"Quando partires e em teus olhos duas moedas de prata os selarem, saberás enfim que adentrarás na morada dos deuses."
Bonito, né? Não, não é. Foi apenas uma baboseira que eu acabei de inventar e escrevi aqui com o intento de chamar-lhes a atenção. Chamar a atenção não deveria ser nunca da vontade do escritor. Com exceção dos poetas e ilustradores das portas dos banheiros de bar, que dão um charme artístico e noir aos minutos que acolhem o meu mijo e em casos esporádicos, alguma eventual cagada.
São todos estes, filhos teus que não fogem a luta e chamam de puta, toda profissional ou não, que privatiza a própria virilha, dentre outras partes, a alcatra, a maminha ou o coxão duro, por exemplo.
Leio com um silêncio perturbador aos novos pseudos poetas e os seus relatos hedonistas. E o tanto que apreciam a sensação de prazer que o baseado os proporciona, ou as linhas horizontais de seu pó, cheias de bicarbonato e farinha. Leio também os relatos rabuscados das crônicas luxuriosas destes tolos. E todas estas palavras soltas, hermeticamente alinhadas, com um português tão arcaico e ultrapassado que já nem é mais uma língua antiga. Chega a ser uma língua matusalênica. A um pé da profunda cova de alto estima destes machadistas das papilas gustativas mortas. Sim, porque não sentem o ridículo. Não saberiam ser ridículos, desprezados pela sociedade, ou invisíveis. Ao contrário, querem destacar-se pelas aventuras fantásticas dos seus sentimentos por eles mesmos.
Fico triste, com isso. Mandassem então um vídeo para o Big Brother, se querem ter seus dotes expostos. Tais dotes, que fingem não se importarem, mas frequentemente socam-se em academias, ou são bulímicos, anoréxicos, ou vivem trocando a cor e o corte dos próprios cabelos.
Pior que estes, apenas os conselheiros, os moralistas de ocasião que querem fazer do leitor um filho. Indicando sempre que podem, algum escritor que mudou a sua vida. Caras, foram às suas vidas que eles mudaram (tentaram, os coitados), ninguém ou quase ninguém está interessado no relato burguês da porra da sua vida.
Lambem o saco do Bukowski, mas são incapazes de se relacionar com uma prostituta longe do cabaret e das suas luzes vermelhas. Cagam-se de medo dos mal encarados do barzinho da moda que frequentam. Não sabem serem sequer miseráveis, ou toscos, rudes, quem dera: Profundos.
Irônico que Bukowsk tenha se tornado um dos escritores preferidos entre os universitários. Logo ele, que abandonou a faculdade e sendo assim, não se formou.
Dignos de pena. Tais escritores que julgam-se seguidores de Bukowisk.
Rá! Que piada.
Vergonhosos, todos eles. Mas pelos motivos errados.
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