domingo, 14 de dezembro de 2014

"UTOPIA" (Sannio Carta)


                                         


                                                "Yes, nós temos bananas!"


Enfumaçado por eufemismos baratos e cigarros mentolados, não tão baratos assim (tragados por um imposto cancerígeno).
Pergunto, ao dileto leitor: - Aonde iremos parar?
Porque apesar de vivermos, em um regime pseudo esquerdista, fundamentalista sindical. Somos obrigados, por alguns meios de comunicação, a digerir os excrementos alheios. Fazendo assim de nós, o povo, às legítimas "centopeias humanas".
Abusam alguns, da sua tão aguerrida liberdade de expressão. Expelindo chavões risíveis e opiniões oportunistas e esdrúxulas.
Tudo bem, cada um possui a sua própria opinião, o seu ponto de vista individual. Bem como o seu "aparelho excretor não reprodutor", que é único , é seu  e você  faz, o que bem entender com ele. Mas, pelo amor de Deus (mesmo que Deus seja apenas um conceito, como cantou Lennon), poupe-nos do parcialismo extremista!
Autocratas, calçados de sapatos italianos e não mais coturnos engraxados.
Caricatos e debochados, diplomados e não diplomados. Lobos maus e filósofos sem segundo grau, sem por os pés na terra natal, baforando bazófias chulas, negando o vermelho e abraçando o azul, tão branco ao Norte, não mais ao Sul. 
Abusam estes da paranoia e distorcem a história, relembrando do milagre econômico, contraditório, que a qualquer um que saiba o mínimo de adição e subtração, percebe que é ilusório.
 Mentem descaradamente, também certos pasquins pomposos do centro do país, pra algum adolescente trancafiado em seu quarto, fazer menos infeliz. 
Cesso a rima, antes que seja violentada, ainda mais a democracia. Por vermes que parecem ter saídos do Terceiro Reich, dos quais os pecados nunca envelhecem. 
E este estupro. Nem eu, nem você, nem qualquer Maria, merece.













quinta-feira, 27 de novembro de 2014

"Bêbados, Pervertidos & Pederastas" (Sannio Carta)



"Prefiro os canalhas aos imbecis. Os canalhas, pelo menos, descansam de vez em quando."
                                                  (Alexandre Dumas)


Estava lá, de novo. Esperando algum copo estilhaçar em centenas de cacos de vidro, naquele chão frio de lancheria movida a álcool. Ou mesmo, adentrar um belo par de peitos, só para ter algo com que eu pudesse lembrar em um dia comum. Nem uma coisa, nem outra. Somente o sussurro dos fantasmas do passado à congelar "minh'alma". Porque talvez aqui e só aqui, caiba poesia e lirismo ao vaso aberto e repleto de merda que cheirava aquela noite.
A cerveja quente em copos de plásticos, os cigarros a me consumir, um a um. Tragando de mim, segundos de vida que eu  sinto confortável em desperdiçar.
Sentados à mesa a minha frente, um pequeno grupo mambembe de fervilhantes espectros da química apurada. Bebedores, consumidores e eventualmente possíveis caluniadores, já que eram tão impecavelmente irretocáveis em suas personagens boemias, que com o passar embriagado das horas, faltaria assunto e voltariam-se quase que involuntariamente a maldizer seus conhecidos, que um dia, quem sabe, já foram próximos de serem amigos, amantes, esposas, esposos, confidentes e hoje adversos, possíveis rivais. 
Desfrutava então da minha falsa liberdade, a banhar-me do líquido amarelado. Precioso. A ante-sala da minha habitual dose de "vodka". A velha e socialista cerveja. 
Voltando aquele pessoal que falava alto, ria vez e outra e lambia o próprio ego, como a uma virilha estranha, bem lavada. AVENTUREIROS DA ALMA, à fugir freneticamente do inevitável amadurecer. 
Uma bela mulata, de um sorriso enorme, peitos minúsculos e um quadril GG (gigante). Também havia um sujeito calvo que disfarçava a própria calvície, com um boné grudado a enorme cabeça branca.
Havia um jovem senhor distinto, barba rala, cabelo grisalho. Baixinho, magricela e com olhos extremamente atentos à conversa e aos parceiros noturnos. "Parceiros (,)",pois tudo que rolava era no maior respeito. Já que ele era um jovem senhor casado. E o seu marido era incuravelmente ciumento. E por fim, mas não menos importante. Outro jovem senhor, excepcionalmente articulado. Embora metade das coisas que falava, eram gracejos explícitos a moçoila de peitos invisíveis, ao jovem senhor casado e de vez em quando ainda tinha tempo de tentar galantear o estranho sujeito calvo. Sem muito sucesso com os últimos dois.
Terminei a cerveja, tomei de um gole só a dose de " * vodka" ( * prefiro não traduzir a perfeição).  Paguei "a bagaça". E passei pela mesa a frente, com os olhos cheios de lágrimas. 
Recordando postumamente, naquelas marionetes etílicas, toda uma vida compulsoriamente prescrita, antes de Virgínia.

Johnny Cash, tocando ao fundo.

   https://www.youtube.com/watch?v=J-ZffoXO_J4 


** título do texto, usurpado de: Eduardo Castro Amaral







quarta-feira, 19 de novembro de 2014

" O Sol Que Faz Sombra" (Sannio Carta)



   
   "Existem duas coisas que um homem não pode esconder: quando ele está bêbado e quando ele está apaixonado."    

   (Johnny Depp)



Parecia sentir o gládio a congelar-me o pescoço
Tal água salina a engasgar-me
Descia o líquido amargo e cevado
Frio e entorpecente
Molhando às vísceras e com ela toda a sua imundície
Fermentando em mim um longo serpentear nos intestinos
O álcool que não esteriliza  
Ao contrário, mancha
Todo ideal e bom senso
Toda coerência de fora pra dentro
E que traz ao peito alívio 
E me torna tolo e altivo
Orgulhoso e alucinado
E dos meus planos almejados
Soluço a frustração de gosto amargo
Já agora cansado, troco o passo
E passado
Como um mar ressacado
Vômito nas pedras 
Meu silêncio revoltado
E com os dias
Uns sobre os outros
Mais uma vez 
Afasto o copo de vidro
Sei que mesmo advertidamente 
Cairei se não hoje
Neste tempo presento
Em outra melancólica despedida
Da racionalidade excluída
Saibas que faço no vento
Desenhos com o dedo
E todos estes sobre o tempo
De quando eu era só outro idiota
Fazendo do dono do bar
Um  terrível agiota 
A quem eu devia a minha vida
Mas agora que me acenas
Mudo esta sina pequena
De só pensar em meu umbigo
Porque quando estou contigo
Me embriago dos sonhos
E nestes versos medonhos
Atesto  de vez 
que não quero ser
 só mais um amigo










sexta-feira, 5 de setembro de 2014

"SOMEDAY" (Sannio Cartoso)




Não vou para Pasárgadas
Não sou amigo do prefeito
E eu nem sei ler direito
Com a má educação que recebi
Lá, pra onde vou
Um dia eu já fui feliz
Mas hoje é só um ponto de origem
No horizonte do meu nariz
Um lugar que não é do caralho
Aonde eu não tenho a mulher que eu quiser
Nem posso dormir em qualquer cama
Ainda que furadas algumas roupas
Não me separo da velha chama
Queria dizer que me inspira os ouvidos
Alguma banda sessentista
Mas já não me importo tanto como sou visto
Ou se muitas vezes sou esquecido
Ouço uma "antiga" dos Strokes
Com o seu afetado ar arrogante
Enchendo de última os pulmões com o ar cinzento
Catarro o capital nesta daqui
De malas prontas e desembarcado
Tento sorver da bucólica praia
algum prozac
Que me de um bom motivo
Pra não ir dormir




domingo, 31 de agosto de 2014

FIM-DE -SEMANA F..., DIGO TRANQUILO (Tommy Wine & Beer)

 

Você sabia que ia ser assim, como uma sessão de acupuntura nos testículos...

Estava quase duro, ainda na segunda-feira

Aquela sua amiga emblemática & formidável

Ainda o socorreu com um empréstimo de 100 paus!

Mas na sexta  a situação já era crítica...
  

Mas aí a sorte que costuma flertar com quem tem CORAGEM 

Lhe mostrou os dentes!

Dançava SAMBA-ROCK com amigos instantâneos... 

E eles lhe abasteciam de simpatia e gim com tônica

Havia ganho aquele dia!


No Sábado você acordou duro

Restava uma nota solitária de 20 paus na carteira!

Mas aquele macaquinho dourado e solitário

Também parecia sorrir pra você!

Agora era o tempo da filosofia da solidão

Um tempo duro, é verdade!

Você sentia na pele os versos dos Stones

Sem grana na carteira, sem amor...

Do que vale um pau duro com um coração mole?

Mas tudo bem, tudo bem...

Apesar de algumas coisas andarem mal...

Tudo bem...

 Os bebês choram quando tem fome ou estão com o bumbum assado,

OS HOMENS NÃO, ELES AGEM!

Amanhã vem o trabalho!

E afinal de contas, tanto os pobres como os ricos, em essência

desejam é um novo dia

Como uma belíssima folha de papel em branco pra você jogar

Uma história, um verso, um cartoon ali!

Vai ser um grande barato!

Então faça como eu cara e

Sinta-se um glorioso sortudo amanhã

Quando você acordar, FERA!

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

"Porto Alegre, Capital Do Uruguai" (Sannio Cartoso)

 



Ainda que o assunto da legalização da maconha (cigarrinho do capeta, breu, cháise, charas, beck, cigarrinho de artista, chá, Selma, Dercy...), seja um tabu. Uma "coisa feia", um bicho de sete cabeças, sem o Santoro, mas interpretado pelo Tião Macalé. Ainda assim, este assunto tende sempre a reaparecer em ano de eleição.
Não que a legalização da maconha (cannabis, bagulho, bronze, Maria...), vá resolver os problemas sociais, nem diminuir a descriminação sofrida pelos moradores dos guetos. Entendo que a Brigada Militar ainda investirá de forma burra e truculenta nas favelas. No centro, em parques, a mesma ação é mais tímida. Porque vez ou outra, quando de um "atrack" a algum universitário, o mesmo acaba por abrir um "bocão" e agregar simpatizantes a causa, entre os transeuntes, aqui nem tão transeuntes, quase que estagnados, observando o por do sol, ou ouvindo algum moço ou moçoila na viola.
Descriminação, racismo e segregação social são comuns nos tais atracks, chegam a tristemente serem tradicionais. Mas também não precisa dar anistia a traficante como quer o ex BBB e atual deputado, Jean Wyllys. Tampouco tratar a Toddynho (depende da leva do Toddynho), os mesmos.
Enfatizando que traficante e usuários são duas classes distintas. Assim como o padeiro e o cliente que compra o pão. São distintos. Muitas vezes, quase completos estranhos.
Curiosamente, acho bonita a folha da planta, tal qual um querido amigo que a tatuou, "meio escondida" no corpo, porque achava esteticamente harmônica. "Sei!"
Passeando pelas ruas da minha adorada Cidade Baixa, da qual sou fã declarado, como todos sabem(todos que me conhecem, ao menos), acabei por reparar em novos adesivos  fazendo propaganda eleitoral com o desenho da folha da cannabis, se fosse na época da prisão do Planet Hemp, ia dar uma merda isso aí.
Apologia a maconha (artigo 12), acusariam os moralistas. Hoje em dia, pelo visto e revisto, pode até passeata, "que não dá nada". Ainda que haja o tal artigo 18 (associação de pessoas para o uso de drogas). Os dois artigos citados, foram os mesmos que causaram a prisão do Planet e acabaram por transformar o artista Marcelo D2 em ícone incontestável(ainda que contestem) da música popular brasileira.
E mudando um pouco de assunto, mas sem perder o foco (oquê???)...
Cara, os uruguaios são foda!
Forlán fez uma ótima Copa do Mundo (não essa última) e teve uma passagem um tanto sonolenta pelo time com a maior torcida no estado do Rio Grande do Sul. O Sport Clube Internacional(é claro, achou que era qual?).
Suárez, igualmente jogador de futebol...Jogador de futebol não...Boleiro. Porque boleiro chega a ser um degrau acima de um "simples" jogador de futebol (eu acho). Joga muita bola, come ela, praticamente. Também com aqueles dentões...
Atualmente é jogador do Barcelona. Desejo sucesso.
Foda também foi um tal de João Bandeira que contrariando a vontade dos pais que queriam ver o filho padre. Deu o pinote e veio para o Brasil.
João Bandeira, meu bisavô materno. Fico sentido apenas que com tal gesto de bravura, deu as costas as terras que seriam dele por hereditariedade e sendo assim,  não me deixou herança alguma.Valeu Johnny!
Agora foda mesmo é o presidente Mujica! Mesmo que não agrade a você, você, você, ou todos vocês.
Mujica bate de frente com a Philip Morris, sem esmorecer. Philip Morris que processa o Uruguai em 25 milhões de dólares, por conta das leis proibitórias do país quanto ao consumo de cigarros em espaços públicos fechados. Além disso, no Uruguai também são feitas (semelhantes ao Brasil) as advertências gráficas atras dos maços de cigarros, sobre os males que o tabagismo pode causar (e causa) a saúde.
Mas do "cigarro normal", quase ninguém fala nada. Ouço reclamarem da fumaça na cara, mas no mais, tá tudo certo.
Apoio na cara dura, sem colírio ou óculos escuros, as mudanças políticas que possam trazer ao menos um regalo dos raios solares de nossos hermanos uruguaios.









terça-feira, 12 de agosto de 2014

"O Evangelho Do Porvir" Tommy Wine Beer

  



Nada de desânimo
Ânimo desde sempre
Sugiro, se não for
essencial
Não compre
Uma faísca de revolução popular
a qualquer instante
pode começar
Uma nova combinação de átomos
Surgem flores em buque
Livros em diversos tomos
Quem sabe, uma nova combinação de vontades,
idéias, idades e verdades sem metades
E você verá uma nova era
Cada família com seu quinhão de terra
para viver
E o húmus da dignidade da humanidade
nos centros do poder
A justiça ainda engatinha como a um bebê
Mas há esperança
Ela é uma criança terna
Com a eterna vontade de sorrir
para você
E nisso,
eu posso crer! 


segunda-feira, 21 de julho de 2014

"Sapatos Furados" Tommy Wine Beer


Mais deprimido que o diabo
Mais derrotado que os palestinos em Gaza...
O tédio e a solidão curtem a ressaca estúpida aqui comigo
E quando eu for buscar pão na venda
e ver os casais apaixonados suspirando
manuseando cuais ou bergamotas
Então será ainda pior
Meu coração árido manda o beat melancólico
E meu cérebro versa, assim:
" A existência é uma experiência nonsense, sem sentido
Acúmulo estúpido de tédio e dor
se você não tem um amor
Eu luto com o meu luto
E isso não parece
o mais astuto"

quinta-feira, 3 de julho de 2014

"A Falácia Hermética & As Víúvas De Bukowski" (Sannio Carta)




"Quando partires e em teus olhos duas moedas de prata os selarem, saberás enfim que adentrarás na morada dos deuses."

Bonito, né? Não, não é. Foi apenas uma baboseira que eu acabei de inventar e escrevi aqui com o intento de chamar-lhes a atenção. Chamar a atenção não deveria ser nunca da vontade do escritor. Com exceção  dos poetas e ilustradores das portas dos banheiros de bar, que dão um charme artístico e noir aos minutos que acolhem o meu mijo e em casos esporádicos, alguma eventual cagada.
São todos estes, filhos teus que não fogem a luta e chamam de puta, toda profissional ou não, que privatiza a própria virilha, dentre outras partes, a alcatra, a maminha ou o coxão duro, por exemplo.
Leio com um silêncio perturbador aos novos pseudos poetas e os seus relatos hedonistas. E o tanto que apreciam a sensação de prazer que o baseado os proporciona, ou as linhas horizontais de seu pó, cheias de bicarbonato e farinha. Leio também os relatos rabuscados das crônicas luxuriosas destes tolos. E todas estas palavras soltas, hermeticamente alinhadas, com um português tão arcaico e ultrapassado que já nem é mais uma língua antiga. Chega a ser uma língua matusalênica. A um pé da profunda cova de alto estima destes machadistas das papilas gustativas mortas. Sim, porque não sentem o ridículo. Não saberiam ser ridículos, desprezados pela sociedade, ou invisíveis. Ao contrário, querem destacar-se pelas aventuras fantásticas dos seus sentimentos por eles mesmos.
Fico triste, com isso. Mandassem então um vídeo para o Big Brother, se querem ter seus dotes expostos. Tais dotes, que fingem não se importarem, mas frequentemente socam-se em academias, ou são bulímicos, anoréxicos, ou vivem trocando a cor  e o corte dos próprios cabelos.
Pior que estes, apenas os conselheiros, os moralistas de ocasião que querem fazer do leitor um filho. Indicando sempre que podem, algum escritor que mudou a sua vida.  Caras, foram às suas vidas que eles mudaram (tentaram, os coitados), ninguém ou quase ninguém está interessado no relato burguês da porra da sua vida.
Lambem o saco do Bukowski, mas são incapazes de se relacionar com uma prostituta longe do cabaret e das suas luzes vermelhas. Cagam-se de medo dos mal encarados do barzinho da moda que frequentam. Não sabem serem sequer miseráveis, ou toscos, rudes, quem dera: Profundos.
Irônico que Bukowsk tenha se tornado um dos escritores preferidos entre os universitários. Logo ele, que abandonou a faculdade e sendo assim, não se formou.
Dignos de pena. Tais escritores que julgam-se seguidores de Bukowisk.
Rá! Que piada.
Vergonhosos, todos eles. Mas pelos motivos errados.




terça-feira, 17 de junho de 2014

"Sim...Está Tendo Copa!" (Sannio Carta)

 



Estava lá, assistindo o jogo do Brasil.
- Você parece normal, as vezes. 
- Obrigado, eu acho. - respondi.
- O Marcelo ligou, hoje cedo. Queria saber se tu vai lá amanhã, jogar vídeo game e tals.
- Nãh!...Amanhã, vou ficar em casa, só, tomando uma ceva. 
- Mas vocês não fazem isso, lá? - perguntou a pequena. Adoro ela. Mas ela poderia calar a boca só um pouquinho. Ainda mais na hora do jogo da seleção.
- É...Mas aqui em casa eu posso ficar atirado no sofá.
- Não vejo a diferença!
- Faz pipoca? - disse, enquanto tentava recuperar o meu espaço no cobertor.
- Acabou.
- Puta merda!
Final do primeiro tempo.
- Vou no mercado. - Beijei-a no canto da boca e fui procurar os meus tênis(o único par).
- Traz chocolate?!...
- Trago.
- Ah....E passa na farmácia também. Eu acho que eu vou ficar menstruada. Sabe qual é o absorvente, né?
- Sei - e fiz uma cara de velório.
Com a porta entreaberta. Parei por um instante e disparei:
- Amor, se o Marcelo ligar de novo. Diz que eu vou ir!
- Eu não vou limpar teu vômito de novo...
- Tá. - mexendo na maçaneta.
- Não esquece o chocolate!- gritou. Enquanto a porta fechava-se gentilmente às minhas costas.






quinta-feira, 5 de junho de 2014

Criolo E Seu Nó Na Orelha (Tommy Wine & Beer)



Há tempos um artista não despertava em mim tanta empatia. Pelo contrário. Em regra a obra é boa e o autor um mala, um metido ou esnobe. Com Criolo é diferente! 
Primeiro me apaixonei por sua pessoa. Sua humildade e simpatia. Depois vieram as canções! As letras nem parecem tão boas assim sempre (registre-se: Não Existe Amor Em SP é sua obra-prima, um belíssimo poema!), mas são cantadas do fundo de sua alma sensível e nos tocam de verdade.
Lázaro Ramos cantou a pedra ao afirmar que o show de Criolo tem uma coisa ecumênica ou religiosa, e é isso: Criolo é um profeta do amor, da solidariedade, da humildade.
E como um filósofo humanista e/ou um advogado (de advogar, falar em nome de) de Jesus ele diz aos brasileiros, cristãos por osmose, o que é ser cristão, em coisas como: "as pessoas não são más, mano, elas estão perdidas, ainda há tempo...".
Isso numa sociedade dos usuários fasci-book que postam e curtem e fazem apologia do crime cometido com as próprias mãos. A lógica é a seguinte: assassine o criminoso e se torne tão errado ou pior que ele!
Criolo (Doido? Não mais e em muitas coisas ele é mais racional que os incomparáveis Racionais) NÃO pode parar de rimar até nos dar um nó na orelha.

"Desigual" (Tommy Wine Beer)

                                      

"Não é nossa culpa/ Nascemos já com uma benção/ Mas isso não é desculpa/ Pela má distribuição"
                                            (Até Quando Esperar - Plebe Rude)


Hoje eu tava lendo um trecho do Dom Quixote, no qual o Sancho contava a história de um agricultor que foi a casa de um homem rico. E quando foram sentar a mesa, começaram a discutir sobre quem sentaria a cabeceira.
O rico insistia que o pobre ficasse nela. E o pobre dizia que era lugar do rico. De repente o rico forçou o pobre a sentar na cadeira e disse: " Pois sendo eu o dono dessa cadeira e mesa, onde eu sentar fica sendo a cabeceira!"

segunda-feira, 2 de junho de 2014

"This Is My Message To You" (Tommy Wine Beer)

                             
                                     



Tá frio e eu tô atrasado, mas vamos lá. Fazer mil vezes melhor!
Cumprimentar o desconhecido(também o teu irmão).
Vamos fazer desse PIB(inho) um PIBÃO!
Cidadania! Ao invés de jogar lixo no chão, ajude a recolhe-lo.
Café quente, uma música para encorajar o espírito.
Os estudantes tem que fazer melhor, aprender a valer, para superar o professor. Senão o trabalho dele de nada vale.
Quem vai trampar, tem de fazer melhor, com a mesma raça que você cobra do seu time de futebol.
Vamos ler, escutar, aprender e viver. Pensar dez vezes antes de cometer uma indelicadeza.
E eu estou aqui e com vocês.
Em pensamento, juntos.

sábado, 31 de maio de 2014

"A Mulher Má" (Sannio Carta)

                                 




Poderia escrever sobre as mesmices e as esquisitices comuns que vejo sempre
Os cigarros mentolados, o álbum branco dos Beatles, o meretrício de belas putas
Todas as coisas superficiais e dispendiosas, que para mim, não fazem o menor sentido
Uma foto fazendo beicinho, uma citação sobre algum vinho, ou algo bobo sobre afeição, ou um despolido carinho
Afogado em tantos clichês odiosos, só agora  percebidos, de como a vida é repleta deles
Como aquele "shiihhh", antes do beijo
Já foi tão dito e sussurrado tantas vezes
Acotovelando o tempo em sua caminhada arrastada
Ainda assisto, quem não encontrou algum sentido em seu mundo marginal
Apenas deita os ouvidos sobre o travesseiro
Critica as paixões, supõe algum amor, recita poemas eróticos e vomita lições tolas e desaprendidas
Distribuídas todas em veículos, tais versículos, dos retalhos da sua própria vida
Retalhos não, estilhaços!
Pois só oferece aos espectadores os cacos do que julga bonito em si mesma
Privando-nos de sua essência alcoólica
Mostrando-nos apenas o pré porre
O pré amor
O ensaio que ninguém pediu
O assédio que preteriu que tivessem investido
Só para poder defender a sua tese feminista
Seu amontilhado de bosta filosófica não diplomada
Que ninguém ao menos sequer requisitou
E se tiveram por ela um pensamento lascivo 
Não foi por mal, houve contudo, até certo grau de inocência
Pois se soubessem eles, como ela é neurótica, egoísta, infantil , infiel e desajustada
Não teriam tido nem por um segundo
A vontade de comê-la 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

"Bacon" (Tommy Wine & Beer)

                           

Volta Pico! Fora Parázinho!
A história está cheia de casos de atletas com excesso de tecido adiposo, vencedores.
Vide os casos de Walter, Ronaldo, Salvador Cabañas, Perdigão, Neto, Puskás e todos os lutadores de sumô!

                       

"Metrópolis" (Sannio C)

           

E na minha distância, uma arrogância em distúrbio
Nesta minha intemperança, meus planos fantásticos
Um apreço no silêncio
Um cansaço dos rosnados intempestivos 
Sempre buscando castigo
Pelos pecados não comentados
Quero mais relva
Matos e pelos
Montes e cabelos
Insucessos velados 
Rio do aborrecimento em injustiça
Lagoa dos sonhos revoltos
Pântano submergido no concreto rachado
Umidade na ponta dos dedos
Travestis satânicas online
Hippies chapadas
E charme
Qual a diferença entre o parque e o punk?
No meio da semana
Toda a indiferença
E a cidade cospe 
Sua espuma que não é a do mar
Que não sabe amar
É só urbana



segunda-feira, 26 de maio de 2014

"Ruiva" (Sannio C)



I love Lucy!
Mas não aquela Lucy dos céus de marmelada e dos olhos de caleidoscópio(aquela chapada).
I love Lucy da classe mediana, faladeira, dona de um charme até certo ponto, discutível. Lucille dos fios armados, disparando riffs nos dedos de um rei negro, alvejando a platéia e fazendo cair as anáguas.
Os celtas abençoados tinham todos aqueles rostos manchados, de ferrugem de ferro forjado.
Vikings do mares conquistados, filhas de Thor: Ruivas.
Nariz que pende ao vento, resfriados olhares de cores claras, nas palmas ceras, das velas aniversários.
Ela é ruiva e natural, da sociedade a capa, de tintura e ressaca, humana pálida. Estranha, exótica, erótica, fetiche de tarado, vermelhos encaracolados, lisos enfumaçados, você é ruiva e por você tenho respeito. Não só por seu belo par de peitos. E todas rimas baixas que eu possa pensar. É tão fácil me ignorar.
Estanha mania tupiniquim, em crescente, repararem novamente nas ruivas, de forma diferente.
Tantos olhares cobiçosos, bizarros, enfadonhos. Talvez tenham a sorte, esta noite, em algum sonho. De ter em seus braços, uma dona de fios vermelhos.
Mutante criatura dos países altos, estende tuas alvas mãos sobre nós.
(Amém!)

quarta-feira, 7 de maio de 2014

"A Cafeína Salvou O Seu Rabo" (Sannio C)


 A cafeína salvou o seu rabo
 Fato!
Tanto faz, se você considera uma maneira grossa e sem educação
 de expressar um pensamento antigo
Não é nem uma afirmação chula
Mesmo aqui no sul
Onde chula, quer dizer outra coisa
O café é o real ópio do povo, senhoras e senhores
Uma das poucas anestesias lícitas
Trás a taquicardia
de um vencedor
No uso estúpido
do seu uniforme

                                                                                  Uniformemente

 
             Igual  aos outros
                                                                                                                                                                                      É... Difícil crescer
                                                                               
                                                                                  Lidar com todas as novas coisas
                                                                                  Sem perder todas as antigas
                                                                                  A ironia
                                                                                  É que quanto mais você envelhece
                                                                                  Mais parece com seus pais
                                                                                  Sua identidade
                                                                                  É apenas um papel verde
                                                                                 Plastificado
                                                                                 Todos os números escolhidos a esmo
                                                                                Enquanto você busca
                                                                                 por si mesmo (rimou!)
                                                                                Espero que "lucre"
                                                                                 com este texto
                                                                              Me pego afogado em todas estas futilidades
                                                                             As minhas
                                                                             E as dos outros
                                                                            E toda genialidade
                                                                            Me parece depressiva 
                                                                           Implorando por cafeína
                                                                           Fazendo biquinho
                                                                           Pra não queimar
                                                                            a própria língua                                                                                                                                                               

segunda-feira, 5 de maio de 2014

"Feeling Fígado Sem Fadigada Foto" (Sannio Carta)

Suspenso pela cadeia de eventos que me trouxeram ao fatídico dia de hoje.
Erguido por fadas seminuas e bestiais criaturas ofensivas ao criador.
Amanhece o dia e os órgãos internam-se nas paredes abstinentes de uma vontade insólita.
O pensamento que beira abstrair-se, sai como um "pum" silencioso. Curto e fedorento. Como um jab no queixo em plena luz do dia. "Lindo."
Uma tarde no parque com uma velha amiga, a quem os meus maus tratos a fizeram cativa e as minhas eventuais gentilezas a tornaram uma honesta companheira. Mesmo que os lençóis nos tivessem expulsados. Ainda éramos dois pedaços de carne, no açougue macabro do destino. Em meio a pederastas e jovens "emo-cionalmente" "bi-tolados", diante da servidão exuberante da anti-vida. Quase independentes. Caminhávamos. 
No alto da fragilidade de todos os seres viventes e pulsantes, quis estancar o sangue que eclodia em meu cérebro. 
Quis beijar a carne morta de um pássaro caído. 
Abrir os pontos das feridas cobertas, a dentadas sabáticas. 
Quis beijar em face, a fruta e a flor. E fazer amor de um jeito escarnecido. Tornar-me um adversário da ambivalência que era a morte.   
Mas tudo isto, é apenas lixo literato. Só indicado aos insanos, fracassados e aos infiéis. 
Desvio o rosto da Lua e o tênis do mijo. Abunda a noite, nascida.
Quando não se pode construir, se destrói e se corrompe a mais fina trompa. Sem conflitos. Friccionados em todos os nossos vícios.
Sem acenos no portão. Apenas um cobertor de êxtase e ânimo etílico. 
"Deus."

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Poema de Espera de Fritas e Um Hambúrguer no Mister Xis (Tommy Wine & Beer)



A esperança é um mosquito
Que vai injetar cafeína, carboidrato
Fluido de vagina em você.

A solidão é uma música
Enlouquecedora que lhe transtorna
A ponto de você arrancar todos os pelos
Do seu nariz com os dedos.

O tédio é uma partida de tênis
Entre dois tetraplégicos a passar
Na tv da sua alma.

A fome são todos os seus neurônios
De pau duro a demandar munição.

O sexo é uma droga que vicia na
Primeira dose; e lhe coloca em abstinência
30 minutos depois.

O segredo é amar uma única só mulher
Com a mesma devoção e lealdade
Com que se ama um clube de futebol.



quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O Vencedor (Tommy Wine & Beer)


Às vezes penso
que todo o tempo livre
que você não flerta e paquera
é um horror
comparado à morte.

A morte
é o horror constante e absoluto
com sua perspectiva cruel
de não mais existir,
não foder, 
não amar
e não comer mais bergamotas
ao sol.

Sim! O 
tempo em que
você não xs sonda
especula ou
pechincha
parece perdido,
mandado à merda!


Exceto s
e você tem um AMOR
aí as coisas mudam de figura!
Daí você enlouquece os ponteiros do relógio
Flutua numa estrada de arco-íris
guiando um Maverick
com as cordas vocais de John Fogerty
E os bolsos cheios de marshmallow's!

Pode viver sem a sordidez
da maldita caça aos rabos
Pois você quebrou a banca da vida
É o maior sacana de sorte!
E com certeza
em seu peito há uma medalha
nem tão invisível assim
de vencedor.