domingo, 25 de agosto de 2013

COBERTURA “GO(N)ZO” (QUIÇA BOZO) JORNALÍSTICA DOS SARAUS UNDERGROUND’S DE PORTO ALEGRE (Tommy Wine & Beer)




 
 
 
Tudo começou quando encontrei Sandro Barba na festa do “Largo Vivo”, sábado dia 17:

“Agentes da LOUCURA (sic) então!”

“Sim man!”

“Cara vocês são perfeitos para ler no Sarau do Bar do Russo!”

“Ok man, irei lá ler alguma coisa!”

***

Na quarta eu voltava de Gravataí, onde trampo, no SOGIL popular 4 pila e 75 cent’s a passagem.

Só eu e mais um malungo.

Sabia que conhecia o sujeito de algum lugar...

Bactéria!!!

Daí apertei sua mão e perguntei o que ele estava indo fazer em poa.

Expor suas camisetas num evento de leitura de poemas no bar ECLIPSE que fica na José do Patrocínio, Cidade Baixa.

Já me convidei...

***

Passei no MISTER XIS pra um aquecimento...

Alemão me serviu duas doses ogras de Valessa, a vodka dos durões.

Me fez ouvir Neruda.

Tomei ainda uma cerveja e fui pra leitura...

***

No Eclipse...

Havia um círculo de cadeiras, um bom número de jovens e a presença do manda-chuva – que bebia um cafezinho – Pedro  – poeta de primeira!

Me apresentei: “Sou Tommy Wine & Beer, e escrevo com meus cupinchas no blog Agentes da Louca...”

Comecei com “Coração Gripado Blues”, um poema humorísticamente triste que escrevi.

Lembro de ter ouvido muitas risadas, embora para mim seja um verso triste quando falei “Deus mijou na harmônica (gaita) de Bob Dylan”.

Depois ataquei com “Lust Luxe” do Hell e aí acho que ganhei a plateia, com a sucessão vertiginosa e alucinante de verbetes eróticos que o poema informa, do naipe de:

Dizer sim, querer o não, coito, orgasmo solidão, Prosmicuidade, Penetração.... Luxúria, Prevenção, Fantasias, Diversão...

Cada vez mais bêbado, li o meu “OS BLUES DA CIDADE BAIXA” - afinal estávamos ali na grande vagina boemia e cultural de Poa -, texto no qual GRITO:

“BUK ESTÁ MORTO SUA OBRA NÃO!”

Um moleque se inspirou e leu um poema do velho safado...

Lembro de um notável jovem poeta de nome Alex ler um interessante poema de protesto no qual dizia cobras e lagartos contra o seu velho pai conservador... pena não lembrar os versos.

Por fim, deixei para ler algo da estrela máxima – Sannio - seu clássico “Carta ao Coração” para o final e quando terminei com:

“Um dia eu ainda te perco de vez

Enfim, são só tolices...”

Senti um embargo em minha voz, observei que uma garota sorriu para o seu namorado e ele beijou-a, e vieram as palmas PORRA!

Depois fui embora, comi um cachorro-quente do Élio e o vomitei em meu maldito quarto de 250 pratas por mês.

                                                                    ***

Daí na sexta fui pro SARAU DO BAR DO RUSSO, no Bar AVENIDA, na Bento.

Lá o ambiente era muito mais etílico-anárquico.

Destacaram-se dois bons leitores, Iuri o mentor do evento, e um outro rapaz, um tanto rechonchudo e de língua presa...

Ainda estava lá o tal Alex que mais uma vez dominou o palco e hiponotizou a plateia!

Desafiado a ler, “subi ao palco”, na real, um banco de pedra e declamei de cabeça, um dos meus haikus:

“Imagina menina

Vou pintar um Guernica seminal

Nas paredes da tua vagina”
***

Foram Grandes Baratos!
 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Dica Para Quem Gosta de Música e Não Fica só no Radinho, Renato HELL Albasini

Eu tenho um blog de músicas do mundo. Que tenta de alguma forma, pesquisar sons diferentes de lugares idem.

Quem tiver bons ouvidos e mente aberta, aqui está a dica:

www.hellsbeat.blogspot.com
Senão fique ouvindo o rádio, TOP TEN...

domingo, 18 de agosto de 2013

História Negativa (por Felipe Mutley)



Foto de Tommy Wine & Beer

No meu quarto entra o Bixo-Papão quando estou dormindo. Ele o vasculha a procura da foto da minha ex-namorada, que estuda na Capital e vive com um ex-combatente da guerrilha afegã que expulsou os soviéticos de lá.
No Afeganistão ele conheceu o Rambo, que lhe ensinou a construir uma bomba com biodiesel e fotos de... mulher pelada. O Magaiver que ensinou a Rambo como construí-la, mas primeiro a mim.
O importante é que a foto da minha ex está bem escondida. O Bixo-Papão pensa que estou dormindo. Vai ter que me tocar para me pedir a foto. Mas nem sob tortura, choque nos testículos, agulhas nas unhas, pedra de sal grosso na uretra, não darei a foto da minha ex nua, que tirou a roupa para mim e outras coisas mais, ao inutilmente aculturado Bixo-Papão. Porque o efeito colateral dessa bomba é que a mulher da foto usada em sua fabricação vira puta logo que a bomba explode, e eu não quero pagar para comer minha ex futuramente.
Quando o Bixo me cutuca, toco meu travesseiro nele. Então sua fantasia cai e não é mais Bixo-Papão, e sim minha ex que quer virar garota de programa para arrecadar verbas para mover uma guerra contra sua família de mafiosos.
Levo-a no batuque para que se confesse com o caboclo, que lhe dá uma lição encarnando o Exu e transando com ela; eu transo com ela, e o resto dos Orixás todos também, até Yansã a faz flutuar sobre espinhos de maricá e laranjeira.
Quando ela volta do paraíso da devastação e da insaciabilidade, o caboclo lhe explica que, caso a bomba exploda, ela irá fazer isso todos os dias, mas a partir de então não irá mais gostar, por isso irá cobrar. Mas ela finge não ouvir e dá de ombros.
Saímos do batuque e vamos à rodoviária. Prometo-lhe que a ajudarei no combate a sua família tirana, que mente que coloca fertilizante no café dos empregados quando na verdade é veneno, uma forma siciliana de economizar com os trabalhadores solitários. Minha ex volta mais tranquila para os braços de seu namorido. Então monto a tal bomba e amarro-a na cintura.
A caminho da residência dos grandes criminosos, encontro o Saci usando perna de pau e gordo. Ele me conta que a mesma família da minha ex lhe prometeu uma perna de células-tronco, desde que ele deixasse que plantassem eucalipto nas florestas que antes ele protegia. Mas agora que voltou das férias, ele é um pirata inglês que apreende navios tumbeiros e devolve a liberdade aos negros, instalando-os no Haiti, obrigando-os a produzirem açúcar para alimentar o alienígena do primeiro M.I.B.
Os orangotangos da mansão são gentis comigo. Levam-me à presença do Rei do crime e se retiram. Ele me pergunta quando a bomba vai explodir, e digo-lhe que antes me apresente tudo que custa caro. Vou ao interfone e anuncio o número da minha ex às pessoas da casa, asseverando-lhes que, assim que escutarem um estouro, ela precisará de dinheiro.
O chefão volta com um conjunto de porcelana chinesa e quadros inestimáveis; entrega-me um isqueiro, machado e galão de gasolina, a qual uso para dar-lhe um banho. Depois que destruo tudo que representa nobreza, prendo fogo ao hipócrita porco.
Nos primeiros instantes das chamas, meu ex-sogro passa a guinchar e nos abraçamos. Rolamos no chão e, quando nossos corpos são carne esturricada, a bomba detona.
Acordo num lixão, ouvindo porcos grunhindo freneticamente e sentindo um cheiro de carne queimada. Tremenda sensação repugnante pela manhã me dá dor de barriga, mas não encontro nada ao alcance com que me limpar, apenas pães velhos que bem serviram para improviso.
Saio daquele chiqueiro e encontro o Saci trabalhando como estivador de um navio internacional transportador de lixo; e minha ex, que virou funcionária pública da Rede Estadual dos Portos Privados Internacionais Comerciais Atlânticos (REPPICA), servindo como descanso aos marujos durante as noites invernais do Oceano Cinzento.
Dou-lhes de presente os pães e saio daquele lugar fétido, espalhando meu cérebro aquele lixo importado.

sábado, 10 de agosto de 2013

PESADELO NO BAMBU'S (por Tommy Wine & Beer)

 
 
 
I


Saí do meu trabalho onde suo como um hamster numa roda idiota por moedas e sem assinatura no gibizinho. É fim de uma tarde de verão. Eu estava um caco física e espiritualmente. Um tanto quanto cansado do “circuito escritório-Cidade Baixa-Pensão”.

 

Subi a lomba da Ramiro suspirando tédio, desolação e DOR: meu crânio,  minha batata da perna (com uma variz horrenda) e minha virilha (com um estranho e amedrontador caroço que parecia a eclosão de um terceiro bago) DOIAM.

A sensação terrível de que a vida era vagabunda demais às vezes dominava meu espírito. Dias sucedendo dias de lances iguais. E poa?, será que não tinha mais nada pra me oferecer? Cidade desgraçada me mande um pouco de emoção sua puta!

II

Dobrei pra Avenida “Indie” e meu humor começou a melhorar. Gostava de chamá-la assim. A Independência! Gostava daquele pessoal dali, embora houvesse não exatamente um abismo a nos separar, e sim catracas, cartões de crédito e boas bebidas. Mas é um povo bonito: belas roupas, belas barbas, belos cortes de cabelo, belas garotas. Não que eles estivessem aos montões ali num final de tarde de quinta. À noite talvez. Aí se aglomerariam em uma festa classuda no Beco.

À favor da ladeira segui marchando. Tentando ouvir alguma notícia relevante sobre futebol no rádio. Distraído me vi em frente ao BAMBU'S. Um verdadeiro santuário da alternatividade local. “E por que não tomar um trago ali?”, foi o que pensei. Estava às moscas é verdade. Tranquilo. Entrei e pedi uma dose de vodka e uma Kaiser.

III

Eu tava sereno sorvendo aquele suco de milho com álcool e tomando o meu veneno no instante em que entraram três caras de suspensórios no bar. Pareciam aquilo que chamam de cosplay. Fantasiados de alguma coisa do imaginário pop que eu e minha ignorância não conseguimos decodificar. Dos personagens do filme Laranja Mecânica talvez..

Os garotões e suas carecas lustrosas passaram pela minha MESA e sentaram-se ao fundo. Eu não devia encará-los e nem queria, sou pacifista ou covarde. Não sei bem. O bode é que eu tenho déficit de atenção. Uma inconveniente SUPER-ATENÇÃO. E aquilo que sempre me fodeu na escola agora ia me foder A VALER NA VIDA. Comecei a ouvir o que diziam. Era uma baboseira nazi. Encarei-os. Não podia evitar. Notei que um era alto e magro como uma vara de saltar, rosto fino e quase imberbe. O outro mais balofo, com bons bíceps e uma cara de brado. Por fim, o terceiro parecia ser o líder era um trintão como eu, dentes amarelados, sinais de expressão já bem cavados no rosto rude.

Pedi mais uma cerveja litrão e uma dose dupla de vodka que tomei de gute, em três tempos, num VIRA FORMIDÁVEL. Estava ficando BÊBADO. E bêbado eu fico corajoso! TEMERARIAMENTE CORAJOSO, registre-se.

Um dos caras foi até a rua e voltou, parou no caixa, pediu outra coca e quando passou pela minha mesa empurrou-a e disse:

“BOA-TARDE SENHOR!”

Se eu estivesse sóbrio, teria ficado nervoso. Com o cú que não entrava um palito de dente. Mas o álcool tinha me dado ENERGIA, VIGOR, AUTOCONFIANÇA e LOUCURA. Daí respondi:

“Bom dia filho.”

Depois gritei ao barman, “Ei manda TRÊS NOVA SCHIN AQUI, por favor! Sabe man, me deu uma vontade de derrubar TRÊS skin!”

O rapaz negro me trouxe minhas três cervejas. Sentei no balcão do bar. Vi os três garotões se levantaram vir em minha direção.

Pensei “que porra, ora eu podia estar batendo um papo aqui com o Júpter Maçã ou a Cláudia Tajes, mas não. Tinha era que ser aborrecido por estes tipos estranhos”.

IV

 O dono do bar, um cara que vive com um cigarro na boca, um dentuço e barrigudo que não sei o nome, percebeu a ofensiva dos caras em minha direção com sangue nos olhos bradou: “Não quero confusão aqui vão beber suas merdas de bebida lá na rua que vou chamar a polícia!”

Um dos nazi disse, “vamos, vamos para a rua, conversamos com este senhor na rua depois”.

Pegaram suas cocas e se foram.

Segui tomando minhas cevas. Caiu à noite, fui ficando de porre e resolvi ir embora. Enquanto aguardava na fila do caixa, abri minha pasta e tirei uma garrafa de vinho e comecei a beber.

Tomei as ruas. Optei por mijar naquela praça do colégio. E logo me deparei com meus opositores: os rapazes do Laranja empunhando clichezísticos tacos de baseball! Ah mas não é justo, Daniel Galera não precisa passar por isso!

V

Guardei meu pequeno caralho rapidamente. Senti os pingos de urina descendo pelas pernas.

“Vocês estão fritos seus trouxas”, gritei enquanto batia com minha garrafa de PLÁSTICO pateticamente contra um banco, achando que construiria uma amedrontadora arma cortante instantânea. A garrafa só ficou amassada e o vinho jorrou em meu braço. Eu ia dançar feio.

"Agora vocês vão conhecer uma máquina que mata fascistas!" Olhei para minha mão e a idiota da garrafa de plástico estava ali. Um buque de flores talvez produzisse um maior efeito psíquico contra os skin do que aquela garrafa.

“Esse cara é louco, ouvi um dizer. Vamos dar uma lição nele agora!” E vieram pra cima as ganha!

E ali estava eu, tentando combater golpes de taco com socos. As primeiras 5 pauladas no braço doeram pra caramba. Depois não sentia mais nada. Fui ficando cansado. Só pensava em não ter dentes quebrados. Embora eles estivessem ruins e amarelos como de um pangaré ordinário, ficar sem eles ia ser uma barra e tanto.

Tomei uma estocada no estomâgo e senti uma terrível falta de ar. Pronto, agora eu ia DANÇAR DEFINITIVAMENTE. Ia levar uma boa paulada nas guampas e cair e eles iam me transformar em strogonoff.

Dito e feito. Tomei uma! Senti o sangue escorrer no rosto e cair na minha boca. Não era de todo mal é verdade. Tinha um gosto de ferro e vinho.

Ainda me ocorreu o seguinte pensamento: eu seria manchete do jornal do almoço e a Ranzolin diria “Ângelo Gubert Tomiello, advogado foi assassinado...” e nem mencionaria que eu era ESCRITOR E JOGADOR DE BASQUETE!  

VI

Só que subitamente surge um grupo de rapazes negros do nada na cena. Um dos caras falou: " O que são afinal esses branquinhos fantasiados batendo no velho bêbado?” e olhou para um rapaz negro de óculos fundo-de-garrafa e perguntou, “diz aí Computador que porra é essa?”

Computador falou: “Esses caras são neonazistas, eles pensam pertencer a uma raça superior. Não gostam de negros, nem gays, nem judeus e nem ciganos e latinos...”

“Porra, e eles tão batendo nesse véio pq?”

Se dirigiu a mim e disse:

“Aì tiozão tu não é preto to vendo, tu é veado?”

“Sou gay em espírito, um White-negro, um latrino latino...”, isso foi a melhor tirada que consegui espremer da situação.

"Mas esses caras então pensam que são mais que os outros é!"

Eu disse, “é, por isso estou dando esta lição neles”!

Todos riram.

Gostei desse tiozão aí. Vamos dar uma lição nesses playboys de merda.

Um novo conflito começou. Agora eram os caras do bonde contra os nazi. Juntei minha garrafa do chão e dei uma golada. De repente um dos rapazes negro sacou um canela seca da cintura e atingiu os joelhos dos caras, eles caíram gemendo feito putas.

Eaí tio como é que ta o senhor?

To bem, querem um gole rapazes? Olha, vocês deveriam se chamar os bala no joelho!

“Boa!”, todos assentiram.

Daí os caras beberam meu vinho amalgamado com sangue.

“Embora dá um rolê nos inferninhos tio toma uma gelada, pega umas mina e dança um funk?”

“Bora”, falei. “Vocês vão conhecer O Maior Dançarino Negro de Todo Centro e Cidade Baixa!”

Os manos se mijaram de tanto rir.

Porto Alegre tinha enfim me mandado uma boa aventura. Eu ainda tinha 30 pila na pasta e esta história por escrever.

 

Caminhei em direção ao centro com os "Balas no Joelho", agora voltava tudo ao normal. O prefeito continuava comendo na mão dos empresários do transporte público. As palmeiras continuavam sendo umas árvores estúpidas que sequer tinham cocos. O padrasto abusaria da enteada de cinco anos na Bonja ou na Bela Vista. Sem contar a pornografia dos infindáveis modelos de péssimos e horríveis carros novos, levando as pessoas de um lugar medíocre para outro ainda mais cretino.

 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A História do Gato Chifrudo Parte II (Woodygus Wine & Beer)


 


Em certo dia Gato Chifrudo estava indo para o colégio quando no caminho ele encontra seus amigos: Sr. Jingles (irmão de Gus Tomieski)e Estopinha (este era seu apelido por que só tinha uma estopinha de cabelo na cabeça).

- E aí Chifrudo? – disse Estopinha, apertando sua mão.

- E aí galera!! O que estão pensando em fazer após a aula? – perguntou Chifrudo.

- Não sei, nós estávamos pensando em ir na Feplam jogar um basquete, o que acha? – disse Jingles.

 - Ouvi dizer que vai rolar uma bebedeira bacana na casa do Sr. Picles, vou dar uma passada por lá. Não estão afim de ir junto? – respondeu Chifrudo.

- Humm, interessante, mas vai ter alguma pepéca por lá? – questionou Estopinha.

- Vai estar lá as mesmas garotas de sempre: A Lunática, a Senhorita Pussy, a Esqueceram de Mim no Forno... – respondeu Chifrudo.

- A Esqueceram de o que? Tu ta falando da Sinéia? – perguntou Jingles.

- Esta mesmo. Ahhh, e parece que vai também a Kéti filha do Pingo e a Sydi filha do Dégas. – respondeu Chifrudo.

- Humm, só elas... – lamentou Estopinha.

- Somente garotas do potencial do Sr. Picles e do nosso também – conformou-se Jingles.

 
                        ***
 
Na saída da aula, Jingles, Estopinha e Chifrudo esperavam por Gus e Dominic que assistiam ao 6º período no clássico Colégio Odilon Gaytor da Fonte-Seca.

- Hey galera, vamos passar no boteco do Armino e comprar algum trago para não chegarmos de mãos vazias na casa do Sr. Picles. Eu tenho 1 mango e 95 cents. – falou Chifrudo.

- Eu tenho 15 cents – disse Jingles.

- Não vai morrer de fome Jingles!! Eu tenho 2 mangos – disse Estopinha coletando a grana e entregando ao Gato Chifrudo.

Mais tarde, já subindo a Avenida Calvialia (rua onde moravam Jingles e Gus) eles dobram no Beco Sem Fim (também conhecido por Beco do Vaqueiro) e chegam ao boteco do Armino.

Após a aquisição do trago e meia hora de bilhar a turma estava toda reunida rumando para a casa do Sr. Picles e lá chegando, tocam a campainha quando de repente a porta se abre e lá estava ele com seus dentes amarelados e horrendo hálito azedo: Sr. Picles.

- Hey!!! Vocês não foram convidados e nem vão entrar!!! – disse Sr. Picles em tom aborrecido.

- Por quê?? Só queremos tomar um trago - disse Gus.

- Porque sim!!! Toda vez que vocês vêem juntos aqui e ficam bêbados acabam quebrando e bagunçando toda minha casa! Sem contar que ficam gritando que querem comer a minha tia Zins. – replicou Sr. Picles.

- Ok então Sr. Picles, só espero que não venha nos procurar depois para ir a Feplam jogar basquete!!! – falou Dominic, em tom vingativo.

Sr. Picles bateu a porta. Assim Os Mantors foram até a Feplam encerrar a sua tarde, e lá terminaram como na maioria das vezes: bêbados e jogando Basquete!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Chá Com As Raposas (por Felipe Mutley)






“Da aspirina ao benflogin. Da cannabis ao crack. Da cerveja ao vermute. Para que viver a vida em plenitude” ("releitura" em cima de trecho de texto de Sannio Carta) Tommy Wine & Beer
 

Na madrugada fria de sábado eu chorava e corria contra o vento cortante. Os cães mordiam as grades, furiosos ao notar minha figura, tão a feita a uma vida furtiva e discreta, movimentar-se sem nenhum receio ou discrição.

A girafa me beija a testa, o palhaço ri alegre, o saci me dá uma rasteira, a polícia me para, o teatro se fecha e fico sozinho, com um oficial que me esfrega uma intimação na cara.  Terei de pintar as grades das casas, que foram arranhadas pelos cães danados, depois levá-los ao dentista por ter estragado seus caninos medonhos.

Comendo bolinho de polvilho, na manhã cinza de domingo, escuto fatos corais que pingam na janela. Convenço-me de que são invenções dos pardais, que acreditam que tem poder para parar a chuva. Faço-os cantarem animada tarantela como homenagem ao deus Sol. Danço com as raposas que se desentocam do quintal da minha vizinha. Felicidade contamina o sol, que desce para pular conosco. A vaca caga e os pardais comem as moscas da bosta, depois os cogumelos brotam.    

Despedaço uma bolacha no cogumelo e faço uma paçoca com cachaça. Na parada da saudade, esperando a carroça que me levará às docas do inferno, avisto Caronte, que já não está cadavérico, ao contrário, cada vez mais elegante, com ouros e capangas nos tribunais do céu. Entrego-lhe minhas poesias, e desenhos, e música, e suor inútil, que já não valem nem do lado de cá nem do de lá.

Darei um mergulho com a diaba mais astuta, a primeira concubina do capeta, aquela que possui as palavras que enganam a todos, menos a mim, que só me engano com minhas próprias.

Um mergulho no fogo com pimenta; entrego-lhe a paçoca, que ela chama de porra do cavalo velho. Distorções, imagens falhadas, sensações emergentes, ensimesmamento dentro do não-eu. Ela me faz comer uma salada de branquilho com mata-cavalo. Fuga total da realidade, busca voraz pela verdade da terrível fenda que nos abocanha e ilumina a complexidade indecente do passado novo.

Acordo dentro da Valquíria rosa; nado nas suas ancas macias, arrasto-me feito sarna sob sua pele lisa. Vago contemplativo por seu sistema reprodutor ineficaz, devaneando com possibilidades simples, felizes e quentes. Ela tem um pesadelo com demônios que transam em camas de hospital, e sou expelido com suas lágrimas levando comigo sua capacidade de enganar a si mesma.

Derreto por seus olhos faiscantes, e ela volta a dormir seu sono tranqüilo. Perambulo por ecos de prédios vazios. A cidade sente que algo em mim mudou. As pessoas não me olham hostilmente: atiram pedras nos cavalos que bebem no esgoto do céu.

A concubina do capeta acorda nervosa, diz que precisa casar e se emendar na vida. Acalento-lhe o coração, relembrando que ela está muito bem casada, de acordo com as escrituras sagradas dos instintos humanos. Devolvo-lhe o copo com alucinógeno, que ela quebra contra seus arrependimentos momentâneos. Ela me beija, e deitamo-nos sobre o asfalto, cometendo adultério eterno.  

sábado, 3 de agosto de 2013

Dez Motivos Pra Você Desligar a Tevê (por Sannio Carta)


 
 
1. Sexo

Se você tem como conseguir, seja por meios lícitos ou não. Se tem acesso a rua ou a algum(a) companheiro(a), que concorde em fazê-lo de forma consensual. Ou se você tem pelo menos uma das mãos. Faça! É melhor que tevê, só não é melhor que Deus. Por que a existência de Deus para alguns ateus e também para alguns acéfalos ainda não foi comprovada.

2. Internet

Tem todo o tipo de informação que você possa encontrar na tevê. E pasmem, nos livros. E a variedade de banalidades e pornografia são bem superiores.

3. Amizades

Com um tempo livre para os amigos, você também recebe como bônus um acréscimo ou em algumas ocasiões, um decréscimo de informações e cultura. 

Sim. Os amigos vem depois da internet. Ou vai dizer que não vem?. Nem discutirei dos mesmos virem depois do sexo. 

4. Drogas

Da aspirina ao benflogin. Da cannabis ao crack. Da cerveja ao vermute. Para que viver a vida em plenitude, se você pode subtraí-la? Aritmética é lógica. E lógica a tudo se aplica. Fora desse contexto, "a fé". Por que fé e amar uma pessoa extremamente feia, não tem lógica. A menos que essa pessoa seja rica, ou a outra deficiente visual, ou idiota...Tá, só a fé não tem lógica.

 5. Família

São bem menos legais que os seus amigos. E nem pense em sexo com algum membro próximo de sua família. Saia daqui seu doente! Mas, eles te dão coisas. Quando não as subtraem... Observação: Primos de segundo grau para cima, não deveriam ser considerados membros da família. E muitos, não consideram.

 6. Violência

Antes do fogo e da roda, veio a violência. E você só aprende a lutar brigando. Poderia ser uma frase de Tyler Durden. Mas não é. E você não precisa concordar comigo. Mas devia.

 7. Culto ao corpo

Vaidade é um pecado capital. Mas vivemos em uma sociedade capitalista. E se você, não quer ser apontado como outsider o tempo todo não custa nada dar um upgrade no "visu" de vez em quando.

8. Espiritualidade

Melhor chegar ao nirvana meditando, do que pagar para chegar até lá. Pense nisso. 

9. Novela

Se você tem estômago de ferro e consegue suportar a todo tipo de insanidade e mentiras manipuladoras da televisão... Parabéns! Agora, suportar as novelas é algo sobre humano demais para ser concebido. Você deve ser de outra espécie! Isso visto de forma elogiosa. Visto de outra forma, é melhor você nem saber.

10. Criação & Produção

Você pode criar algo. Ou desenvolver algo que já fora criado. Basta querer e ter disposição. O ato criativo é algo extraordinário. 

Então arregace as mangas e desligue essa merda!