quarta-feira, 10 de março de 2010

O QUIXOTESCO, por Renato HELL Albasini


O tempo é uma puta. Que nem toda a mulher desejaria ser e nem se ofenderia se a fosse.
O tempo chegou socando o espelho trazendo as caretas da idade. E não por menos deixou às suas cicatrizes no menos imortal que necessário personagem, Arni. Outrora um cavalheiro quixotesco sonhador. Que abusava há dez anos atrás de calcinhas, bebedeiras e outras coisas a mais ou de menos que não ficaria bem ao atual momento da sua vida. Isso não é um dossiê. É apenas uma lembrança que somos um clichê da Criação. Do ser humano; de ser humano.
Arni se tornou pai. Se formou. Advoga. E divaga. Sobre tudo e nada. Sobre nada mas com tudo que possa incluir nesse branco instante. Antes apaixonado por todos os olhos femininos que compusessem a sinfonia de bravatas inconsistentes; hoje respira nos poros da amada que completa-o em crises e ovações.
Ele continua sua dantesca jornada diária com a batalha de encarar o mundo. O vê como a Hidra com sua sete cabeças e parte com seu alazão na sua direção gritando aos deuses proteção para vencer mais um obstáculo. Arni não sucumbe ao tempo e nem se ajoelha aos percalços.
Lembra-se de quando ficava nos cordões da Cidade Baixa bebendo vinho barato ou quando servia copos e copos de plástico com a cerveja que esquentava, ao mesmo tempo, ele falava com todos os adjetivos sobre o narcisismo até a crise econômica mundial projetando o fim do mundo não em 2012, mas assim que chegar em casa. Arni, um entre tantos, entre todos, um pouco de cada um e único.
O Quixotesco ainda respira comedido nos travesseiros da comodidade dos anos. Ao lado do tempo que o domestica, mas não o detêm. Veja as próximas linhas. Nos próximos textos que ele erguerá sua lança, seu pilo, e socará nas entranhas das frases e arrombará as portas do puritanismo cético da idiotice que nos comove. Arni, nomeado como Cavaleiro da Ordem dos Lunáticos Observando Urubus Comendo Alface. Erga o nosso império.

Um comentário:

Agentes da L.O.U.C.A disse...

Ficou muito bom o texto! Um documento ficcional que bolina a verossimilhança com maestria!

E Que tempo era aquele! Que batalhas etílicas!

E a frase “O mundo iria acabar quando chegasse em casa!” sintetiza aquele tempo.

Erguerei o nosso império ANARCOTIZADO Sr. Subcomandante Hell!

cOM minha verve exaurida! Com Minha coluna avariada!

Meu CETRO será uma garrafa de Polar...

meu escudo um disco de Bob Dylan ...

E as minhas sandices a munição...

Adelante Cavaleiros da Ordem dos Lunáticos Observando Urubus Comendo Alface!!

Ass>: Dom Arni Tommy Wine Beer.