terça-feira, 3 de novembro de 2009

O DIA EM QUE O SILVA QUEIMOU A ROSCA (Por Tommy Wine & Beer)


Pescoço e Silva formavam uma grande dupla. Uma vez quando o Júnior, filho do Silva, se perdeu na loucura do pó foi o Pescoço que acionou todos os seus conhecidos vagabundos pra achar o moleque. E o Silva, por sua vez, já tinha apoiado o Pescoço resolvendo uns problemas que ele teve com fodas mal dadas.
E sempre que tinha jogo no Beira-rio eles iam juntos. E era uma diversão do caramba! Bebiam antes e depois do jogo e batiam um papo quase sempre tranquilo.
_ “Cara a Mari tá estranha, meio fria na cama!”
_ “Isso passa velho...”
_ “Bah e aquela xoxotinha continua tão apertadinha!”
_ “Isso vai passar ...”
Depois do jogo era a mesma coisa: mais papo e mais trago em algum bar da Cidade Baixa.
_ “O Tyson deve tá fodendo pra caramba... tá sem fôlego!”
_ “ Hehehe... e a velha governadora hehehe ... maior cara de mal comida!”
_ “Hedionda aquela história do puff...”
_ “Escroto mesmo.”
Uma hora depois já estavam ambos de porre. Então chegava o momento do grande desfecho do passeio: mandar bala em alguma vagabunda num apartamento que o Silva tinha ali perto na Lima e Silva.
_ “Cara a Betty foi pra Magistério esse feriado, alguma ideia”?
_ “E a ninfetinha tua estagiária?”
_ “Tá apaixonada por um negão estagiário lá do escritório, essa já era. Mas deixa comigo que vou buscar alguma coisa lá pela Farrapos! Segura aí...depois te ligo, vou direto pro Matadouro!”
E esse era o ritual inafastável destas tardes de domingo depois do jogo no Beira-rio: O Silva ia primeiro e depois dava um toque pro Pescoço arrematar a presa num apartamento que eles chamavam de “Matadouro”.
Só que desta vez o Silva estrapolou no trago e foi possuído por uma estranha ideia. Deixou as garotas de lado, foi até o matadouro e vestiu um estranho traje composto de espartilho, cinta-liga, sapatos vermelhos de salto, máscara da tiazinha e uma peruca.
Silva deu uma última golada grande na garrafa de uísque e ligou pro pescoço e apagou as luzes. Então o pescoço se despediu do resto dos bêbados do bar, só não avistou o Sannio (que nesse momento lia um triste poema pra uma das garçonetes no banheiro do estabelecimento) e se foi.
Pescoço caminhava com dificuldade. Seu corpo já estava cansado, porém sua alma não continha a euforia de ter uma boa foda. Ainda cumprimentou Tommy e Hell que amaldiçoavam as mulheres e as editoras sentados numa sarjeta bebendo um Garibaldi.
Então Pescoço colocou sua cópia da chave na porta do prédio, descolocou-se até o quarto 08 e mandou ver sua sua pica naquilo que encontrara no quarto.
Segunda pela manhã Silva chegou no trabalho com uma ressaca da porra. E pensando “nunca mais vou beber, nunca mais mesmo!” Ligou seu computador, entrou em sua conta do orkut e havia um recado lá do Pescoço: “ Rapaz no próximo jogo quero repetir aquela “janta”! E aquilo doeu mais forte na alma do Silva do que os 15 cms que tomara no rabo.

4 comentários:

Sannio Carta disse...

O Silva nunca me enganou!...
Ps:A garçonete não quis me dar!...
Ps2:Me contaram que ele e o Pescoço não saím do Olímpico!...

Agentes da L.O.U.C.A disse...

arã tu sacou a insinuação gay dos torcedores colorados heeheh ...

Sannio Carta disse...

Claro meu chapa!...
Muito bom esse texto!
Queria ter escrito ele!...Boa professor!!! :D

M. disse...

Se o Silva é seu amigo, eu não gostaria de ter amigos como vc.

Chorei de rir com esse conto.