sexta-feira, 13 de julho de 2012

"Ajeitos da Boca" (Sannio Carta)

 

 

 

Parte 1 - "O Ladrão Da Lagoa Que Cospe Fogo"

Trilha sonora de fundo: Trouble” (Coldplay)



Houvera o destino ajuntado estes jovens senhores.

Ou talvez, obra do acaso, obra da espontaneidade cósmica.

Encontrariam-se, ou conheceriam-se, topariam-se, alinhariam-se, na linha do destino e da vida. Em suas mãos calejadas pela torpe solidão boêmia, melancólica e pervertida.

Unidos, não no mesmo espaço físico, mas unidos por afinidades poéticas, filosóficas e até mesmo pelo mesmo tipo de mulher.

E sua breve história, foi mais ou menos assim:

Vivia em Itapuã, “o barbudo que jogava basquete".

Além de um longo nick name. O barbudo que jogava basquete, tinha um sonho. Uma fantasia fantástica, espetacular como Peter Parker.

Sonhava "o barbudo", em unir a nata "intelectualcólica" de Porto Alegre em um super grupo "nerdiano". Pretensos sufocadores de bibliotecárias reprimidas sexualmente.

No início, eram eles:


“Pica", péssimo apelido, ótimos desenhos.

“Garoto Ruivo", péssimo apelido, péssima abordagem em festas de final de ano, da empresa.

“Infierno", apelido cool, texto clássico, pero caliente.

“Sannto", péssimo nome, péssimos hábitos e senso de moralidade.

E finalmente, "o barbudo que jogava basquete": Mentor, bi-ativo nos textos e pai biológico dos "Ajeitos Da Boca".

Parte 2 - “O Asco do Sexo Oral”

Levianamente, os anos foram consumindo a todos.

E o desejo pelos escritos os abandonando.

Com isso a esperança dos leitores do folhetim intérnico foi broxando.

Murchando lentamente nas mãos preguiçosas de seus escritores.

E o blog, "Ajeitos Da Boca" conheceu os seus dias de trevas.

Digladiariam, uns com os outros.

Em um balé ridículo, de culpa e acusação.

Culparam finalmente, a garota do "barbudo que jogava basquete".

Chamaram-na de Yoko.

Incentivaram-na a lançar um disco, com os rascunhos manchados de seu amante (o barbudo que jogava basquete).

E ela lançou.

O enorme fracasso, que seguiu ao lançamento estremeceu a já tão delicada relação "dos ajeitos".

E o rompimento tornou-se inevitável.

“Pica", começou a desenhar quadrinhos eróticos, para pagar as contas.

Infelizmente, os anos de contato com a tinta nanquim o fez contrair câncer.

Disfarça astutamente, os efeitos da quimioterapia com algumas centenas de toucas.

Já tentou o suicídio oito vezes.

“Garoto Ruivo", casou-se com uma colega de classe da faculdade.

E vivem aparentemente felizes, com os gêmeos.

Hoje em dia, a esposa é a sua patroa.

Também na empresa, onde trabalha.

“Infierno", escreve para um jornal de elevada ascensão do estado...

Do estado do Acre!

Nunca mais foi visto.

“Sannto", escreveu um livro "sanntiista” (um conceito inovador, "metapraxiano” (vide "Oh, Rebuceteio!").

E veio a tornar-se um escritor conceituado e muitas vezes imitado (e limitado).

Casou-se com uma ninfeta (um escândalo para época).

Não fez mais nada, desde então.

“O barbudo que jogava basquete", tornou-se "doutor advogado".

E processou a todos os outros "ajeitos".

Um comentário:

Anônimo disse...

os títulos dos capítulos são uma obra à parte! Algo tipicamente insannista!