sábado, 19 de junho de 2010

UNO (SANNIO)


Verte-ia a noite inteira.

Esticaria infantilmente as pontas dos meus dedos, na essência perpendicular dos seus medos.

Na nudez da sua alma.

Na excelência do teu corpo.

Na malícia dos seus lábios. Que me fitam, sem terem olhos.Que encaram minha boca,sem terem íris.Sem terem pálpebras.

Sem terem noção do mal que me causam.

Do poço que abrem no meu peito.

Tocaria teu corpo.Como se meu fosse.

Como pudesse possuir,o que apenas venero.

Como pudesse consolar,o que me torna humano.

O que primitiva minha racionalidade.

No deslizar dos meus dedos,pelas suas costas.

Contaria um a um,os diminutos pêlos do teu corpo a arrepiarem.

Os gemidos a te calarem.

E minhas lágrimas ao despertar.

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