sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ensaio sobre a Vaidade - Sannio Carta



Não foi o jogar de seus cabelos ao lado que chamou a minha atenção. Nem as diminutas ancas de seu quadril esquálido.
Foram os seus olhos límpidos e cheios de vida. No seu livre descompromisso em não encantar a todos.
"Que pequena!"
Onde estavas tu quando eu me masturbava ontem à noite?
O que foi feito dos meus dias a perambular por entre as malocas, os chinaredos e as "casas de estudante"?
Ah!... Agora percebo a pouca falta que me faz "a cidade".
Sim, porque preferi a calmaria do interior querido, receptivo como buceta nova depilada, a cidade grande, com suas robustas potrancas do centro da cidade.
Mas confesso que não estou apaixonado. Não como esperariam que eu estivesse (o dono da bomboniere ou o meu ego talvez).
Não!! É apenas desejo fosco. Que se apaga rápido como a ereção do meu avô.
Rápida também foi a nossa conversa. Eu e a musa. Meu pau e a minha cueca.
No egoísmo do meu desejo insólito. Esqueci de perguntar o seu nome. De disfarçar meus traquejos. E de pagar a conta do bar.

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