Com olhos vermelhos enciumados
Com ares de tosco e de ardil
Nasceu um cabra abestado
Dizem que da puta que pariu!
Severino sete léguas
Severino sete histórias
Ainda moço se entrega
A vadiagem de calçolas
Não quis trabalho Severino
Nem serviço
Nenhum lhe serviu
Era dado as raparigas
E ao fumaçe
Da beira do rio
Gostava Severino
dos vinis da capital
Das longas pernas de Tereza
De masturbar-se no quintal
Tereza era rosa
Em pleno espinheiro
Tereza era flor
À sombra do salgueiro
Tereza era filha de quenga
Com um velho marceneiro
E moravam esses
A o lado do capiau
Logo viu a mãe:
"Esse vagabundo quer lhe fazer mal!"
Sem maldade em seu jovem coração
Ouvia Tereza às bagaceirices do matuto no portão!
Depois de uns meses
Tereza embarrigada
Severino o mesmo
Encachaçado na calçada
O velho marceneiro
Que era corno
Mas tinha honra
"Rugiu" bem alto:
"Vou furar esse filho da onça!"
E jovem Tereza
com três meses de barriga, disse:
"Meu pai, lhe arranque as lombrigas!!"
Sangrou Severino
Em noite de lua cheia
Caiu sorrindo
vendo as tripas na areia
Olhou para Tereza
Que lhe virou seu belo rosto
Sentiu então na alma
Um puta dum desgosto!
"Eu morro agora
deitado aqui no frio
Pobre Tereza!
Seu amor me fez vazio!
E não pense que
o que senti era verdade!
De "ocê"
só entre as coxas
só entre as coxas
Vou sentir "sardade!"
Morreu assim
o capiau orgulhoso
Levou com ele um fumo fino
e um outro grosso
Foi acertar com o "cão"
quem era o mais manhoso
Pra de "úrtimo gorpe"
passar a perna no tinhoso!!!
Um comentário:
Subestimada a coitada.
Feito dos peitos gozada.
Carta
Postar um comentário