quarta-feira, 30 de março de 2011

CORAGEM SANNIO C.! (Tommy Wine Beer)


"com sua sanidade deveras pode copular um cem número de pensamentos e opiniões que chocaram, desovaram e abusaram da compreensão inerte dos despercebidos." Renato Hell Albasini

INEGAVELMENTE, o fato do mês que termina é o "pé na bunda" que o colunista Sannio Carta deu em Porto Alegre. Cansou de seu burro capitalismo e suas garotas não mais inteligentes que isso. Como um Kurt Cobain exaurido, que poetava a volta à xoxota materna, Carta voltou pra Tapes-rs, sua terra natal.


Se "arreta" a Justiça ao dizer que Sannio é o cara mais importante deste bagaceiro blog que escrevemos. E o pitoresco disso, é que o carequinha não constava na minha seleta lista inicial de colunistas. Entrou por indicação da Preta! E ele não só foi um dos poucos sobreviventes da L.O.U.C.A., nestes mais de 2 anos, como também foi o cara que salvou o blog da morte, com sua produção interminável e invencível de colunas, advindas de sua brilhante cachola, uma verdadeira fértil buceta de ideias.


Várias vezes senti a L.O.U.C.A. quase brochando (pra usar uma expressão muito cara ao nosso amigo), daí o cara vinha e levantanva o blog como se fosse uma dose de Catuaba com amendoim, cocktail capaz de ressuscitar a mais decrépita piroca inimaginável (a do Niemeyer talvez).



Eu mesmo, que andei meio fodido das costas e de grana, acabei tendo que escantear minha atividade de colunista. Agora o meu cargo de editor, sempre procurei exercer com DILIGÊNCIA e perícia. Sim, o iluminado vagabundo envia os textos pra porra da minha conta de e-mail, e publico aqui. Dou uma revisada de leve no "portuga", o que, na real, nem caberia ao artista. Penso que um bom michê não deve se preocupar com manchas de porra no lençol!



E se essa coluna tem o intuito de CELEBRAR o nosso (anti-)herói. Termino, então, realçando um traço marcante de sua personalidade: sua coragem. (A verdade é que meus problemas não são só falta de ideias ou tempo. Tenho alguns textos escritos que ainda não ousei de postar, pq. sou um mega CAGÃO!) Agora com o Sannio é diferente, ele manda ver, tudo que lhe ocorre, qualquer faísca de insight doido que lhe assalte o espírito, vira palavra. Sannio é como o cara que vai ao toalete, dá uma bela cagada e só depois verifica se há papel pra limpar o rabo. Coragem Sannio!

domingo, 27 de março de 2011

O MITO (Sannio C.)

EDIÇÃO DE TEXTO: Tommy Wine Beer.

"o cara mais underground que eu conheço é o diabo" (Zeca Baleiro)


No quinto dia da criação do mundo.


Deus diante da sua soberana sabedoria resolveu inventar a sacanagem.

Chocados com a iniciativa de seu honorável mestre, os anjos resolveram criar um conselho a fim de destituir o velho esclerosado de seu cargo.


Esta história conta esta passagem incomum de nossa (?) história.

- Senhores! Ordem! Ordem! - proferiu o anjo com a balança em uma das mãos.

- Vamos deixar o nosso irmão Lúcifer expor o seu argumento!

Nisso levanta-se um ruivo franzino no meio das figuras aladas. E diz com voz de dragão:

- Obrigado irmão Miguel! Tu sempre foi o meu preferido! Senhores e senhoras... - olhando maliciosamente para alguns Querubins que observavam à tudo de trás de um arco-íris.

- Não podemos mais seguir este homem. - anjos confusos.

- Proponho que adoremos a cabra. É um animal tão dócil e bonitinho!

Antes que pudesse terminar o infeliz discurso Miguel puxou de seu "facão três listras" e tascou o dito no lombo do tinhoso. Causando um caos generalizado.

No sexto dia Deus criou o homem. O céu tremeu.

terça-feira, 22 de março de 2011

ULTIMATO (Uéslei Screeth)

                    
           



Ao chegar em casa me deparei com um ultimato. Uma folha deixada sobre minha cama dizia que se eu não escrevesse nada para a L.O.U.C.A. estaria demitido. Ok, fui contratado a contragosto e simbolicamente (não assinaram carteira e não ganho um tostão), mas já me sinto um escritor improdutivo. É que algumas coisas se passam em minha cabeça quando penso em escrever. Primeiro que não tenho nada para falar que todo mundo já não saiba. E se tivesse, pior ainda, porque teria que explicar como eu sei e os outros não (e isso dá cadeia). Outro problema é que considero o que há de nobre e de mesquinho nas minhas ideias tão intrincadas que se tendo dissociar fica piegas, e se não tento, não vale a pena ser dito.
Entretanto, à parte das minhas insatisfações com meu próprio pensamento, e de certa forma também sendo uma das minhas idéias insatisfatórias, a maior adversidade é que não tenho interesse algum pelo público. Quer dizer, se por qualquer circunstância eu pudesse produzir uma formulação genial, descobrisse um princípio iluminado, também não me aprazeria compartilhá-lo. Desconfio do público em sua inteligência e dignidade. Não o conheço e me parece tacanhamente razoável desconfiar do desconhecido. E aliás, no caso do PÚBLICO DA L.O.U.C.A., DESCONFIO INCLUSIVE DE SUA MATERIALIDADE, razão pela qual topei escrever estas linhas. E com elas espero salvar meu emprego.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Haikai... (Tommy WINE BEER)


A RELIGIÃO, RATO-RASTEIRO,

ROEU O ROCK

DO REI ROBERTO!

Sopro do Vento - Renato HELL Albasini


Há momentos que devemos meter o dedo na ferida, de enfiar a colher de pau na panela, que seja o pau à colher em momentos em que se deve esperar um pouco e na precipitação arrombar os caminhos que estão no horizonte. Desses momentos pode-se até conseguir uma broxada. Pode-se até gozar - nesses momentos - estremecendo os joelhos. Mas são momentos tão particulares quanto singulares à personalidade de cada um.

Nessas enfadonhas linhas, recrio a minha impressão fotocopiada pelo tempo de experiências e dsitâncias, o ode à "persona" que com sua sanidade deveras pode copular um cem número de pensamentos e opiniões que chocaram, desovaram e abusaram da compreensão inerte dos despercebidos.

Não é um puxassaquismo pagão, até porque não conheço o vivente ao vivo e muito menos a cores, mas um reconhecimento que logo ali, dobrando a esquina suas ideias tomaram o rumo bem mais amplo com uma bagagem de mão cada vez menos mas com o excesso em sua cabeça.

É apenas uma intromissão, uma penetração no andar das coisas, uma interrupção. Nunca uma interdição...

Salve a sintonia, salve a simpatia. Vá empurrado pelo sopro do vento....

Bob Dylan ao fundo...

sábado, 12 de março de 2011

Porto Alegre Troupe (Sannio Carta)


Poucos podem dizer que são amados pelos amigos. E tão poucos são os que os tem de verdade.
Me sinto verdadeiramente agradecido por eles. Sinto que nem sempre correspondo positivamente. Nem sempre atendo as expectativas: as minhas e as deles.
E escrevo isso. Não com a intenção de "rasgar uma seda" ou ficar fazendo "S2" eternamente. Escrevo pq. sinto.
Muitas foram as mazelas que passei. E sem a companhia deles talvez eu não conseguisse...
Alguém pode ler esse texto e pensar: " Merda! Mais um texto desse cara que eu não entendo nada"!
Não tenho a pretensão que entendam a complexidade da minha personalidade em poucas linhas.
E mesmo se muitas linhas fossem.
Poucos também são aqueles que as lerão (não que eu espere isso).
E talvez eu torne esse "textículo" tão confuso assim, só para depois poder rir escondido.
Mas vocês, seleto grupo de mambembes, arruaceiros, responsáveis pais de família (ou famílias),raparigas desorientadas, moças recatadas, físicos, desenhistas, chefes, secretárias, vendedores, vagabundos, advogados, poetas, prostitutas, bêbados, cidadãos de boa e de má conduta... amigos. Tentem me entender.
Já é hora de ir para casa. Bater em outra porta que não ainda a do céu.Em resumo...Como diria um (o) filósofo da beira do cais: Sejam felizes!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Édipo da Conceição (Sannio Carta)

Abrem-se as cortinas.
Há apenas um homem sentado em um banco de praça.Terno cinza.Barba por fazer há uns dois dias.
Gravata azul marinho.Camisa branca.Manchada de rubro.
Olhos tristes.
Homem: - Oh,vida inglória...
Ontem eu era dono da vila.
Hoje sou posto pra fora do barraco! (Chorando)
Entra um menina baixinha em um vestido branco encardido, com um pedaço de pão nas mãos.
Homem: - Quem se aproxima? (de sobressalto)
Menina: - Sou eu papai!
Homem: - Como eu vou saber se és quem diz que és?
Menina: - Sou eu papai!...Antígona! (sorrindo com ares de extrema servialidade, condolente até)
Homem: - Oh, querida filha (olhar vislumbrando o nada). Por que demorastes tanto para voltar?
Menina: - Vovó fez pão caseiro...Quer dizer, acho que mamãe o fez. (hesitando)
Menina: - Quis comer um pouco...
Homem: - Tenho fome!
Menina: - Tome papai. Pode ficar com esse pedaço. (alcançando o pão)
Homem: - Hmmm...bom (comendo feito um porco sem educação[diferente aos educados])!
Homem: - E teus irmãos? (falando de boca cheia)
Menina: - (virando os olhos) Agora que "a boca" não é mais comandada pelo senhor. (disfarçando, talvez para si mesma uma melancolia bizarra).
Menina: - Os dois estão disputando "à bala"(fazendo um gesto com os dedos, esquecendo da cegueira do pai).
Homem: - Filhos da puta!!
Homem: - Desculpa minha filha!...(caindo em si)
Homem: - É tudo culpa daquele pai de santo... (esforçando-se para lembrar)
Homem: - O Tirésias de Oxalá! (cospe no pé, sem querer)
Menina: - Esquece pai.Agora "já era".O tio tá cuidando dos negócios...
Menina: - E a porra da vida tem que continuar! (cospe no outro pé do cego)
Menina: - Ih...foi mal pai!
Homem: - Puta que pariu mesmo!! (Espreguiça-se no banco da praça)
Homem: - Vou dormir um pouco.Me deu um sono (bocejando)...
Menina: - Deve ser por causa do veneno! (sorri diabolicamente)
Passa o Caldre Fião.
Fecham-se as cortinas.

domingo, 6 de março de 2011

"BÊBADO" (por SANNIO CARTA)


Não vá tomar cachaça!
Não...antes que se arrependa!
vá...já que você não se emenda!
tomar...de tantos verbos o mais constrangedor!
cachaça...para entender o sonhador!
Não vá tomar cachaça!
Vá tomar no cu!!