quinta-feira, 27 de junho de 2013

Improvável Vocação (por Tommy Wine Beer)



Cansado de ser um homem-da-lei
ele está decidido
tem 33 anos
vai ser um compositor
vai fazer canções capazes
de comover Deuses e assassinos
Nunca tocou violão
ou nenhum outro instrumento
musical qualquer
MAS ESTÁ DECIDIDO, ATÉ PQ. ORA, TEM 33 ANOS
VAI SER UM COMPOSITOR!
Montou um plano até:
Primeiro vai ouvir e estudar
todas as canções de Bob Dylan
Depois vai ouvir muitas pessoas
e suas histórias
vai ouvir velhos, bêbados, loucos, animais 
e ladrões
Depois vai ler uma lista de 20 romances
em seguida, lerá outros 10 compêndios
de filosofia, intercalando com outros
vinte de poesia
logo, trabalhará em serviços ruins
vai sofrer como seu povo sofre, e
amará uma mulher e beberá um pouco também,
depois disso comporá as letras de 21 canções
pra quem sabe um dia comprar um violão folk.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

A Filosofia da Salsicha (por Tommy Wine Beer)






Na minha família,
antigamente,
Conta-se que
os adultos levavam
as crianças
Para passear e
OLHAR “ricos”
comer cachorro-quente
e beber
uma Coca.

Pois bem
aqui estou
eu agora,
No Élio!
Comendo um dog
loucamente saboroso
Eu,
um descendente direto
dos “espectadores de degustação
de cachorro quente!”

E tenho
esse pão fofinho,
como bochechas de bebê
com molho de tomate
e a salsicha!

Tudo isso
em minhas mãos.

Sobretudo
a salsicha,
símbolo de meu Poder!

Eis que agora
embriagado desta emoção
Penso até mesmo
em uma filosofia da salsicha!
Metáfora da alquimia
de tudo que é ruim,
ignóbil...
Como eu,
e os meus
de meu sangue
amalgamado (wop -portuga-negro-índio...)
Fazendo das tripas e papelão
Transmutação em poesia-gustativa
Eis a lição
que a salsicha ensina.

O Cãozinho e o Diabo (por Tommy Wine Beer)



 Para Alexandre Garça Wine Beer, "O diabo em forma de gente"!!


Acompanhei os últimos momentos
da vida de um cãozinho.

Parecia louco,
correndo na contramão,
de uma avenida movimentada
da cidade.

Era frágil, bonito
e branquinho como a neve.

Sofreu um duplo atropelamento!

No primeiro, estatelou-se no asfalto
contorcendo-se em dor;

Depois, ainda caído
um segundo automóvel
o pegou!
restou o rabinho
em frenético movimento
por alguns segundos ainda;

Naquele ambiente funesto,
olho para o lado e vejo
ele em tão eufórica satisfação
O diabo em forma de gente!

Escrito em 11/03/2008