quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Indigência Intelectual (Tomy Wine&Beer)



Dias atrás caminhava eu num lugar um tanto ermo e soturno quando tardiamente miro um vulto, que de súbito, de mim aproximou-se e apontando-me uma garrucha bradou as seguintes palavras de ordem:
“Perdeu, perdeu preibói ... entrega a carteira! ”
Ouvindo o comando cogente fiquei estupefato! Imaginem só um sujeito querendo assaltar-me! Desapossar-me das riquezas que não disponho! Logo eu um dos maiores pés-rapados da república! Se ao menos pudesse levar minha saúde de leão. Seria por acaso um assaltante com graduação na ULBRA?! Primeiramente, incrédulo como debutante marido corneado tive vontade de espezinhá-lo! Segundos depois, tomado de fúria vulcânica queria vê-lo sofrendo os mais cruéis suplícios imaginados: Esquartejamento, ouvir um disco do FRESNO ou assistir o ALTAS-HORAS ao vivo! Por certo tratava-se de um completo idiota, um parvo, um mentecapto, um, um ... escritor de livro de alto-ajuda ... um ...um leitor da revista Caras! Perdoem o desabafo privilegiados leitores do L.O.U.C.A mas aquilo foi uma demasia.
Um MAL-FEITOR desse gabarito por certo não galgará autos postos em sua profissão. Não chegará a assaltante de banco, e muito menos deputado federal pelo DEM da Bahia.
O fato é que o paspalho charlatão insistia no propósito de possuir minha carteira com um desejo invencível, e ameaçava disparar o berro me encomendando ao senhor.
Realizei seu intento, dei-lhe o objeto de seu fetiche: Uma carteira sem nem um puto furado! Sem talões de cheque, sem cartões de crédito, nem sequer preservativos haviam ali! A única coisa de um relativo valor no interior da carteira era o fone de uma gordinha funkeira da Restinga que eu conheci na saída de uma das casas noturnas do Complexo Cultural da Marechal Floriano.
O embusteiro meliante se foi e olhei para os céus agradecendo por não ter perdido minha fazenda, pedindo a Deus que protegesse os deputados gaúchos Záchia, Padilha, João Luís Vargas, fiéis depositários do nosso dinheiro!
Depois fiquei melancólico ao pensar no pobre patife que levou minha carteira. Que grande banana era aquele assaltante vigarista de araque! Talvez sirva de lição o ocorrido, e ele conclua que não possui vocação alguma para praticar delitos! Espero que tenha algum discernimento em não se converter em evangélico, o que por certo seria uma capitis diminutio ( ou numa língua morta “diminuição de capacidade”, sim morta, uma vez que na maior nação do mundo que a tem como língua oficial nem mesmo o seu chefe de Estado sabe falar), mas o que quero dizer é que o sujeito metamorfosearia-se de predador para presa (carneirinho).
A pior pobreza é mesmo a de espírito.


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Um comentário:

Sannio Carta disse...

Altas-horas a o vivo!!!...Pra quê tanta crueldade?!!Pena de morte fere - a dignidade humana!!...Tô passado!!!...