terça-feira, 25 de dezembro de 2012

UM CONTO DE NATAL (Tommy Wine Beer)



“Yeah yeah, glu-glu...glu-glu yeah yeah.” Sergio Mallandro


Véspera de natal. No interior da geladeira uma latinha de Heineken vazando, vai pingando gotas de cerveja sobre um peru, de repente o bicho retoma a vida.

Com um chute na porta da geladeira o peru consegue abri-la! Emborca a latinha furada. E rapidamente ele se torna mais forte! Músculos brotam em suas pernas e braços.

Ele abre o freezer e encontra mais cerveja! Bebe meia dúzia de latinhas. Seu corpo começa a crescer. Em poucos minutos o peru-mutante está com um metro e oitenta!

Encontra cigarros na mesa. Camel. Acende um. Quando vai colocá-lo na boca, dá-se conta de que fora decaptado. Então o enfia na bunda mesmo.

Escuta um barulho de passos. Esconde-se em baixo da mesa. Uma mulher ingressa na cozinha. O peru-mutante lhe ataca, mordendo-lhe a teta, arrancando-a fora. Ela cai. Morta. Era Silvana. A empregada da família. 622 pilas por mês. E 300 de crédito no cartão tri.

O peru-mutante sente cheiro da carne assando. Dirigi-se até o forno. Abri a porta. Há outro cadáver de peru no forno. Só que este tá mortinho da Silva! Agora ele está deveras puto! Abre uma gaveta e pega uma faca Ginsu. Como um monstro de seriado japonês dos anos 90, ele se transforma na mulher...

Toma o corredor da enorme casa. Subitamente é surpreendido pelo Dr. Tavares, que o ataca pelas costas, bolinando sua bunda e enfiando a língua em sua boca. E levando a mão do peru até seu pau. Neste instante o peru reage, arrancou-lhe a piroca. Dr. Tavares não iria mais foder ninguém, nem mesmo o contribuinte logrado por seus atos de corrupção na polícia.

Agora transformado no velho tira ele ingressa numa sala contígua. Há uma coleção de armas de fogo. Dirigi-se até as armas. Além de armas pequenas, há uma metralhadora. Com um bilhete escrito: “Encomenda pro Beto Zarolho, chefe da Boca...”

O resto da família joga cartas numa ampla sala, escutando canções natalinas na voz da Simone. O peru invade atirando contra os desgraçados. Vovô Klaus, apologista do nazismo, vovó Ofélia, fã do Aguinaldo Timóteo, tia Dulce machorra enrustida, a matriarca, Antonieta, que escondia coringas na calcinha mijada, o jovem filho, Kiko, blogueiro fracassado, a ninfomaníaca Valerie e tio Jorjão, vereador do DEM, todos morrem em segundos.

Ele toma o charuto da boca de Jorjão e o copo de uísque do vovô Klaus, atira na porra do aparelho de som. Olha para o antigo relógio. Tem que esperar por meia-hora ainda. Deita-se no sofá e relaxa, esperando pela chegada do ilustre convidado.

Estava tirando um cochilo quando ouviu o barulho na chaminé, o velho balofo e indefeso caíra sobre a armadinha com cacos de vidro que o diabólico peru fizera. As ofendículas instaladas tinham feito um belo trabalho. Noel havia batido as botas!

Tomou as escadas que davam pra cobertura. No heliponto estava estacionado o trenó. Girou a chave, dando a ignição e vazou pra Lima, capital do Peru.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

"Cerveja Gelada e Dois Escrotos Fumegantes" (Sannio Carta)




Prefiro pensar que não estamos sós neste mundo. Que cada um possui um mundo individual.

Hoje meu dia começou quando abri os meus olhos. Pelo menos, meu dia neste plano existencial.

Antes eu estava em meu mundo de sonhos. De sonhos fáceis.

Aonde eu ofendo todo mundo sem querer e me relaciono com mulheres razoavelmente inteligentes, promíscuas e mal resolvidas. Não muito diferente do meu mundo consciente...

Embora eu tenha uma cabeça que lembre um crânio extraterreno. Faço parte deste mundo mundano. Desta cueca sem pano.

Donde estamos expostos a nossas vergonhas e fraquezas a todo momento.

Pobre burguês que ri do índio sentado à beira da estrada. E acha super natural dar a bunda atrás do McDonald's.

Fui ao Élio, Sábado. E não tinha Heineken. Não tinha cachorro-quente. Mas estava entre amigos.

Apesar de eu ser comparado a animais lentos e pré-jurássicos. Minha língua estava tão ágil. Que eu acho que poderia, fazer sexo oral em duas virgens simultaneamente. Algo bem improvável...

Aonde eu iria encontrar duas virgens simultâneas (ainda mais na Cidade Baixa)???

Estava naquela noite garoenta (de garoa, inventei a palavra agora...), com um pressentimento agorento que eu não comeria ninguém (e não comi).

Mas estive no Élio, nas ruas multi-coloridas da cidade. Urinei no portão das casas. Fiquei de porre. Me masturbei e fui dormir.

E me falam que a vida não é boa. Para este tipo de pessoa: raspe a cabeça, peça um tempo a quem o consome. E recomece a viver.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Cachorro do Élio, Sannio Carta e Revolução! (Tommy Wine Beer)




O Cachorro do Élio reabriu PORRA!

Há boatos na Cidade Baixa, que o próprio Élio “fretou” um caminhão da Heineken para trazer Sannio Carta de Tapes ainda esse fimDE, pros festejos (re)inaugaratórios!


Nós, os (quase) sem perspectivas de revoluções, sem talento, sem porra alguma, pra lá nos dirigiremos pra beber, comer e bater papo...

Eis uma vitória dos pobres sobre os ricos! A luta de classes também se dá no campo da cultura e economia etílica, vaticino em tese sociológica digna de debate do Cachorro do Élio pós-5ª rodada de cerveja!

Chupa burguesia!

O Cachorro do Élio voltou! (Ângelo Tomiello)




"Reconquistar a força pra remar/ E navegar em mares de cerveja/ Embebedar o medo de arriscar / E navegar em mares de cerveja" (Wander Wildner)


Andava me sentindo um CANCERIANO SEM BAR... agora ouvi e li o boato que o Cachorro do Élio reabriu as portas à sua cliente sórdida maltrapilha mambembe!

Preciso fazer a averiguação in loco!

Não vejo a hora de retomar o convívio da convenção de barrigas decadentes gestando canções e cantadas que é o Élio: o pico mais democrático da CB.

Ah, e o povo enchendo a cara com pouca sabedoria (f.-se!)!

E lambusando a barba pseudo-mendiga na maionese e queijo ralado deliciosos!

Navegar num mar de cerveja barata é preciso pra viver!
Todos ao Élio, a contracultura chinelística de Porto Alegre tem a sua mesquita/sinagoga de novo! Go ahead!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Diários de Uma Guerra Particular (Tommy Wine Beer)



Tomei um pénabunda no trampo! Trabalhei como um condenado pra uns playboys de sorte durante dois anos. Contrariando todas as probabilidades:  tornei-me bom naquilo! Sem modéstia, era o MELHOR da equipe! Eu que durante todos os trezentos e vinte estágios que fiz, sempre fui um trabalhador mediocre: preguiçoso, relapso etc. Ia trabalhar de ressaca direto! Agora era um cara foda, até o Roberto Justus pagaria pau pra mim!
Havia mudado! Tornei-me homem! Acho. Um proleotário de primeira! Daí, eu que sempre fui um autodesconfiante por excelência, passei a desconfiar de minha autodesconfiança. Tava me achando o cara! E parecia que eu era caralho! Ledo engano! Não basta ser bom, e nem o melhor sequer, se você não é um funcionário MARQUETEIRO!
Puxar saco não é a minha infelizmente. Perdi meu posto pra uma vaca analfabeta funcional! Uma mina toda arrumadinha e nada mais... aconteceu que a aparência venceu a essência! O marketing suplantou a alma! A publicidade mandou a filosofia beijar sua bunda! Enfim,  a buceta suplantou o cérebro (novidade)!
Mandado embora da firma (escritório de advocacia) agora ando pelas ruas de poa de terno num calor de 50 graus procurando trampo.
Aquele cafofinho baixado na Cidade Baixa parecia tão perto (tava guardando a grana pra largar a pensão que moro no centro) agora ficou foda, por hora... raios triplos!!!
Sou bom, não quer me contratar?
Em meio à turbulência, resolvi fazer algo DUCARALHO: inscrição no processo seletivo do mestrado da Unisinos. Borsa de estudos claro!
Fiz a porra de um pré-projeto. Li uns 15 artigos e fiz uma prova. Na real, não tava tão bem preparado. Bem, é aguardar o resultado pra ver se vou pra próxima fase. Chance mínima, creio eu.
Depois da sacanagem na firma prometo que a próxima vez que ouvir um neo(nazi)liberal cagando regra de que na iniciativa privada impera a meritocracia e o escambau mando-o se foder de plano!
Meu sentimento anticapitalista recrudesceu porra! Se não fosse um baita cagão faria uma tatoo de Marx na minha nádega esquerda! Talvez assim a burguesia tenha alguma cautela ao chutá-la novamente.

A LIVRARIA PALAVRARIA, A LITERATURA PULP E CAFÉS COM TRAGO! (Ângelo Tomiello)



Eis duas palavras loucas formidáveis bonitaças: pulp e Palavraria!
A Palavraria é uma livraria bagualuda de quão formosa! Fica na Vasco da Gama, Bom Fim, Porto Alegre (registre-se o POA, pq. quem escreve para a LOUCA escreve para o Mundo! POA é uma cidade bacana à pampa, no sul do Brasil!).
O BR é uma miscigenação louca mesmo! Amálgama de tudo quanto é etnia... (acho que essa palavra roubei do Jorge Mautner!). É pau, é cu... é buceta (diria o bardo galego barba piolhenta do Otto!). O RGS é MASSA, nem pior, muito menos melhor, mais diferente do resto do país! E POA tem muitas cousas legalitas, basta garimpar!
Tipo a palavraria! Que fica no Bom Fim! Um lugar cheio de histórias (que eu não sei)! Noto que é um bairro classudo pacas! Com damas longilíneas, trajando uns panos da hora! E os cavalheiros, lembram o Anônimos Gourmet! O que eu sei é que o Bonfa já foi um motor-coração-buceta boemia da cidade!
E tem a PALAVRARIA! LIVRARIA CULT COOL FUDILOSA!!
E com uma cafeteria maneira!, com trago também e cafés misturados com trago! Acho que conhaque com café! Que grande barato!
E tem debates diários! Com lançamentos de livros ou discussão de temas literários! Grandessíssimo barato!
Enfim, daí eu pintei lá pra assistir um colóquio (bate-papo) sobre PULP´S! Havia um profe (gringo e com um quê de afeminado) e um moleque (acadêmico de LETRAS e especialista no assunto). E ficaram lá assuntando...
Eu ignorava o tema (novidade!) ao entrar naquela buceta literária quente, quente! A parada do pulp é o seguinte: o termo vem de polpa, polpa da madeira, papel mais barato!, papel chulo... tipo essa coleções Sabrina. Também chamam de literatura de rodoviária! É uma literatura “não culta” digamos.
O moleque contou uns aspectos pitorescos desse tipo de arte! Que muitas dessas obras, apesar do nome dos autores à primeira vista parecerem de norte-americanos, e as próprias histórias serem ambientadas nos EUA, os autores são brazucas e usam pseudônimos, sob o argumento editorial mercadológico de que autor nacional não vende!
O Tommy que manja do Bukowski me contou que o PULP do véio safado é uma homenagem a essa literatura! Que é outro livro bom né! Tem o lance do cinema noir que também influência a parada... mas não quero cair em intelectualismos maçantes.
Sei que o Tommy também almeja ser um “pulp-writer”. E o puta insight que tive na hora da palestra é que os blogueiros toscos, como ele e o Sannio Carta, na real, pra mim já o são!
Então blogs toscos, como o nosso, são uma espécie de nova literatura pulp! Foda né!?

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Calcanhar Calejado (Sannio Carta)





Insisto,


sei que vale a pena.


Consinto,

na possesividade excluída.


Persisto,

porque eu só tenho esta vida.


Desabo,

quando partes.


Caio,

quando fujo.


Não minto.

Não consigo mais chorar.

Não bato a porta.


Digo sim,

Insisto.


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

"Suposto Fórum Íntimo Do Carcará" (Sannio)







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Arrastava o rabo sujo em busca de uma porta entreaberta.
E minhas fezes se espalhavam pelo chão e pelas minhas calças.
Na minha vergonha e no meu nojo crescente.
Chorava e cuspia em meu rosto e no chão.
Urinava agora em minhas coxas.
E minhas mãos trêmulas, avançavam metro a metro, sobre o piso frio.
O chuveiro pingava as suas gotas de solidão.
Havia uma lembrança de um banho.
"Foi essa semana!"
O pentagrama pintado com sangue, escorre pouco a pouco no ralo do banheiro.
Minhas tripas fedem e pulam do meu estômago. Com toda a minha imundície.
Minha visão torna-se turva.
Há um fedor de carne decomposta, vindo do corredor.
Quero vomitar, mas não consigo.
"É assim que se parece a morte?"
"Como fede!"
Estou cansado.
Vejo um vulto alto.
Parece uma moça...linda!
Ela tem asas atrás das costas.
"Linda!"
Não consigo parar de chorar.
Ela se aproxima.
"Tão linda!"
"Brilha tanto!"
Beija suavemente meus olhos. Para a minha surpresa (agradável surpresa).
"Hmm..."
- Você é um anjo? - gemo.
- Não! - ela responde.
- Eu sou! - retruco.
Adormeço.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Também Quero Ver a Porra Jorrar! (Ângelo Tomiello)

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PORRA!!
Agora sou um agente da L.O.U.C.A!!
Aí então meu chefe, Tommy Wine Beer, me pediu que escrevesse uma coluna de apresentação aos leitores e grande público da L.O.U.C.A.
Assim, utilizando como mote a coluna que o senhor Beer escreveu intitulada “Ora quem Diabos é Ângelo Tomiello?” me apresento!
Sim, ainda sou um sonhador desavergonhado!
Sim, de cóóração mole como pudim!
Sim, de cérebro e estômago insaciáveis!
Sim, ainda um cara ½ errante!
Ainda a procura do som, do fedor e da loucura das ruas. Yes!
Lastimo já não ter a cama quente e um prato de comida  me aguardando na casa da vó em Ipanema.
Lastimo mais ainda não ter a querida vó!
Ainda me perco em devaneios de grandeza artística ao mirar os prédios da Cidade Baixa.
Nas noites quentes ainda almejo degustar super-porções de fritas com queijo do Perimetral, e Heinekens no finado Cachorro do Élio.
No mais, é escrever as colunas que Tommy já me encomendou!
Embora não me sobre tanto tempo assim pra escrever, devido as muitas tarefas que ele me exige, quase todas relacionadas à sua sede interminável.
Cafés, vinho, cerveja...
Mas ele quer as colunas!
É como ele mesmo diz “quero ver a porra jorrar”!
Eu também quero!

POLÍTICA NÃO DEVERIA SER O MESMO QUE FODER CU DE GATO (Tommy Wine Beer)

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“não dá pra diferenciar um louco de um são aí pelas ruas, e de repente, quando se vê, as nossas vidas dependem mais uma vez de verdadeiros idiotas. “ Charles Bukowski


Alienados em nível extremado não deveriam votar! 
 
Caramba, se o camarada não faz nem ideia da diferença entre direita e esquerda, ele não deveria votar. 
 
Devia sim é pular da ponte do Guaíba.

Nos últimos anos pensei muito nestes notáveis eleitores quando precisei de um tratamento urgente do SUS (quebrei um dente e puseram um algodão no buraco, por exemplo). Ou quando esperei uma porra de um ônibus aos fins-de-semana ou de madrugada.

Minha sorte é que ainda não precisei dos serviços públicos carcerários!

Bem, sobre os eleitores é o seguinte: se você herdou seu pensamento anti-esquerda por osmose de seu papaizinho e mamãezinha, que lhes pagam o aluguel, estudo e os bifinhos, bem, você deveria se envergonhar disso e também não ir votar.

Saiba que você não é liberal, capitalista, socialista ou trabalhista. Você é um bundamolista! Ou um babaquista!

Agora se você é um direitista convicto ok. Respeito. É do jogo político. A velha luta de classes.

Não sou um maniqueísta. Acredito, inclusive, que possam existir pessoas de direita honestas. Todavia não existem partidos de direita honestos no br. 
 
Logo, se você é um direitista honesto man, se tá fodido. Sugiro que anule seu voto, vote em branco. E não perca tempo. Funde um novo partido de direita! Uma espécie de PSOL de direita, um partido que se preocupe com o combate a corrupção e que seja formado de pessoas com algum idealismo, algum pensamento crítico, só que com um programa de direita, liberal ou conservador.

Não quero acreditar na frase do meu pensador alemão predileto. Não é Marx, nem Nietzsche. É o velho Bukowski! Que sentenciou “política é o mesmo que foder cu de gato.”

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Carta à LOUCA (Sannio)






Querida Louca:

Pensei muitas vezes em escrever-te.
Vejo agora, que mesmo que eu transcorra todos os meus manifestos e sentimentos. Não me entenderás.
E como poderia?
Teus olhos que conheceram uma inacabável série de fenômenos, casos, causos...
Ainda assim, não saberia distinguir meu sarcasmo da minha honestidade.
Pobre louca, que tantas vezes foi comparada a minha própria insanidade.
Definha agora sem prantos na partida.
Está morta e viva.
Dentro de mim.
Foi minha amiga muitas vezes também.
Meus ouvidos e meus olhos.
Minha boca, em meus dedos.
Não sou bom de despedidas.
Tampouco, em aceitá-las.
E você que nunca foi minha.
Assim como as outras.
Não és minha, nem nunca será.
Amaldiçôo o dia que te conheci.
Pois me mostras-te a liberdade.
E agora pereço.
No silêncio.

Da minha consciência (onde quer que ela esteja).

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Epílogo (Sannio)




Tempo.
Condição de quem tem.
Nenhuma ligação emocional aparente.
Esquina com a Duque encontram-se os artistas.
E seus egos.
Seus cortes de cabelos de Lego.
Suas calvícies insuficientes de vitaminas.
E de uma genética melhor.
Vaidade, vaidades.
De todas as idades.
Excentricidades.
Um suicídio comentado.
E o ego deixado de lado.
Minha esquina agora tem menos carros.
Que sarro, o catarro.
Atirado no ar, sem lago.
Nem lagoa sequer.
Laguna por certo.
Decerto lembrada por um bom geógrafo.
Filósofos sem diplomas comentam as novidades da cidade.
Fofoca.
Não importa.
Estou bem.
E fecho a porta.
Adiós!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

CIDADE BAIXA EM CARÁTER CONTRACULTURAL ou A "CB" QUE QUEREMOS! (Tommy Wine Beer)

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O prefeito de poa (PELO PROVINCIANISMO, PELO BUNDAMOLISMO A CIDADE MERECE SER GRAFADA ASSIM MESMO, "poa", ABREVIATURA EM LETRA MINÚSCULA, PORRA!), Fortunatti-PDT, desenvolve um projeto de escoteirização da Cidade Baixa.
É, quer torná-lo um bairro escoteiril! Fechando os bares que vendem cerveja barata (como o Cachorro do Élio, ora e a porra da autonomia da vontade?, deixa o povo se “droguear” se quiser, adorava a porra do delicioso semi-insalubre cachorro quente do Élio!). Acabando com o único socialismo que deu certo: o socialismo etílico.
Ainda que haja a luta vã de alguns quixotes, em transformar a província num lugar menos bunda mole, na real, falta a poa mais pau-durescência! Porra, o cara olha revistas e vê bairros boêmios pelo mundo afora, locais onde moram um monte de artistas! Lugares aparentemente agradáveis pra chuchu! E pq. não podemos ter isso aqui!?
Quase tudo é caro e bobo aqui! Exceto por alguns lugares caros e bacaninhas.
Quando moleques, Garça, meu primo, e eu, vínhamos de Ipanema passear na CB, para nós, “C.E”, era a Cidade Experimental! Em nosso imaginário semi-interiorano (pq. Ipanema era/é um cu virgem), a CB era um lugar louco do caralho onde a experimentação etílica, sensual e artística era elevada a condição de lei, de religião!
Caramba é o lugar onde, no passado, servia de esconderijo aos escravos fugitivos e aos “bandidos”, UAU!
Tomávamos nossos porres de ordinários vinhos e tentávamos bater papos com outros “subterrâneos”. Falar de livros, biras, filmes, sexo, política, contar lorotas. Era um grande barato!
A prefeitura tinha que desapropriar as residências dos chatos, mandá-los pro Belém Velho talvez!
Tem um material da Fernanda Melchionna, a pessoa mais coerente na defesa da CB, candidata/vereadora do PSOL, defendendo a Cidade Baixa como bairro cultural. Eu vou além: quero a CB como bairro contracultural!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

"OS BLUES" DA CIDADE BAIXA (Tommy Wine & Beer)



Eles estão por aí, "Os Blues" da CB. Nos inglórios butecos mais sujos da CB. Ou nas calçadas semi-privatizadas da CB. E sempre incomodados pelas autoridades. 
Tomando um trago, inventariando os estragos e praticando um monoteísmo cujo deus é o ALEATÓRIO. O aleatório que é um bebê bêbado brincando com a ampulheta do seu tempo.
Batendo nas costas de outros irmãos "Blues" decaídos, e dizendo:
“Força man! Daqui a pouco o vento muda de lado e lhe sopra uma NOVA PERGUNTA!"
Ou Gritando:
“Buk está morto, SUA OBRA NÃO!" 
Senão sub-filosofando e exigindo brindes...
Brinde a(o) Carta, ao Inferno! Brinde ao tempo! Que ainda é o MESMO TEMPO  de Dylan, de Leonard Cohen! Todas essas “véias” que ainda CRIAM e ainda chacoalham seus caralhos aditivados de azul.
E pedindo mais uma Polar ESCURA e FORTE. O próximo brinde é em homenagem aos átomos, ao montão de átomos que há por aí ... Prontos pra formar coisas fantásticas ...Que você também vai curtir!
Ainda que o tempo nos sufoque daqui à 4 horas numa esquina do futuro onde tem uma parada do C2.
E a única conclusão só poderia ser que tudo vai pro espaço mesmo! Ao gastar os últimos 5 contos do seu cartão de débito, às 3 da manhã de uma segunda-feira.
Mas pra que dormir?, se em sonhos "Os Blues" nem são tão tristes assim.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

"O Instinto Crepúsculiano E A Despedida De Caxias" (Sannio)‏


Absorvido pela contracultura local.

Fatigado da rotina beat.

Jovem, acima do peso e ocioso da sociedade.

Não que eu fosse punk ou hippie.

Ou fizesse parte de alguma tribo.

Minha seita era uma gaita de boca emprestada, a pouco roubada.

E minha fé escoara de volta para mim.

Como a urina escoa por entre as pernas dos bêbados.

Deitados sobre os bancos de praças.

Quase arrulhava com os pombos.

Sozinho, sem amigos por perto.

Caminhava deserto.

Em um caminho, que decerto houvesse de encontrar.

Quando me deparei com uma boate aberta.

Uma inauguração de casa noturna.

E no seu interior, figuras soturnas a se esconderem no gelo seco.

Fumaça, que se confundia com a do cigarro.

Carros que estacionavam.

E uma promessa de show ao vivo alegrava tudo isso a minha alma.

E meu corpo, dava sinal de vividez.

Ao rebolar das dançarinas seminuas.

Não era mais na rua que perambulava o meu pensamento.

Era aqui dentro, e o membro imenso (leve exagero poético) a contorcer-se nas calças um amigo de ocasião.

De coincidência, de fato.

De fato, o acaso me sorteava.

E eu sorria do sortilégio, de ter nesse amigo, algum crédito.

Uma dívida de cerveja.

Que eu sabiamente me comprometi a acertar na semana seguinte.

Visto que estaria quilômetros de distância.

Em outro estado, na Bahia para ser mais exato.

De viagem marcada, dívida enterrada...

Uma das, inclusive.

Já que pagara meu amigo de bairro, a qual eu devia.

Com um telefone estragado.

E certamente não havia de esquecer outra dívida pendente.

Com um homem, que nunca foi meu amigo.

Que eu nunca cogitei em pagar.

Que talvez, eu nunca mais o visse.

E tranquilo com meus calotes planejados.

Esperava ansioso a saída das dançarinas.

Para um encontro arranjado.

Esperança criada pelo meu amigo de copo.

De fato e circunstância.

De inocência e generosidade.

Bêbado.

Há doze anos (2000).

Distante.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Melancolia (Sannio Carta)



Não estivesse a alma em sublime transcendência ascendente.
Em elevação contínua e desabrochar constante.
Murcharia em essência, em morna existência.
Em dormência e deixaria de existir.
Suspiraria indolente.
Morreria superficialmente.
E silenciosamente tombaria.
E o corpo, coitado.
Feito do leito amargo.
Pária entre lençóis.
Uno, duplo, em tríade.
Eunuco.
Virgem.
Assombrado pela própria culpa.
Inocente do próprio karma.
Carnal e sanguíneo.
Muscular e energético.
Dialético estafante:
Ser.
Fantasma de fronte a caveira.
Esqueleto sentimental.
Cinza, pó e fé desperdiçada.


domingo, 5 de agosto de 2012

"PEIXE GRANDE" (Tommy Wine Beer)




Você está sublimemente vivo!

É um maldito peixe entre milhões

de anzóis sacanas.

Todavia, está vivo!

 

Seu coração ainda bate man!

Nenhuma mulher destruiu-o

AINDA!

Cuidado, clitóris é um tipo sacana de anzol também!

 

Por outro lado, o poema escrito do jeito que você quer, o redime!

E andar pelas ruas à noite como você quer, o redime!

Uma dose qualquer o redime!


Redimido, infla-se sua glande de paz!

E a paz é o gozo dos gozos!


Você está formidavelmente vivo PEIXE GRANDE!



sábado, 4 de agosto de 2012

" Histórias Verídicas Que Provavelmente Nunca Aconteceram" (Sannio)

 

 

PARTE II - "AS PROSTITUTAS QUE EU AMAVA"

Som de fundo:“Free Bird" (Lynyrd Skynyrd)


 

Eu havia pago a minha dívida de fumo com o vizinho de bairro.


 

E já estava na hora de voltar a visitá-lo.

 

O apartamento permanecia o mesmo.

 

Malas e bagagens de todos os tipos espalhadas pela casa.


Poucos móveis.

 

Sofás, no estilo "sofá da vovó".

 

Para uma pessoa.

 

De couro.

 

Lembro que eram de couro.

 

Ainda era o mesmo apartamento de solteiro.

 

Espaçoso, estranhamente charmoso e bagunçado.

 

E meus olhos inchados, buscavam um raio de sol, por entre as vidraças.

 

Mais uma aula de cursinho que eu não havia assistido.

 

E um lento acréscimo de sociabilidade se avivava em meu âmago.

 

Simpaticamente ou cinicamente, não lembro...

 

Cumprimentei um de seus colegas de apartamento.

 

E entre cigarros, esperei ansioso, pela chegada das "meninas".

 

Chegaram um pouco depois.

 

Com seus sorrisos e seus perfumes.

 

Suas frustrações e suas carências.

 

E nós estávamos lá, por elas.

 

Todos com seus passados que traziam saudades.

 

Olhares melancólicos e solidários.

 

Vivendo na mediocridade da sociedade.

 

Felizes, por terem uns aos outros.

 

Por um breve tempo.

 

Até que enjoássemos uns dos outros.

 

O que não demorou muito para acontecer.

 

Em poucos meses, eu viajaria para outro estado.

 

Mudando de telhado.


De asas abertas.