Pego uma cerveja no Trailer
de minha mãe ...
Lançando as pernas por aí.
Ipanema ainda é o lugar.
O meu lugar.
Cumprimento uma quantidade
Infindável de tipos vulgares:
Bêbados, vagabundos bêbados e
Alguns maconheiros bacanas e
Uma maioria formada de trouxas.
Com suas belas ruas com bares entediantes
Onde suas pobres putas decrépitas labutam.
Ipanema respira tédio,
Inspira tédio.
Alguns amigos engraçados
Ainda vivem aqui.
Poucos.
Aparentemente a nova geração é incrivelmente
Mais limitada e acrítica
Do que a minha.
O Basquetebol já não é mais
Uma religião pagã..
E os ideais alternativos,
Que já não conseguíamos defender e viver,
Parecem mortos e soterrados
Pela torrente de lixo midiático.
As garotinhas com suas tetas cada vez maiores,
entretanto cada vez mais vazias e bobas:
“Ah Dylan? Nem mesmo o Mckay!”
“Bruce Springsteen? Na melhor das hipóteses Springfiedl! “
“Wait´s? Lou Reed? Fante? Bukowski?”
"Qual é cara?, Qual é desse cabeçudismo nada a ver?"
Dentre outras maravilhas do progresso temos:
Grandes torres de celular ...
Um grande Super-Mercado ...
Boates de divertimento medíocre...
E a fúria imobiliária arrasta tudo,
Mata atlântica, casas antigas ...
O Guaíba ainda exala sua velha fedentina
Como se fosse um penico fumegante cheio de merda
Os pássaros AGORA voam quase que desapercebidamente por aqui,
semi-invisíveis, nos dias maquinais de Ipanema
Mas eles ainda estão lá
Basta olhar e verificar
Sua arte num céu ainda azul e misterioso.
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