sábado, 18 de junho de 2011

O TARDIO INSIGHT DE FTHC (Tommy Wine Beer)








Quem nunca se lamentou, posteriormente, de no calor de uma discussão não ter a lucidez de usar certo argumento, ou insulto? Acontece!

Com FHC foi diferente. Ou melhor com FTHC. Ele esteve por OITO ANOS com a caneta, e maioria frouxa no Congresso, até pra comprar parlamentares e aprovar a emenda da reeleição.

Agora, que tá “aposentado”, vem com essa ladainha de liberar as drogas! Pousando de político liberal e modernoso.

Mais ou menos modernoso, é verdade. Pois ele afirma nunca ter dado um tapinha num baseado!

Parece lorota! Papo de político! Ahã FTHC! Tem aquela do coelho da páscoa que caga ovinhos de chocolate. Ou a do papai noel que presenteia os ricos e cospe nos pobres. E a melhor: o bom Deus! Ah, deixa essa pra lá...

FTHC deve ter sido escoteiro, e aquela de colocar a mão sob a perna, até ela ficar dormente e depois bater uma punheta parecendo que é outra pessoa que tá masturbando o cara. Essa também por certo o FTHC nunca ouviu falar.

Agora alguma coerência existirá nisso. Pensa... pensa cabeção! Ahhh!!! Talvez por, anteriormente, associar-se ao satanismo dos DEMos; agora defenda o cigarro do capeta! Fraca!

Outra tese: puxar fumo também acarreta problemas de memória é o que dizem. Ajudaria então, as pessoas esquecerem o que ele disse e escreveu! É!

Só que o ex-presida não só quer a liberação da cannabis, ele quer a descriminalização de todas as drogas! Nem mesmo eu sou tão radical! Eu vedaria o consumo de Skol, Brahma e principalmente da Kaiser!

A verdade é que não sei o que levou o FTHC mudar de ideia. Chuto outra: culpa do Bob Dylan! Ele tocou no Brasil pouco tempo atrás. Ué, se ele fez a cabeça dos Beatles pode ter feito a do Fernando Henrique!

Confesso, pra mim, esse tema é importante pra caralho. Eu que sou um maconheiro. Um maconheiro em espírito, é verdade (Se bem que algumas vezes fumo por tabela)! Aliás, sou gay, negro e maconheiro em espírito! Sou gremista de fato, mas o seria em espírito se de coração não o fosse! Sou como aquele texto sobre Marcos... sou todas as minorias e maiorias descriminadas e espoliadas!

Ainda que a prostração da chapação de maconha me irrite um pouco e por outro lado a eloquência frenética do pó também me angustie, acho que tem que liberar geral! Autonomia da vontade véio!

Mas Kaiser NÃO! Aí é demais!
Os tempos estão mudando, já dizia o velho bardo maconheiro: liberação da MARCHA! FH e Tarso... Será que um dia os grandes traficantes ainda vão se ferrar? Duvido! Sempre tem uma ANISTIA pros ricos e pra direita. Torturadores ou degradadores do meio ambiente.

Sacanagem é ver aqui em POA mesmo, moleques de 12, 13 anos, sendo executados por dívidas e rixas envolvendo drogas! Ah, se FTHC houvesse tido esse insight um pouco mais cedo caramba!

Agora nos resta marchar com os maconheiros e FTHC então! Só que na real quem ”marcha” com a violência do tráfico são os POBRES! E haja cannabis pra esquecer! Ou a cachaça pra segurar este rojão como dizia o Chico, e como opera o Medina.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ensaio sobre a Vaidade - Sannio Carta



Não foi o jogar de seus cabelos ao lado que chamou a minha atenção. Nem as diminutas ancas de seu quadril esquálido.
Foram os seus olhos límpidos e cheios de vida. No seu livre descompromisso em não encantar a todos.
"Que pequena!"
Onde estavas tu quando eu me masturbava ontem à noite?
O que foi feito dos meus dias a perambular por entre as malocas, os chinaredos e as "casas de estudante"?
Ah!... Agora percebo a pouca falta que me faz "a cidade".
Sim, porque preferi a calmaria do interior querido, receptivo como buceta nova depilada, a cidade grande, com suas robustas potrancas do centro da cidade.
Mas confesso que não estou apaixonado. Não como esperariam que eu estivesse (o dono da bomboniere ou o meu ego talvez).
Não!! É apenas desejo fosco. Que se apaga rápido como a ereção do meu avô.
Rápida também foi a nossa conversa. Eu e a musa. Meu pau e a minha cueca.
No egoísmo do meu desejo insólito. Esqueci de perguntar o seu nome. De disfarçar meus traquejos. E de pagar a conta do bar.

UÉSLEI SCREET - "Apontamento narcisista contra a desgraça de ser completamente incapaz de escrever algo miseravelmente apreciável"



Humor pastelão: O que falta para sair algo sutilmente engraçado? Se não for assunto, que não seja inteligência.






Isso dói... Deus me livre do piadismo hollywoodiano, onde o estrondo do peido fala mais que os nuances do cheiro.






Ora, se eu não sou estúpido a culpa inevitavelmente será do público que, embora ainda inexista, pela simples razão da obra também não existir, desde já presumo medíocre demais para entender delicadas atoladas eróticas na cultura clássica e no ‘fabulário geral (...)cotidiano’ que eu bem ordenaria se houvesse quem bem compreendesse.






Oh! leitores imbecilizados que haverão de haver quando o presunçoso escritor houver de haver escrito, sereis minha criação. (A sabedoria digital do Microsoft Word não encontrou erros na frase anterior, prova que está bem redigida).




Publique isso se quiser. É a respeito de algo mais extenso que comecei a escrever a pouco tempo, uma farça biblica. Quando conseguir dar um bom acabamento a um pedaço te mostro.

sábado, 4 de junho de 2011

Prólogo à Notas sobre Contracultura (Uéslei Screeth)




Mal chegando do serviço já peguei o computador e boa quantidade de bebida, ambas as coisas com a intenção de executar uma última reforma num texto que nestes últimos três dias já foi tão revirado ao avesso que a versão atual lembra muito pouco a inicial. Não tenho lá tanta convicção de conseguir mais corrigir falhas que arruinar o valor que deixado estar teria.


Em pesquisas históricas gostava de trabalhar com crônicas e diários de viagem. Porém o objeto de estudos principal não era a factualidade dos relatos, debruçava-me sobre sua mentalidade intrínseca. Para isso partia do pressuposto de que um autor sempre expressa mais do que deseja, ou, melhor dizendo, não toma consciência da penetração do senso comum e de preconceitos pessoais no seu discurso. Considerando desta maneira o leitor-estudioso poderia decifrar pacientemente detalhes obscuros inerentes ao pensamento mais geral de certo tipo social em dada época, tanto mais satisfatoriamente quanto mais pudesse compreender a posição daquele escritor-objeto naquele seu momento criativo.


Incomoda-me produzir uma criação por meio da qual acredito poder posteriormente me tornar objeto e esta é a recorrente causa da ruína dos meus textos. De tanto tentar despistar minhas faltas acabo por descaracterizá-los. Isto não me passa batido nem quando o estou a fazer e é por este motivo que logo me enraiveço e elimino tudo. Não possuo guardado nem manuscrito, nem impressão, nem em mídia digital qualquer obra minha, nada sobreviveu a este processo de autonegação e autodefesa.


Por enquanto chega, daqui partirei para a dita reforma final. Ao concluí-la retomo rapidamente este ponto para uma consideração final.


Mudei coisa e outra sem realmente concertar nada. Percebi que subjetivamente pratiquei aqui um ideal da filosofia de Camus, qual se refere a confessar publicamente as faltas para transferir do réu aos potenciais juízes o peso da hipocrisia. Fatalmente, publicar na internet é a maneira mais segura de preservar estas criaturas deste inconstante criador, pelo que enviarei agora tanto este quanto o outro artigo ao editor antes que decida dar-lhes cabo.

Notas Sobre Contracultura (Uéslei Screeth)






Inspirado pelas musas da garrafinha, pretendi escrever algumas linhas jocosas em relação ao termo contracultura. Isto em resposta à pressão do editor que, perdidos seus melhores cronistas, exaspera-se com a falta de publicações na L.O.U.C.A. Também porque tal noção impica no viés utópico deste blog. Não concluí o que iniciei, resolvi escrever algo mais sério desta vez.


A questão diz respeito à distância entre a Contracultura como movimento histórico recente e suas reminiscentes manifestações contemporâneas. Aquele fenômeno social desenrolado entre os anos 50 e 70, possivelmente propelido pelo existencialismo de Sartre, amadurecido pela literatura Beat, generalizado pelo movimento hippie, e derrocado com a insanidade punk, embora amalgamasse vertentes e vertigens das mais variadas espécies, seguia uma linha fundamental enquanto contestação ao stablishment. A órbita destas manifestações girava em torno da emancipação comportamental e os envolvidos, de maneira geral, possuíam alguma consciência política do sentido de suas atitudes.


A força resultante da massificação destes movimentos transformou o stabilishment sem, no entanto, conseguir derrota-lo. O paradoxal desfecho deste confronto cunhou o complicado modelo de liberdade mansa que vivenciamos hoje.


Como numa paz honrosa a cultura dominante ofereceu permeabilidade às atitudes rebeldes conforme estas perdiam sua radicalidade política e acomodavam-se em parâmetros estéticos e nos redutos da vida privada, desmassificando-se. As liberdades individuais se afirmaram e as contraculturas conquistaram posição no panteão ideológico ocidental. Este, por sua vez, mesmo perdendo em homogeneidade, salvaguardou sua essência através da frutificação da sociedade de consumo, favorecida pela proliferação de nichos de mercado consequente às novas demandas dos novos grupos, desarticulados enquanto movimentos sociais e reformados em tribos urbanas.


Na década de 30 o samba necessitou se submeter a uma domesticação, desmarginalizou as letras para penetrar na radiodifusão que então se expandia. Hoje o funk carioca pode se apresentar de cara limpa e sem papas na língua. Independentemente da antipatia que conquistem, os comportamentos e expressões são tão livres quanto mais comercializáveis. Isto não significa nem abster conteúdo político, o selo Guevara é um mega sucesso mercadológico.

Quer dizer, portanto, que não importa quantos opositores uma manifestação albergue, o que interessa é quantos entusiastas se disponham a consumi-la. O casamento forçado entre os velhos interesses econômicos e as novas demandas emancipatórias deu luz a um mercado monstro que gradualmente abdica da imposição de padrões e concomitantemente capacita-se a absorver e manejar os que eclodem a revelia de sua iniciativa. Uma vez digeridos, explora ao limite seu potencial econômico.


O novo stablishment não reconhece inimigos, deseja abraçar tudo que cresça o bastante para chamar sua atenção. O que presenciamos é um sistema hermético que se retroalimenta com suas próprias erupções. Programáticas ideologicamente autonomistas esbarram na adversidade de necessitar surgir e popularizar, ou seja, massificar, sem sucumbir ao fetichismo sedutor deste mecanismo capaz de transformar densas filosofias em indeléveis drops de sabedoria. Inclusive a internet, ferramenta potencial da livre divulgação intelectual por habilitar qualquer indivíduo a ser e acessar mídia, estaciona perante a insuperável primazia instintiva do entretenimento em detrimento da conscientização.


As ações contraculturais remanescentes se dissipam em manobras quixotescas de perseguição à uma abstração que circula sutilmente por todos os espaços como uma nuvem de gás cuja natureza é a própria permutação. Acontece que antes a querela se dava contra um pensamento reacionário com posições fixadas. O problema com que nos deparamos agora é um regime mais afeito ao frenesi e à continuidade do movimento como máxima autossuficiente que á determinação de seu sentido.


Na verdade muitos elementos estão dispostos de forma confusa e o conservadorismo ainda está aí fazendo bastante barulho e legislando muito. Mas sua tangibilidade demonstra tanta debilidade que não custo a pensar que o próprio reacionarismo represente certa forma de contracultura às avessas naufragando em meio num mar turvo de ideias.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

“... E CUIDEM DAS CRIANÇAS!” (TOMMY WINE BEER)








Confesso estar muito DESCONFORTÁVEL nessa condição de PROTAGONISTA da L.O.U.C.A. Pensei até em colocar cartazes com o dizer WANTED e a foto do Hell pela Cidade Baixa. Tenho apelado ao Screeth, ele me garante que vai enviar a coluna sempre que tá de pileque, mas fica só no papo. Além de rezar para Jim Morrison e Charles Schulz (Snoopy) pelo eterno retorno do anti-Nietzsche Sannio Carta!
Desculpem o desabafo preambular, e vamos ao que interessa: Na real, o que eu quero dizer é que apesar de gostar muito de crianças tenho uma TEORIA: as crianças deviam nascer com CINCO ANOS (embora eu tenha de acolher o argumento screethiano, que rebate minha tese: o parto seria muito doloroso).
Mas como é difícil cuidar uma criança pequena! Elas caem o tempo todo e enfiam qualquer coisa na boca! E NÃO falam o que estão sentindo ou querendo! É uma angústia terrível pra mim! E é quase impossível convencê-las de algo. Quase tão difícil quanto convencer o Tuca de que ele tem tarefas defensivas e que deve passar a bola nas partidas de futebol.
Domingo passado fomos jogar bola na Zona Sul, (era o nosso time em campo: o nada temido LIVERPOLAR, esquete formado por craques na arte de beber cerveja) e a Preta levou sua sobrinha Lala, popular Lala Duendina, tem algo entre um ou dois anos, mais ou menos.


E a Lala FERVEU a tarde inteira! Primeiro, queria beber a nossa cerveja jamaicana. Decerto pensou ser água de Jamaica, a bebida predileta dos duendes! Depois, ela queria PITAR. Juntou uma bagana suja do chão e quase enfiou na boca. Essa é uma Oliveira PURO SANGUE, por certo argumentaria certa piadista non sense.
Falando sério, como é difícil vigiar uma criança pequena cara! Cheguei pensar em alvejá-la com dardos tranquilizantes. Brincadeira CLARO. Em criança só se bate com a marreta biônica do Chapolin Colorado (medroso, pateta... claro só podia ser colorado!)! Aquelas de mentirinha, de plástico que nem dói nada!
Agora essa coluna me deu um gancho pra falar de algo mais SÉRIO ainda: violência contra CRIANÇA. E não tem argumento mais fajuto sob o viés jurídico (sem nem cogitar o ético porra!) do que aquele do maldito senso comum: "é meu filho, educo como eu quiser, ninguém deve se meter". Bobagem oceânica! Nossa lei mais importante, a Constituição Federal de 1988, informa em seu artigo 227 ser TAMBÉM da SOCIEDADE o dever de assegurar à criança, COM ABSOLUTA PRIORIDADE o direito à vida, dignidade, respeito... além de colocá-los a salvo de toda a forma de violência, crueldade e opressão. Então, façam o favor: cuidem das crianças!