Enquanto eu te beijo
O beija-flor beija a flor
Tranqüilo e sem desejo
Ah, beija-flor, eu te invejo
Tu vens quando quer
Ela sempre te espera
Mas minha flor não tem raízes
Tem lindas pernas
Mas oh, de que adianta?
Se está sempre com pressa...
Entre pútridas putas
Portadoras de beleza profana
Estamos nós
Presos à correnteza da cama
Os mesmos nós
Que nos levam à franqueza
São aqueles da fraqueza
Que acabrunha a nossa vontade
Corramos inúteis!
Antes que seja tarde
E a pedra despenque
Do branco de rosas fúteis
Exaladoras de odor anestésico
Desta vez sem segredo
Da miséria do inevitável, fujo
Mecânico e com medo
Atiro-me ao antro do amor sujo
Fiz um buraco na transparência da minh’alma
Deixei que saísse aquele vácuo coagulado
Mas na audiência com meus monstros
Cheguei dez minutos atrasado
Veredito: culpado
Não perdi a calma e acatei a pena
Prendo para sempre os monstros em minha
alma
E nunca mais vou deixá-los fazer cena
3 comentários:
Tapes só cria poeteiro!...
massa!!!
massa!!!
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