sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Melancolia (Sannio Carta)



Não estivesse a alma em sublime transcendência ascendente.
Em elevação contínua e desabrochar constante.
Murcharia em essência, em morna existência.
Em dormência e deixaria de existir.
Suspiraria indolente.
Morreria superficialmente.
E silenciosamente tombaria.
E o corpo, coitado.
Feito do leito amargo.
Pária entre lençóis.
Uno, duplo, em tríade.
Eunuco.
Virgem.
Assombrado pela própria culpa.
Inocente do próprio karma.
Carnal e sanguíneo.
Muscular e energético.
Dialético estafante:
Ser.
Fantasma de fronte a caveira.
Esqueleto sentimental.
Cinza, pó e fé desperdiçada.


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