segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"O DYLANESCO ASPECTO DA CIDADE BAIXA" (Sannio)


Dedicado ao "velho buk" e a outros velhos poetas geniais. Tão sóbrios em suas próprias bebedeiras.



Apareço na Cidade Baixa
e desapareço com a mesma freqüência
(não que alguém note).


Estou entre os escombros de vicitudes
das balzaquianas mal comidas.


Sou o bêbado deitado na calçada imunda;
e o dono do bar a lavar o seu vômito.


Sou o transpirar de um fora saído do forno.
Das coxas. Do rabo frio, que já fora quente.


Sou o vendedor de amendoins,
vendendo Viagra popular,
pra quem cheirou demais.


Sou o banheiro com a tranca quebrada.
A lua na madrugada. A ressaca na sacada.
O beijo na mulher casada.
O rock de protesto.
A menstruação (que eu detesto).


Sou o pudico e o reto.
O pau e o cu do mundo.
Eu sou um santo e um vagabundo.

Sou a Cidade Baixa,
por mais baixa que ela possa parecer.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ficou bacaninha! Extendida então a dedicatória ao pros velhos Charli Abu e Tommy Wine Beer.

Agentes da L.O.U.C.A disse...

Massa o texto velho!
agora Eu não tenho nada contra a menstruação. Digo mais: pra mim ela nunca é um obstáculo ou impecilho.
O foda são os "psiquismos" femininos que a acompanham! Isso é foda.
Ass: Tommy Wine Beer.

Cilibrina disse...

ê-lê-lê! um salve a cidade baixa, por mais baixa que possa ser!!

M. disse...

Coitadas das balzaquianas... por que 'cê não aproveita que tá à tôa e faz uma delas feliz? rs

O essencial é invisivel disse...

Qto mais baixa, mais atraente!