sexta-feira, 29 de março de 2013

"Cidade Grande II - A Conclusão Imprevisível" (Sannio Carta)




Interditaram o meu zíper! Cá estou eu, assentado sobre a latrina. Vociferando maldições a todo o prevencionismo constitucional moderno. 
Embora minha saída de emergência esteja momentaneamente aberta. 
Sou um "bar original", uma música dos Beatles que não risca mais na vitrola. Antigo e ultrapassado, este sou eu! Como alguns bares da Cidade Baixa não ofereço segurança. 
Não estou a especular tragédias, nem pretendo vir a me aproveitar das mesmas, estou falando de mim, e talvez por isso, eu venha a achar esse monólogo interessante. Estou a falar sobre o apartamento da minha mãe, sobre o exército de moradores de rua, sobre a miséria humana e a minha. E sobre a minha roupa nova, como se importasse.
Meros devaneios, ensaios sobre o nada, chega! Em um dado momento esperamos um basta. Maturidade, senhoras e senhores, esta é a minha nova droga. A minha nova "onda". Espero que saboreem o seu sulco, seu gozo fruitivo, e engravidem de seu mistério, quem me dera um dia desvendá-lo.
Definitivo e irrevogável: FIM!

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