PARTE 1
- Tem um cara bêbado se gabando de ter dado uma
surra num tal de Wayne Moss
ali na esquina. - disse Billy, meu ajudante mal remunerado.
- Tá e daí (mascando um palito de dentes), o que eu
tenho com isso? - respondi, voltando para a minha leitura habitual (Hustler
Magazine[1]).
- Filho da puta! Por que diabos não me disse antes?
- e levantei minha bunda obesa da poltrona de couro me dirigindo tropegamente
até a porta.
Quando cheguei à esquina, ou melhor, no bar da
esquina, lá estava o homem que me devia cinquenta mangos.
Cinquenta mangos e um jab acima do umbigo (que volta a doer nos dias de chuva).
- Chinaski, seu polaco filho de uma cadela! -
esbravejei tão alto que a minha barriga quase despencou toda por cima do cinto.
E prossegui:
- Onde estão meus cinquenta mangos?
Nisso Chinaski me olhou com um olhar severo, como
se eu tivesse profanado o que ele devia considerar a única santidade verídica
em sua vida imunda.
Depois subitamente seu semblante mudou e depois de
um gole audaz entre gargalhadas me disse o seguinte:
Hahaha...
- Ora, ora, se não é o velho Tomy Ledo! Aonde você
andava velho miserável?
E estendeu o seu braço sobre o meu ombro, como
fazem os velhos ursos.
Confesso que suei frio, e naquele momento
reconsideraria absolutamente a já quase esquecida dívida. Instintivamente
levei a mão ao baço.
Ele prosseguiu:
- Meu velho (ele devia ter aproximadamente a minha
mesma idade), a dívida que o "Dr. detetivezinho" de araque menciona
não existe.
- O serviço porco que encomendei "ao
doutor" (e arrastou aquela "boca de sandália" para falar isso),
nem sequer foi feito (despejando milhares de gotículas asquerosas na minha
cara).
- Hmm... (murmurei em voz alta). E conjecturei com
os meus botões.
Realmente eu não havia feito, com o aluguel
chegando lembrei só dos cinquenta mangos.
Merda! Tinha ficado muito tempo com os hippies.
- Pode deixar Chinaski, vou achar a vagabunda! -
finalmente lembrara.
Antes de me levantar e sair daquele pulgueiro
etílico lamentável. Henri praticamente "me obrigou" a lhe pagar uma
cerveja.
E eu só conseguia pensar:
"Em que buraco se enfiou Andrea Thomas?"
[1] Revista de mulher pelada, até
onde vai ignorância do editor, de propriedade de Larry Flint.
[2] Tomy Ledo personagem de Sannio
Carta criado no clássico conto “O Realejo do Macaco Cego Amante das Borboletas
Suicidas”, um detetive bêbado nos moldes de Nick Belane (de Buk. Em Pulp).
[3] Henry Chinaski alterego do Charles
Bukowski.
3 comentários:
1.Talvez se vc chamasse Hank de alemão ele lhe enfiasse um soco na pança também man. Acho que ele se considerava estadunidense mesmo.
2.Uma referência que tu não me falou por telefone é a do EL CHAVO DEL OCHO, saca man?
3.O TERROR REVERENCIAL QUE CHINASKI PRODUZ EM LEDO É DESCRITO DE UMA FORMA GENIAL, TALVEZ SEJA O PONTO MAIS BALA DA PRIMEIRA PARTE DA HISTÓRIA PARA MIM!
4 Pelo aspecto do mistério do caso, duvido mesmo o mais miserável leitor preguiçoso de internet tenha ousado para a leitura ali e ido bater punheta navegando no pornotube ou acessando sua conta na rede social glande book pra descolar um rabo.
Tommy
Eu li todo!
larguei o pornotube de mão e li até o final,
mais um imponente texto que não exige comentarios...
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