quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Diários de Uma Guerra Particular (Tommy Wine Beer)



Tomei um pénabunda no trampo! Trabalhei como um condenado pra uns playboys de sorte durante dois anos. Contrariando todas as probabilidades:  tornei-me bom naquilo! Sem modéstia, era o MELHOR da equipe! Eu que durante todos os trezentos e vinte estágios que fiz, sempre fui um trabalhador mediocre: preguiçoso, relapso etc. Ia trabalhar de ressaca direto! Agora era um cara foda, até o Roberto Justus pagaria pau pra mim!
Havia mudado! Tornei-me homem! Acho. Um proleotário de primeira! Daí, eu que sempre fui um autodesconfiante por excelência, passei a desconfiar de minha autodesconfiança. Tava me achando o cara! E parecia que eu era caralho! Ledo engano! Não basta ser bom, e nem o melhor sequer, se você não é um funcionário MARQUETEIRO!
Puxar saco não é a minha infelizmente. Perdi meu posto pra uma vaca analfabeta funcional! Uma mina toda arrumadinha e nada mais... aconteceu que a aparência venceu a essência! O marketing suplantou a alma! A publicidade mandou a filosofia beijar sua bunda! Enfim,  a buceta suplantou o cérebro (novidade)!
Mandado embora da firma (escritório de advocacia) agora ando pelas ruas de poa de terno num calor de 50 graus procurando trampo.
Aquele cafofinho baixado na Cidade Baixa parecia tão perto (tava guardando a grana pra largar a pensão que moro no centro) agora ficou foda, por hora... raios triplos!!!
Sou bom, não quer me contratar?
Em meio à turbulência, resolvi fazer algo DUCARALHO: inscrição no processo seletivo do mestrado da Unisinos. Borsa de estudos claro!
Fiz a porra de um pré-projeto. Li uns 15 artigos e fiz uma prova. Na real, não tava tão bem preparado. Bem, é aguardar o resultado pra ver se vou pra próxima fase. Chance mínima, creio eu.
Depois da sacanagem na firma prometo que a próxima vez que ouvir um neo(nazi)liberal cagando regra de que na iniciativa privada impera a meritocracia e o escambau mando-o se foder de plano!
Meu sentimento anticapitalista recrudesceu porra! Se não fosse um baita cagão faria uma tatoo de Marx na minha nádega esquerda! Talvez assim a burguesia tenha alguma cautela ao chutá-la novamente.

A LIVRARIA PALAVRARIA, A LITERATURA PULP E CAFÉS COM TRAGO! (Ângelo Tomiello)



Eis duas palavras loucas formidáveis bonitaças: pulp e Palavraria!
A Palavraria é uma livraria bagualuda de quão formosa! Fica na Vasco da Gama, Bom Fim, Porto Alegre (registre-se o POA, pq. quem escreve para a LOUCA escreve para o Mundo! POA é uma cidade bacana à pampa, no sul do Brasil!).
O BR é uma miscigenação louca mesmo! Amálgama de tudo quanto é etnia... (acho que essa palavra roubei do Jorge Mautner!). É pau, é cu... é buceta (diria o bardo galego barba piolhenta do Otto!). O RGS é MASSA, nem pior, muito menos melhor, mais diferente do resto do país! E POA tem muitas cousas legalitas, basta garimpar!
Tipo a palavraria! Que fica no Bom Fim! Um lugar cheio de histórias (que eu não sei)! Noto que é um bairro classudo pacas! Com damas longilíneas, trajando uns panos da hora! E os cavalheiros, lembram o Anônimos Gourmet! O que eu sei é que o Bonfa já foi um motor-coração-buceta boemia da cidade!
E tem a PALAVRARIA! LIVRARIA CULT COOL FUDILOSA!!
E com uma cafeteria maneira!, com trago também e cafés misturados com trago! Acho que conhaque com café! Que grande barato!
E tem debates diários! Com lançamentos de livros ou discussão de temas literários! Grandessíssimo barato!
Enfim, daí eu pintei lá pra assistir um colóquio (bate-papo) sobre PULP´S! Havia um profe (gringo e com um quê de afeminado) e um moleque (acadêmico de LETRAS e especialista no assunto). E ficaram lá assuntando...
Eu ignorava o tema (novidade!) ao entrar naquela buceta literária quente, quente! A parada do pulp é o seguinte: o termo vem de polpa, polpa da madeira, papel mais barato!, papel chulo... tipo essa coleções Sabrina. Também chamam de literatura de rodoviária! É uma literatura “não culta” digamos.
O moleque contou uns aspectos pitorescos desse tipo de arte! Que muitas dessas obras, apesar do nome dos autores à primeira vista parecerem de norte-americanos, e as próprias histórias serem ambientadas nos EUA, os autores são brazucas e usam pseudônimos, sob o argumento editorial mercadológico de que autor nacional não vende!
O Tommy que manja do Bukowski me contou que o PULP do véio safado é uma homenagem a essa literatura! Que é outro livro bom né! Tem o lance do cinema noir que também influência a parada... mas não quero cair em intelectualismos maçantes.
Sei que o Tommy também almeja ser um “pulp-writer”. E o puta insight que tive na hora da palestra é que os blogueiros toscos, como ele e o Sannio Carta, na real, pra mim já o são!
Então blogs toscos, como o nosso, são uma espécie de nova literatura pulp! Foda né!?

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Calcanhar Calejado (Sannio Carta)





Insisto,


sei que vale a pena.


Consinto,

na possesividade excluída.


Persisto,

porque eu só tenho esta vida.


Desabo,

quando partes.


Caio,

quando fujo.


Não minto.

Não consigo mais chorar.

Não bato a porta.


Digo sim,

Insisto.