quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ohm Sweet Ohm


Por Renato "HELL" Albasini

Há o ranço natural das pessoas contra a música eletrônica. Já sinto uma enxurrada de xingamentos, mas e daí?! Quem não tem uma pedra, dá tempo de ir buscar. Fico esperando. Ah, enquanto isso...
Temos aqui pra ressaltar um dos grupos mais importantes da música pop universal. Grupo que surgiu no final dos 60 como um grupo de musica progressivo, mas com a intenção de criar uma sonoridade mais intrínseca, mais contida, com intensidade sonora influenciada pela ficção científica e pela conquista de novos horizontes, de novos mundos a serem descobertos; o homem pisando na Lua e tudo o que isso poderia causar na criatividade humana. Usar isso de uma maneira com um humor cáustico e corrosivo contra o abstrato mundo calcado pelo flower&power que morria dentro do sistema. Perdia-se a tão propagada inocência que vinha das Américas para o resto do mundo. Na Europa surgiam pequenos movimentos que iam contra a mesmice e corriam idéias. Na Alemanha o seu avanço cultural facilitou o surgimento do Kraftwerk.
Kraftwerk, que em alemão significa usina de energia é o grupo que inventou um estilo de música techno enfatizada por sintetizadores e que criou as bases da música eletrônica atual. Os seus fundadores são Florian Schneider e Ralf Hütter no início dos anos 70, eles tinham formação clássica e ambos estudaram engenharia de som, contaram com o apoio e acompanhamento de outros músicos, quando apresentavam-se ao vivo principalmente. Com o passar do tempo, o grupo assumiu a idéia de ser um grupo eletrônico, com a obsessiva idéia dos seus líderes, a robótica, proliferava suas linhas de linguagem. A formação que mais teve peso para o grande público foi entre os 1975 e 1987 que incluía os tecladistas e percussionistas Wolfgang Flür e Karl Bartos .
O Kraftwerk introduziu além dessa postura musical, técnicas mostrando um cenário multimídia, e visual que causavam furor em horas de apresentação sem manifestar nenhum movimento “humano”. Eles desenvolveram também equipamentos para estúdio, que se tornaram elementos comuns na música moderna. A banda é considerada pelos críticos como uma das mais influentes tanto quanto The Beatles na sua participação da música pop do século XX e continua sua saga nesse próximo século.
Eles baseiam suas letras com temas que lidam com a vida urbana e a tecnologia européia pós-guerra, cicatrizes do povo alemão, sempre servem como alerta para os erros dos humanos – vide o fundo do palco onde frases são repassadas como alertas de uma usina em contagem regressiva, pronta para explodir. Um dos discos ( seriam uma dezena, no mínimo ) mais interessantes e criativos é Radioactivity de 1975. Onde foram usadas chapas fotoeletrônicas para fazer sons, teclados, sintetizadores, experiências com radioamador, código Morse e uma centena de ruídos. É um marco pela técnica e experimentalismo com consciência e estudo. Tão profundo e virtuoso quanto qualquer megagrupo de rock do anos 70. Nos anos 80/90 eles influenciaram e foram sampleados por grupos de RAP, hiphop, funk, Miami base( ou funk carioca), rock, e afins mostrando sua grande importância. Em março eles vêm ao Brasil abrindo shows do Radiohead, quem puder não tenha medo, os astronautas não são deuses. Aperte os botões e acione seu chip para receber as informações.

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