“A casa abandonada/As luzes
estreladas/O palco mais belo...” (Pública)
Cidade de Tapes, 2003.
Planeta Terra.
"Bem Vindo ao Inferno - Limpe Os Pés Antes De
Entrar". Era (e ainda é), o que estava (está) escrito ao lado da entrada
do "mocó".
"Ao lado da entrada", por que o mocó, não
tem porta. Mas o mocó tem uma janela.
Um buraco quadrado em uma de suas quatro paredes.
Talvez, "os únicos quadrados", representados naquele insano covil de
"caretas" e blasfemadores.
Aliás, foi nesta mesma cidade e ano que eu vim a me
tornar "o InSannio".
Apelido carinhoso (?), dado por uma universitária
bêbada, que eu gentilmente ignorei, para que um dileto amigo, pudesse fazer a
corte, sem interrupções do meu indescritível e quiçá irresistível, charme
auto-destrutivo.
O mocó era um lugar muito bem frequentado no
início.
Antes das invasões dos mendigos e de outros
vagabundos, bem menos letrados e conceituados, dentre a pretensa burguesia
interiorana.
A nova geração da nata artística da cidade já havia
pisado ao menos uma vez no mocó.
Em meio a teias de aranhas e barulho de ratos nos
telhados.
Me parece que é sempre oferecida uma receita
literária aos que buscam sonhos de revolução e liberdade.
Mas viver os mesmos, quem ousaria?
Nós ousamos!
Rebeldes de causas questionáveis, punks, beats,
novos hippies.
Santos e demônios, sagrados e pervertidos.
Éramos deuses das carteiras de trabalho
inexistentes.
Quebrado a mítica utópica, voltamos a ser sementes.
Tristes e inocentes de um amanhã que nunca chegará.
Um comentário:
Jus't love!...
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