivo que logo me enraiveço e elimino tudo. Não possuo guardado nem manuscrito, nem impressão, nem em mídia digital qualquer obra minha, nada sobreviveu a este processo de autonegação e autodefesa.


Por enquanto chega, daqui partirei para a dita reforma final. Ao concluí-la retomo rapidamente este ponto para uma consideração final.


Mudei coisa e outra sem realmente concertar nada. Percebi que subjetivamente pratiquei aqui um ideal da filosofia de Camus, qual se refere a confessar publicamente as faltas para transferir do réu aos potenciais juízes o peso da hipocrisia. Fatalmente, publicar na internet é a maneira mais segura de preservar estas criaturas deste inconstante criador, pelo que enviarei agora tanto este quanto o outro artigo ao editor antes que decida dar-lhes cabo.

Notas Sobre Contracultura (Uéslei Screeth)






Inspirado pelas musas da garrafinha, pretendi escrever algumas linhas jocosas em relação ao termo contracultura. Isto em resposta à pressão do editor que, perdidos seus melhores cronistas, exaspera-se com a falta de publicações na L.O.U.C.A. Também porque tal noção impica no viés utópico deste blog. Não concluí o que iniciei, resolvi escrever algo mais sério desta vez.


A questão diz respeito à distância entre a Contracultura como movimento histórico recente e suas reminiscentes manifestações contemporâneas. Aquele fenômeno social desenrolado entre os anos 50 e 70, possivelmente propelido pelo existencialismo de Sartre, amadurecido pela literatura Beat, generalizado pelo movimento hippie, e derrocado com a insanidade punk, embora amalgamasse vertentes e vertigens das mais variadas espécies, seguia uma linha fundamental enquanto contestação ao stablishment. A órbita destas manifestações girava em torno da emancipação comportamental e os envolvidos, de maneira geral, possuíam alguma consciência política do sentido de suas atitudes.


A força resultante da massificação destes movimentos transformou o stabilishment sem, no entanto, conseguir derrota-lo. O paradoxal desfecho deste confronto cunhou o complicado modelo de liberdade mansa que vivenciamos hoje.


Como numa paz honrosa a cultura dominante ofereceu permeabilidade às atitudes rebeldes conforme estas perdiam sua radicalidade política e acomodavam-se em parâmetros estéticos e nos redutos da vida privada, desmassificando-se. As liberdades individuais se afirmaram e as contraculturas conquistaram posição no panteão ideológico ocidental. Este, por sua vez, mesmo perdendo em homogeneidade, salvaguardou sua essência através da frutificação da sociedade de consumo, favorecida pela proliferação de nichos de mercado consequente às novas demandas dos novos grupos, desarticulados enquanto movimentos sociais e reformados em tribos urbanas.


Na década de 30 o samba necessitou se submeter a uma domesticação, desmarginalizou as letras para penetrar na radiodifusão que então se expandia. Hoje o funk carioca pode se apresentar de cara limpa e sem papas na língua. Independentemente da antipatia que conquistem, os comportamentos e expressões são tão livres quanto mais comercializáveis. Isto não significa nem abster conteúdo político, o selo Guevara é um mega sucesso mercadológico.

Quer dizer, portanto, que não importa quantos opositores uma manifestação albergue, o que interessa é quantos entusiastas se disponham a consumi-la. O casamento forçado entre os velhos interesses econômicos e as novas demandas emancipatórias deu luz a um mercado monstro que gradualmente abdica da imposição de padrões e concomitantemente capacita-se a absorver e manejar os que eclodem a revelia de sua iniciativa. Uma vez digeridos, explora ao limite seu potencial econômico.


O novo stablishment não reconhece inimigos, deseja abraçar tudo que cresça o bastante para chamar sua atenção. O que presenciamos é um sistema hermético que se retroalimenta com suas próprias erupções. Programáticas ideologicamente autonomistas esbarram na adversidade de necessitar surgir e popularizar, ou seja, massificar, sem sucumbir ao fetichismo sedutor deste mecanismo capaz de transformar densas filosofias em indeléveis drops de sabedoria. Inclusive a internet, ferramenta potencial da livre divulgação intelectual por habilitar qualquer indivíduo a ser e acessar mídia, estaciona perante a insuperável primazia instintiva do entretenimento em detrimento da conscientização.


As ações contraculturais remanescentes se dissipam em manobras quixotescas de perseguição à uma abstração que circula sutilmente por todos os espaços como uma nuvem de gás cuja natureza é a própria permutação. Acontece que antes a querela se dava contra um pensamento reacionário com posições fixadas. O problema com que nos deparamos agora é um regime mais afeito ao frenesi e à continuidade do movimento como máxima autossuficiente que á determinação de seu sentido.


Na verdade muitos elementos estão dispostos de forma confusa e o conservadorismo ainda está aí fazendo bastante barulho e legislando muito. Mas sua tangibilidade demonstra tanta debilidade que não custo a pensar que o próprio reacionarismo represente certa forma de contracultura às avessas naufragando em meio num mar turvo de ideias.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

“... E CUIDEM DAS CRIANÇAS!” (TOMMY WINE BEER)








Confesso estar muito DESCONFORTÁVEL nessa condição de PROTAGONISTA da L.O.U.C.A. Pensei até em colocar cartazes com o dizer WANTED e a foto do Hell pela Cidade Baixa. Tenho apelado ao Screeth, ele me garante que vai enviar a coluna sempre que tá de pileque, mas fica só no papo. Além de rezar para Jim Morrison e Charles Schulz (Snoopy) pelo eterno retorno do anti-Nietzsche Sannio Carta!
Desculpem o desabafo preambular, e vamos ao que interessa: Na real, o que eu quero dizer é que apesar de gostar muito de crianças tenho uma TEORIA: as crianças deviam nascer com CINCO ANOS (embora eu tenha de acolher o argumento screethiano, que rebate minha tese: o parto seria muito doloroso).
Mas como é difícil cuidar uma criança pequena! Elas caem o tempo todo e enfiam qualquer coisa na boca! E NÃO falam o que estão sentindo ou querendo! É uma angústia terrível pra mim! E é quase impossível convencê-las de algo. Quase tão difícil quanto convencer o Tuca de que ele tem tarefas defensivas e que deve passar a bola nas partidas de futebol.
Domingo passado fomos jogar bola na Zona Sul, (era o nosso time em campo: o nada temido LIVERPOLAR, esquete formado por craques na arte de beber cerveja) e a Preta levou sua sobrinha Lala, popular Lala Duendina, tem algo entre um ou dois anos, mais ou menos.


E a Lala FERVEU a tarde inteira! Primeiro, queria beber a nossa cerveja jamaicana. Decerto pensou ser água de Jamaica, a bebida predileta dos duendes! Depois, ela queria PITAR. Juntou uma bagana suja do chão e quase enfiou na boca. Essa é uma Oliveira PURO SANGUE, por certo argumentaria certa piadista non sense.
Falando sério, como é difícil vigiar uma criança pequena cara! Cheguei pensar em alvejá-la com dardos tranquilizantes. Brincadeira CLARO. Em criança só se bate com a marreta biônica do Chapolin Colorado (medroso, pateta... claro só podia ser colorado!)! Aquelas de mentirinha, de plástico que nem dói nada!
Agora essa coluna me deu um gancho pra falar de algo mais SÉRIO ainda: violência contra CRIANÇA. E não tem argumento mais fajuto sob o viés jurídico (sem nem cogitar o ético porra!) do que aquele do maldito senso comum: "é meu filho, educo como eu quiser, ninguém deve se meter". Bobagem oceânica! Nossa lei mais importante, a Constituição Federal de 1988, informa em seu artigo 227 ser TAMBÉM da SOCIEDADE o dever de assegurar à criança, COM ABSOLUTA PRIORIDADE o direito à vida, dignidade, respeito... além de colocá-los a salvo de toda a forma de violência, crueldade e opressão. Então, façam o favor: cuidem das crianças!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

“MEUS IRMÃOS, MEUS PARES!” (Tommy Wine Beer)




Sou um cara solitário e tenho muitos amigos. Gosto de estar sozinho e gosto de estar com o pessoal.

Na verdade quando estou sozinho, nunca sozinho estou! Desde minha infância fui um menino que gostava de arte. E tinha verdadeira obsessão por desenhos animados, seriados japoneses de heróis, revistinhas em quadrinhos, livros infanto-juvenis... Acho que a arte é um valor mais importante para mim do que a liberdade. Talvez não me valesse nada ser inteiramente livre num deserto impossível. Certo que amo tanto ou mais a arte do que a liberdade. Talvez a ame até mais do que a própria noção de amor.

Como disse anteriormente, tenho muitos amigos. Uma de minhas maiores angústias é por razões espaço-temporais não poder passar mais tempo com meus amigos.

E são amigos muito diferentes uns dos outros. Mas todos me acrescentam em pelo menos algum tema de meu interesse.

Modéstia a parte, me acho um cara meio bacana até por essa razão: tenho amigos das mais diferentes matizes de personalidade: intelectuais, entusiastas da ciência jurídica, poetas incompreendidos (ou incompreensíveis), gays assumidamente fúteis etc... e tenho assunto para com todos. Nenhum me entedia. Dirijo a conversa para temas que me interessam. Tudo é pesquisa pra quem aspira construir personagens!

Houve momentos em minha vida que tive dificuldades em encontrar amigos. Me sentia DESLOCADO pra caramba. Não conseguia me identificar com ninguém. Nas faculdades que estudei foi assim. No foro da Restinga, um pouco também. Daí, me apeguei a arte: Chinaski me provou que perder com dignidade e inconformidade eram troféus tão maneiros quanto os do vencedor; Dylan sussurrava líricos enigmas proféticos nos fones de ouvido; Dom Quixote dizia pra que eu não temesse o ridículo de lutar por justiça e Bandini argumentava que utopia melhor era uma ideia genial ainda por vir! Grandes conselheiros!

Tem outros caras que gosto de ouvir (e até ler alguns).

O Tuca é um amigo de DUAS DÉCADAS. Uma de minhas maiores influências na arte do humor e do ultraje. Em nossos bate-papos ele costuma reclamar que eu só fico ouvindo as conversas. Vez por outra ele me pega muito concentrado, como que ouvindo conselhos do diabo, e pede minha opinião. Falo alguma besteira, então ele replica, dizendo algo como “O Tommy (Aléc) é fogo, sempre com alguma observação sarcástica por falar”. O Tuca gosta também de falar sério. Sempre discursando que não leu muito na vida etc. E eu contra-argumento que ele tem uma espécie de sabedoria nata, digna dos grandes compositores de samba do Rio.

Coisa de ano atrás tive uma VISÃO que conheceria um grande cara, que era cobrador da Carris. Tava morando no alojamento coletivo do Hostel da Lori quando apareceu um novo inquilino: Uéslei Screeth. Colunista macunaímico da LOUCA! O cara é um crânio! E muito engraçado também! Beberrão. Leitor voraz. Reclamão: bah!, reclama de tudo! Gosta de falar sobre temas “intelectuais”, embora odeie os intelectuais! É sistematicamente reprovado na universidade. Apesar de só cursar uma cadeira por semestre. Especulo que só permaneça na UFRGS em razão da comida barata do R.U.. Afora estes reveses, é uma companhia agradável para beber. Fala de Sartre, Camus, Cartola ... com desenvoltura. Previu sua morte (talvez filosófica) em nosso último encontro. Acho que errou, falei com ele Sábado, por celular! Grande Screeth! E a nova coluna filho-da-puta?!

Tem o Sannio também. Este já muitíssimo conhecido do público da L.O.U.C.A.. Maior estrela do blog! Pela quarta ou quinta vez demitiu-se! Confesso que tenho mais facilidade em dialogar com o cara através de suas colunas do que pessoalmente. O Sannio tá sempre envolto em angústias vagino-existenciais. Posso imaginar ele lendo isso agora, fazendo um sinal afirmativo com a cabeça e pensando “é minha ascendia em ...”. Porra Carta! Tu poderia, uma hora dessas, me explicar melhor o novo pedido sumário de demissão, seu grande canalha de sorte!

Termino com a Preta, minha garota. Mas não só minha namorada, minha amigona. Sábia conselheira em temas cotidianos que costumo me embananar. E quando fica de pileque, transmuta-se numa das piadistas mais non sense que já conheci. Até um hipotético caralho imaginário ou ideal ela utiliza como instrumento de suas empulhações (ia usar gozações...acho melhor não!).

Valeu pessoal! Estas palavras são pra vocês! E mais alguns outros que não caberiam nesta coluninha! Inclusive tu, hipotético leitor, que trava este esquizofrênico diálogo comigo agora! Grandes Presenças!

sábado, 21 de maio de 2011

CORAÇÃO INSANO (Sannio)



O céu da boca em estrelada angústia. De um dente perdido, caído comprimido no chão de um quarto, sem adeus esquecido. E no espelho das "coisas mortas" lembrei do perfume das flores. Colhidas as rosas das minhas conquistas. E aquelas que retornaram a mim, já mortas.
Pouca coisa ainda me restou. E pouca coisa ainda me importa.Talvez só esse dente caído. Extraído involuntariamente pela voluntariedade de seu "buana".
Ah... e a dor contínua é que me satisfaz. Tão pouca é dor de amor.
A boca violentada silenciosa. Sem a anestesia, já não é tão prosa. E agora descansa horrorosa. Feita dos lábios a reveria.
Outro dia tropecei nos próprios cadarços. Lembro que caí em mim mesmo. Horas depois...
Mas o tombo que narro aconteceu bem antes.
Litros. Sim!... Litros e mais litros. Das bebidas mais variadas possíveis. Doces, secas, quentes, geladas. O dia inteiro.
Ainda tinha todos os dentes. E nenhuma intenção de resmungar por coisa alguma.
Não sei porque bebi daquele jeito. Não sei pq. um dia eu comecei. Aliás, eu sei bem o por quê: para poder me sentir menos "outsider". Para poder me sentir menos sóbrio.
E tão triste é a realidade! Que ao dormir. Apenas... sonho!
Um dia dirão que me viram. Que ouviram o meu nome. E talvez seja realmente verdade. Eu provavelmente estarei sonhando, com os cadarços bem amarrados e sorrindo para o nada. E o nada respondendo.



Ps: Por total desinteresse em prosseguir (dentre outras coisas): me demito!!! Trilha de fundo: "The Weary Kind"

domingo, 8 de maio de 2011

"Cabras Gostam De Brincar Com Ela" (Sannio)



Os ombros tombam ao final da tarde. E o saco recolhido permanece rendido com o peso das bolas. "Puta que pariu"! - é o que eu resmungo ao atravessar a sala. "Puta que o pariu. Que corno desgraçado!"


Sério! ... Até então nunca havia conhecido corno mais sortudo. Foi o mais sortudo que Estela já arrumou! Filho da puta! Toda vez que eu penso em visitar a casa de Estela. O boi fica em casa! Deve ser um baita de um vagabundo! Destes cachaceiros de beira de esquina. Destes meliantes que escondem o próprio crime.


Cão! Maldito! Não percebe que é a mim que ela imagina sobre o seu corpo. Que é no meu nome que ela pensa no gozo que esforça para ter. Corno miserável! Era eu que devia ser você!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A EMO SEXUALIDADE ( por TOMMY WINE BEER)






A Elite de Porto Alegre é esnobe, boba e careta pra caramba. Isso não é novidade. Provavelmente seja assim no mundo inteiro. O povo do carnaval eles já conseguiram DESPEJAR do Centro da Cidade. É leitor, se você não é de POA, ou não sabe, aqui o carnaval de Escolas de Samba foi VARRIDO PRA BAIXO do Tapete. Os brancos ricos, donos das canetas hediondas que assinam leis e dos jornais cafonas que engambelam a geral, inventaram um tal Centro de Eventos no extremo norte da cidade. Só que o único evento ESCANTEADO foi o carnaval. Os desfiles militares e gaudérios com seus cavalos cagões ficaram no coração da cidade. Racismo puro!
Ainda não contentes com o seu camuflado jogo segregacionista, agora se ENCARNARAM no que o senso comum aqui de POA chama de "OS EMOS". Uma molecada doidona que se veste, regra geral, de preto e alisa os cabelos, e se reunem pra tomar trago e praticar amor homo ou emo, sei lá!



ZH publicou uma matéria caretésima e cheia de factóides. Ora falar de sexo a céu aberto na Bo, digo, Olaria! Cascata Pura! O que rola, na real, é umas bicotas gays e lésbicas, línguas cheias de aftas, enroscadas feito serpentes frenéticas.
Cocaína em parapeitos dos prédios? Associar cheiração aos Emos é piada! No máximo o que eles cheiram ali é All Star e coturnos com chulé. Entorpente ao certo. Tanto quanto os acordes toscos e punheteiros das suas violas. Ou suas inacreditáveis garrafas de Vinho Molon suave e quente!
Um pouco de Freud absorvido na wikipédia explica o caso: o que essa velharada, mais velha que eu, quer é que essa piazada fique em casa, alienada de toda a sacanagem sexual, pros seus pais e/ou padrastos e padres, cheios de pensamentos incestuosos, pedófilos e sacanas, saciem suas taras malucas. Que fria hein!
Dos Emos pulo para os macaquinhos do Zoo da Redenção. Que puta sacanagem! Agora descobriram que o lugar é impróprio! Porra, animal enjaulado será sempre uma maldade de corar o diabo! Domingo passado passei por lá, cheio de criancinhas, acompanhadas de seus pais, olhando os macaquinhos, pareciam meio malucos e entediados, de repente notei que um deles bolinou o colega, daí partiram pra uma foda, e o mais pitoresco do fato, foi que o macaquinho que tava sendo comido, mudou de posto e passou a foder o outro. Algum gaiato presente por certo deve ter pensado na piada: Domingo na redenção!: macaquinhos emos! Sujeira!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

TAPES EM CHAMAS (Sannio Carta)





Pensei que com o tempo a maturidade de algumas relações tendessem a desencadear os seus próprios términos. E o que não me causou espanto é que após uma variedade quase infinita de acontecimentos constatei que realmente é verdade!! Não que seja uma verdade absoluta. A mim infelizmente fere a hipocrisia. Sim, criatura indômita que sou. Sou frágil animal às relações humanas. Sei que tenho um temperamento coerente a minha personalidade. Excêntrico espécime da criatividade jaz clonada. A vida tende a dar-nos subterfúgios. E o homem a dar-se desculpas.

Francos são os homens à beira da morte, ou mortos. Como o bon vivant "Cubas". Filho querido de um escroto rebelde. Mas de um patriarca de mãos ágeis e mente igualmente ágil e deveras brilhante.

O que pode impedir-me de atingir o absolutismo da felicidade agora?Eu pergunto e eu mesmo respondo. Nada e talvez, só um mais um pouco...Tenho alcançado minhas metas. Sei (e como poderia não saber?), que soa presunçoso todo esse discurso calado. E que me sobe o orgulho a cabeça. Mas finalmente retornei ao berço querido. Ao seio que ainda me farta de mais seios(?). Vocês compreenderam, não se façam de desentendidos!

Doravante, me distancio cada vez mais das burocracias utópicas.  

Sim! Por que até a burocracia tende a ser utópica. Quando tolhe do artista seu dom divinal de ser alheio às normas dessa sociedade corrupta e caótica.


Enganados estão os que acreditam que uma nova ordem mundial mudará o curso da história.  

Por que a história não pode co-existir sem o alfa e o ômega de sua existência.Tendenciosos os que crêem nas profecias já conhecidas por parte da humanidade.

Eu prevejo que ainda serei tolo por um bom tempo para deixar de ter esperança na vida.

Um ensaio sobre nada particular. E particularmente desconexo.

Acho que preciso beber para "vitiligar" as ideias que perambulam pela minha cabeça.

Tivera piolhos, o sertão seria sua pátria amada! E alguma calcinha perdida sua digníssima bandeira! Viva Che! Viva Marx! Viva a liberdade dos fios... emaranhados ou não!!!

quarta-feira, 30 de março de 2011

CORAGEM SANNIO C.! (Tommy Wine Beer)


"com sua sanidade deveras pode copular um cem número de pensamentos e opiniões que chocaram, desovaram e abusaram da compreensão inerte dos despercebidos." Renato Hell Albasini

INEGAVELMENTE, o fato do mês que termina é o "pé na bunda" que o colunista Sannio Carta deu em Porto Alegre. Cansou de seu burro capitalismo e suas garotas não mais inteligentes que isso. Como um Kurt Cobain exaurido, que poetava a volta à xoxota materna, Carta voltou pra Tapes-rs, sua terra natal.


Se "arreta" a Justiça ao dizer que Sannio é o cara mais importante deste bagaceiro blog que escrevemos. E o pitoresco disso, é que o carequinha não constava na minha seleta lista inicial de colunistas. Entrou por indicação da Preta! E ele não só foi um dos poucos sobreviventes da L.O.U.C.A., nestes mais de 2 anos, como também foi o cara que salvou o blog da morte, com sua produção interminável e invencível de colunas, advindas de sua brilhante cachola, uma verdadeira fértil buceta de ideias.


Várias vezes senti a L.O.U.C.A. quase brochando (pra usar uma expressão muito cara ao nosso amigo), daí o cara vinha e levantanva o blog como se fosse uma dose de Catuaba com amendoim, cocktail capaz de ressuscitar a mais decrépita piroca inimaginável (a do Niemeyer talvez).



Eu mesmo, que andei meio fodido das costas e de grana, acabei tendo que escantear minha atividade de colunista. Agora o meu cargo de editor, sempre procurei exercer com DILIGÊNCIA e perícia. Sim, o iluminado vagabundo envia os textos pra porra da minha conta de e-mail, e publico aqui. Dou uma revisada de leve no "portuga", o que, na real, nem caberia ao artista. Penso que um bom michê não deve se preocupar com manchas de porra no lençol!



E se essa coluna tem o intuito de CELEBRAR o nosso (anti-)herói. Termino, então, realçando um traço marcante de sua personalidade: sua coragem. (A verdade é que meus problemas não são só falta de ideias ou tempo. Tenho alguns textos escritos que ainda não ousei de postar, pq. sou um mega CAGÃO!) Agora com o Sannio é diferente, ele manda ver, tudo que lhe ocorre, qualquer faísca de insight doido que lhe assalte o espírito, vira palavra. Sannio é como o cara que vai ao toalete, dá uma bela cagada e só depois verifica se há papel pra limpar o rabo. Coragem Sannio!

domingo, 27 de março de 2011

O MITO (Sannio C.)

EDIÇÃO DE TEXTO: Tommy Wine Beer.

"o cara mais underground que eu conheço é o diabo" (Zeca Baleiro)


No quinto dia da criação do mundo.


Deus diante da sua soberana sabedoria resolveu inventar a sacanagem.

Chocados com a iniciativa de seu honorável mestre, os anjos resolveram criar um conselho a fim de destituir o velho esclerosado de seu cargo.


Esta história conta esta passagem incomum de nossa (?) história.

- Senhores! Ordem! Ordem! - proferiu o anjo com a balança em uma das mãos.

- Vamos deixar o nosso irmão Lúcifer expor o seu argumento!

Nisso levanta-se um ruivo franzino no meio das figuras aladas. E diz com voz de dragão:

- Obrigado irmão Miguel! Tu sempre foi o meu preferido! Senhores e senhoras... - olhando maliciosamente para alguns Querubins que observavam à tudo de trás de um arco-íris.

- Não podemos mais seguir este homem. - anjos confusos.

- Proponho que adoremos a cabra. É um animal tão dócil e bonitinho!

Antes que pudesse terminar o infeliz discurso Miguel puxou de seu "facão três listras" e tascou o dito no lombo do tinhoso. Causando um caos generalizado.

No sexto dia Deus criou o homem. O céu tremeu.

terça-feira, 22 de março de 2011

ULTIMATO (Uéslei Screeth)

                    
           



Ao chegar em casa me deparei com um ultimato. Uma folha deixada sobre minha cama dizia que se eu não escrevesse nada para a L.O.U.C.A. estaria demitido. Ok, fui contratado a contragosto e simbolicamente (não assinaram carteira e não ganho um tostão), mas já me sinto um escritor improdutivo. É que algumas coisas se passam em minha cabeça quando penso em escrever. Primeiro que não tenho nada para falar que todo mundo já não saiba. E se tivesse, pior ainda, porque teria que explicar como eu sei e os outros não (e isso dá cadeia). Outro problema é que considero o que há de nobre e de mesquinho nas minhas ideias tão intrincadas que se tendo dissociar fica piegas, e se não tento, não vale a pena ser dito.
Entretanto, à parte das minhas insatisfações com meu próprio pensamento, e de certa forma também sendo uma das minhas idéias insatisfatórias, a maior adversidade é que não tenho interesse algum pelo público. Quer dizer, se por qualquer circunstância eu pudesse produzir uma formulação genial, descobrisse um princípio iluminado, também não me aprazeria compartilhá-lo. Desconfio do público em sua inteligência e dignidade. Não o conheço e me parece tacanhamente razoável desconfiar do desconhecido. E aliás, no caso do PÚBLICO DA L.O.U.C.A., DESCONFIO INCLUSIVE DE SUA MATERIALIDADE, razão pela qual topei escrever estas linhas. E com elas espero salvar meu emprego.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Haikai... (Tommy WINE BEER)


A RELIGIÃO, RATO-RASTEIRO,

ROEU O ROCK

DO REI ROBERTO!

Sopro do Vento - Renato HELL Albasini


Há momentos que devemos meter o dedo na ferida, de enfiar a colher de pau na panela, que seja o pau à colher em momentos em que se deve esperar um pouco e na precipitação arrombar os caminhos que estão no horizonte. Desses momentos pode-se até conseguir uma broxada. Pode-se até gozar - nesses momentos - estremecendo os joelhos. Mas são momentos tão particulares quanto singulares à personalidade de cada um.

Nessas enfadonhas linhas, recrio a minha impressão fotocopiada pelo tempo de experiências e dsitâncias, o ode à "persona" que com sua sanidade deveras pode copular um cem número de pensamentos e opiniões que chocaram, desovaram e abusaram da compreensão inerte dos despercebidos.

Não é um puxassaquismo pagão, até porque não conheço o vivente ao vivo e muito menos a cores, mas um reconhecimento que logo ali, dobrando a esquina suas ideias tomaram o rumo bem mais amplo com uma bagagem de mão cada vez menos mas com o excesso em sua cabeça.

É apenas uma intromissão, uma penetração no andar das coisas, uma interrupção. Nunca uma interdição...

Salve a sintonia, salve a simpatia. Vá empurrado pelo sopro do vento....

Bob Dylan ao fundo...

sábado, 12 de março de 2011

Porto Alegre Troupe (Sannio Carta)


Poucos podem dizer que são amados pelos amigos. E tão poucos são os que os tem de verdade.
Me sinto verdadeiramente agradecido por eles. Sinto que nem sempre correspondo positivamente. Nem sempre atendo as expectativas: as minhas e as deles.
E escrevo isso. Não com a intenção de "rasgar uma seda" ou ficar fazendo "S2" eternamente. Escrevo pq. sinto.
Muitas foram as mazelas que passei. E sem a companhia deles talvez eu não conseguisse...
Alguém pode ler esse texto e pensar: " Merda! Mais um texto desse cara que eu não entendo nada"!
Não tenho a pretensão que entendam a complexidade da minha personalidade em poucas linhas.
E mesmo se muitas linhas fossem.
Poucos também são aqueles que as lerão (não que eu espere isso).
E talvez eu torne esse "textículo" tão confuso assim, só para depois poder rir escondido.
Mas vocês, seleto grupo de mambembes, arruaceiros, responsáveis pais de família (ou famílias),raparigas desorientadas, moças recatadas, físicos, desenhistas, chefes, secretárias, vendedores, vagabundos, advogados, poetas, prostitutas, bêbados, cidadãos de boa e de má conduta... amigos. Tentem me entender.
Já é hora de ir para casa. Bater em outra porta que não ainda a do céu.Em resumo...Como diria um (o) filósofo da beira do cais: Sejam felizes!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Édipo da Conceição (Sannio Carta)

Abrem-se as cortinas.
Há apenas um homem sentado em um banco de praça.Terno cinza.Barba por fazer há uns dois dias.
Gravata azul marinho.Camisa branca.Manchada de rubro.
Olhos tristes.
Homem: - Oh,vida inglória...
Ontem eu era dono da vila.
Hoje sou posto pra fora do barraco! (Chorando)
Entra um menina baixinha em um vestido branco encardido, com um pedaço de pão nas mãos.
Homem: - Quem se aproxima? (de sobressalto)
Menina: - Sou eu papai!
Homem: - Como eu vou saber se és quem diz que és?
Menina: - Sou eu papai!...Antígona! (sorrindo com ares de extrema servialidade, condolente até)
Homem: - Oh, querida filha (olhar vislumbrando o nada). Por que demorastes tanto para voltar?
Menina: - Vovó fez pão caseiro...Quer dizer, acho que mamãe o fez. (hesitando)
Menina: - Quis comer um pouco...
Homem: - Tenho fome!
Menina: - Tome papai. Pode ficar com esse pedaço. (alcançando o pão)
Homem: - Hmmm...bom (comendo feito um porco sem educação[diferente aos educados])!
Homem: - E teus irmãos? (falando de boca cheia)
Menina: - (virando os olhos) Agora que "a boca" não é mais comandada pelo senhor. (disfarçando, talvez para si mesma uma melancolia bizarra).
Menina: - Os dois estão disputando "à bala"(fazendo um gesto com os dedos, esquecendo da cegueira do pai).
Homem: - Filhos da puta!!
Homem: - Desculpa minha filha!...(caindo em si)
Homem: - É tudo culpa daquele pai de santo... (esforçando-se para lembrar)
Homem: - O Tirésias de Oxalá! (cospe no pé, sem querer)
Menina: - Esquece pai.Agora "já era".O tio tá cuidando dos negócios...
Menina: - E a porra da vida tem que continuar! (cospe no outro pé do cego)
Menina: - Ih...foi mal pai!
Homem: - Puta que pariu mesmo!! (Espreguiça-se no banco da praça)
Homem: - Vou dormir um pouco.Me deu um sono (bocejando)...
Menina: - Deve ser por causa do veneno! (sorri diabolicamente)
Passa o Caldre Fião.
Fecham-se as cortinas.

domingo, 6 de março de 2011

"BÊBADO" (por SANNIO CARTA)


Não vá tomar cachaça!
Não...antes que se arrependa!
vá...já que você não se emenda!
tomar...de tantos verbos o mais constrangedor!
cachaça...para entender o sonhador!
Não vá tomar cachaça!
Vá tomar no cu!!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

SEGREDOS (SANNIO CARTA)

- Ela prefere Heineken à um pedaço de pão! - fico ouvindo o Hamilton respirar do outro lado da linha. Enquanto desabafo:
- Eu não sei mais o que faço com essa garota. "Essa garota"! Soa tão nerd! Eu nem sei se você sabe de quem eu estou falando!- Você sabe né?! Continuo:
- Pois bem,...(estico o braço até o maço de cigarros).- Cara ela tá me deixando maluco! Esses dias ela apareceu lá em casa de moicano!Até ficou bonitinho e tal...Mas ela não podia ter me avisado antes? – esbaforo a fumaça do cigarro.- Bom, pelo menos parou com aquele papo de colocar silicone!Ela nem curte fazer uma "espanhola"! Que diferença vai fazer afinal?!- sigo fumando e falando:
- Não, não vou!Desde de que ela voltou a falar com a Selma, ela tá insuportável...- e sigo:
- Ãhãm!...O Pedro vai ir? Tô pouco me lixando! Se ela quiser dar pra ele...- É...- Eu já sabia!- Tá legal!Abraço!- e desligo o celular. A guria (figura de linguagem,vocês sabem),que está comigo,pergunta:- De quem você estava falando?- com uma carinha...- Não importa!-suspiro

É GUERRA (UÉSLEI SCREETH)


Talvez Marx tenha se equivocado quanto a Revolução Industrial. Mais que acirrar a luta de classes, ela criou um novo tipo de enfrentamento: entre as coisas que tem botões e aqueles que não sabem quais apertar. Eu, homem feito, com pelos do entorno do queixo aos contornos da bunda, sofro consecutivos revezes de um aparelhinho celular nesta contenda tecnológica. Nos últimos dias mensagens minhas se perderam à Conchinchina porque ignorava a seqüência exata de teclinhas, a dialética dos códigos de área e operadora. Mas estudo atentamente o inimigo e logo vou tomá-lo de assalto, esgotar sua bateria e arrebentá-lo na parede. Descobri que mídias flexíveis são frágeis contra concreto rígido. Aha!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

"O PÃO DO MORTO" (por SANNIO CARTA)

"No crepúsculo que se anunciava, pude olhar através de toda nuvem que ousasse nublar o quê eu sentira!" – Houve um grande silêncio depois que essas palavras foram lidas.

Podia sentir o suor escorregar lentamente pelo meu rego. E a bunda molhar-se, como quem acabara de gozar.

- Porra Cardoso! - gritou o homem que parecia rugir como um leão. Se bem que parecia mais um urso. Com todos aqueles pêlos e aquele cheiro estranho.

- Porra Cardoso!.... - prosseguia o homem. - Eu pedi pra você um final que desse crédito emocional a história. E aí você me vem com essa baboseira de crepúsculo! - sentando-se de uma vez só. Na cadeira acolchoada. E prosseguiu: - Crepúsculo é o caralho! Tá ouvindo? -enquanto isso eu me distanciava cada vez mais da sala do editor.

- Crepúsculo é a puta que o pariu!...- ficou resmungando o homem.

" Biiiizzzzzziiiihhhh! "!!!

- Fala porra! - esbravejou o editor ao telefone.

"- Sua mãe ligou. Disse que está no restaurante, ali da esquina. Esperando pelo Sr. - respondeu a secretária. Sem ligar pela falta de tato de seu chefe.

-Tá! Tá bom!... - disse o homem enquanto enfiava as mãos paletó adentro. Parecendo querer achar algo de valor.

- Obrigado Aninha!- e apressou-se para desligar o telefone.

Enquanto isso sua mão esquerda, gorda e suada, escapava das entranhas de seu paletó.
De lá saíram: chumaços de pêlos, dedos, anéis,...

E saiu também um papelzinho amassado. Um papel comum. De folha de caderno. De caderno pequeno. Daqueles... bem pequenos.

E em seu interior podia se ler:

“Nuvem”.

Epílogo

“- Porra Cardoso”!!!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

PUTANESCA (RENATO hell ALBASINI)


Putanesca.
Temperada.
Apimentada.
Essa sensação que desejo o desejo desse 2011.
Com a acidez e o fogo necessários.
Lingua amortecida.
Saliva.
Gosto.
Gozo.
Putanesca.
E esse ano será assim.
Desejo isso a todos.
Aos desejos de todos.
Em poucas linhas que escorrem pelas pernas dos apaixonados, apaixonantes e os amantes de momento.