sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

PROTOPUNK

Por Renato "Hell" Albasini

O que lembra você quando falamos nos anos 60?! No final dos 60 então?! Paz, harmonia, conturbação social, flowerpower, hippies...Mas não era só disso que as pessoas viviam. Elas buscavam algo mais. Deixar de lado essa coisa de tudo bem, tudo me paz. Havia inconformidade com essa pasmaceira que a geração estava engrenando e a acabando com o movimento.
Surgia nos porões e garagens das pequenas, médias e grandes cidades pessoas que viam a oportunidade de chutar o pau da barraca onde os hippies estavam. Entre tantos destaques, temos aqui uma turbina ensurdecedora: MC5. A banda foi formada em Detroit cidade chamada de “Motor City” ( por isso o nome MC5) por causa das grandes fábricas de automóveis. Iniciaram suas atividades no ano de 1964, idealizado por Wayne Kramer (guitarra) e Fred "Sonic" Smith (guitarra) que arregimentaram os outros membros Rob Tyner (vocais), Pat Burrows (baixo) e Bob Gaspar (bateria), eles começaram a tocar em festas de escolas e viraram uma febre entre os estudantes locais. O agito dos tempos os fizeram experimentar novos sons, passando a usar a distorção nas guitarras como linha melódica ( assim como Jimi Hendrix, porém de maneira mais tosca e crua ), mais ruidoso, quase levado ao extremo, um som bem mais agressivo. No ano de 1966 entram no grupo Michael Davis (baixo) e Dennis Thompson (bateria). Esta formação proporcionou ao quinteto uma série de shows de destaque no cenário de Detroit abrangendo uma leva enorme de fãs. No ano seguinte eles conseguem gravar um single I Can Only Give You Everything. O maior trunfo e pontapé nos países baixos da moralidade americana aconteceu com seu primeiro álbum, Kick Out the Jams, gravado ao vivo no Grande Ballroom (1968). Um disco ao vivo como sendo o primeiro já causava estranheza, um fato raro, imagina ainda com a linha de criação dos MC5, com suas letras recheadas de idéias revolucionárias e muitos palavrões, eles conseguiram além do gosto do público mais alternativo, dar de cara com a censura. A polícia era “convidada” freqüente nos shows e os componentes do grupo ficavam sempre bem “hospedados” nas delegacias. Para ver o impacto das letras e postura do grupo apenas ouça a faixa título do disco que abria assim: “Kick Out The Jams, Mother Fuckers!” (Vamos detonar, filhos de uma puta!). A gravadora tentou mudar a frase para “Kick Out The Jams, Brothers and Sisters” (Vamos detonar, irmãos e irmãs!) para futuras gravações, hoje em dia pode se conseguir a versão original nos The Best of espalhados por aí. O grupo não acertou comercialmente, mas continuava seu legado no mundo underground. Encerraram suas performances no final de 1972. Ressurgiram com a onda revival do final dos 90 e com o saudosismo comercial dos anos 2000 a 2005 com uma série de compilações reeditadas. Mesmo com todo o arsenal sonoro que se dispuseram em desenvolver, como influenciadores da música punk, powerpop, guitar bands, alternatives, segundo relato de Wayne Kramer, ele sempre preferiu free jazz. Isso sim é ser punk!

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