sábado, 15 de agosto de 2009

"O Palhaço Triste" (por Sannio)


Destituido da minha terra.

Errante como um nômade alcólatra.

Um lobo da estepe,

longe dos "qualquéres".

E próximo da herança filosófica dos suicídas!

Um poeta "poeteiro",

e um sincero cafajeste!

Ai de mim!...

Náufrago sem um porto seguro!

Longe das águas quentes das lágrimas cínicas.

E da terra fria de um quintal de moça!

O picadeiro agora brilha sem mim!

Me escondo nos bastidores entre trapezistas e domadores!

Curo minhas feridas na promessa de uma nova ressurreição!

Minha alma sente morrer,

como flor primaveril esquecida a o sol!

Seca,muda e indefesa!

Troco as vestes que já não me servem mais!

Cubro o rosto com uma nova maquiagem!

Subo a o picadeiro entre risos e aplausos!

- Olha mãe o palhaço está triste!(...)

E quando às luzes sumirem e todos se forem.

Deixo meus olhos molharem o rosto pintado!

E durmo com sonhos de dias melhores.

"O show deve continuar!"