terça-feira, 22 de dezembro de 2009

SONHO (Sannio C)


E vi sentada em minha frente. Uma mulher que eu já conhecia. Estava diferente! Tinha ares de mulher madura. Embora seus anos de maturidade fossem poucos!

Nas laterais de seus olhos, descobri pequenas rugas a se formarem. Traços belos e novos, naquele rosto tão bonito! Na metade de seu nariz, descansava um óculos branco.

Enquanto a admirava suas mãos passeavam sobre as páginas de um caderno. Depois as páginas de um livro.

Segui fielmente aquele balé encantado. Vendo suas frágeis mãos deslizarem por inúmeras páginas maculadas de tinta preta.

Vi a mim também. E estava com um cabelo tão grisalho...Cinza! Uma cabeça cinzenta! Não pude deixar de reparar que agora a já não tão jovem moça, tinha um olhar distante e severo! E seu olhar me enchia de culpa. E de certa forma também me absolvia.

Deixo aos filósofos a interpretação da minha visão dualística!...

Disse-me em meio às trivialidades que falamos só por falar...Que o marido a esperava. E fitou o chão por um instante. E naquela fração de segundo. A vi criança e idosa. Deusa e prostituta!

Se despediu com um sorriso breve. Sem antes me beijar a face. E me despir a máscara! "Só nem ao menos Deus por perto!(...)" E ao partir, lhe procurei as costas com os olhos! E percebi novas celulites a lhe rondarem as coxas.
Era linda, ainda! PI!PI!PI!PI!PI! Abro os olhos...Que merda!

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