domingo, 26 de abril de 2009

Cabeças de Rádio (por Tommy WineBeer)


O rádio sempre me fascinou! Muito mais que Tv ou computador. Aliás nos primórdios dos tempos de minha existência não tinhamos Tv lá em casa, e nem despertador. Então a mãe usava o rádio (que não tinha despertador) como um instrumento de controle das horas, principalmente pra gente não perder a hora da escola. Era o programa do Sérgio Zambiasi a minha primeira lembrança radiofônica. Com toda aquela desgraçeira dos infernos! Parricídios, prostituição infantil, incesto, crimes passionais etc.
Lembro também do meu falecido avô “John ViÉga” e sua perna mecânica e o seu rádio a pilhas sempre colado ao ouvido. Uma das marcantes lembranças que ainda habitam meu tosco cérebro relativas ao querido vovô que agora mora num popular condomínio no bairro Belém Novo.
Hoje em dia em nem tenho um rádio em seu modelo clássico. Somente um singelo aparelinho de MP3, que carinhosamente chamo de “radinho”. E numa viagem de ônibus pro trabalho ou na caminhada do terminal do Mercado Público até o Centro Administrativo curto a programação do FM com absoluta atenção e encantamento. Fiz uma seleção de estações onde constam: Gaúcha, Cidade, Ipanema, Continental, Band-News, Guaíba-fm, Liberdade, Fm-Cultura e uma estação evangélica que não sei o nome. Inclusive outro dia me vi envolvido numa crise crônica de espirros e não um troco pra remédios então ouvi os sermões do pastor. Ele conjurava demônios, mangava do tinhoso e no seu triunfo retórico intimava os ouvintes a expulsar as chagas de seu corpo e de sua alma. Dormi ouvindo aquilo. Todos sabem que sou um grande filho-da-puta que não acredita em porra nenhuma, muito menos nessas achacadoras Igrejas Evangélica$. O fato é que acordei curado. O sangue de Jesus tem poder.
Às vezes é difícil achar alguma coisa boa no rádio é verdade, mas essa semana tive dois momentos catárticos de sublime êxtase auditivo. Sintonizei a simpática Continental e fiquei deveras tocado ao ouvir “Sultan of Swing”, e trata-se de uma canção longa, com solos de guitarra bem compridos e eu ali esperando a aveludada gravação do locutor pronunciar o breguíssimo “CONTINENTAL”. Rá, que massa! Por fim, o melhor, sintonizo a Cidade, no não menos cafonérrimo programa Love Songs, de Arlindo Sassi, e ouço o que, adivinhem? Bob Dylan! Lay lady Lay! E quando a faixa termina o comentário de Arlindo é a seguinte pérola: ”um clássico de Bob Dylan, agora mais um clássico: Roupa Nova...”. E o pior é que era a música-tema de abertura da novela “A Viagem”. Aquela do Adonay e do Dr. Otávio Jordão. Chapei!

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