terça-feira, 17 de março de 2009

Sertanejo Sertão (Sannio Carta)


Com olhos vermelhos enciumados

Com ares de tosco e de ardil

Nasceu um cabra abestado

Dizem que da puta que pariu!



Severino sete léguas

Severino sete histórias

Ainda moço se entrega

A vadiagem de calçolas



Não quis trabalho Severino

Nem serviço

Nenhum lhe serviu

Era dado as raparigas

E ao fumaçe

Da beira do rio


Gostava Severino

dos vinis da capital 

Das longas pernas de Tereza

De masturbar-se no quintal



Tereza era rosa

Em pleno espinheiro

Tereza era flor

À sombra do salgueiro

Tereza era filha de quenga

Com um velho marceneiro




E moravam esses

A o lado do capiau

Logo viu a mãe:

"Esse vagabundo quer lhe fazer mal!"




Sem maldade em seu jovem coração

Ouvia Tereza às bagaceirices do matuto no portão!




Depois de uns meses

Tereza embarrigada

Severino o mesmo

Encachaçado na calçada




O velho marceneiro

Que era corno

Mas tinha honra

"Rugiu" bem alto:

"Vou furar esse filho da onça!"




E jovem Tereza

com três meses de barriga, disse:

"Meu pai, lhe arranque as lombrigas!!"




Sangrou Severino

Em noite de lua cheia

Caiu sorrindo

vendo as tripas na areia




Olhou para Tereza

Que lhe virou seu belo rosto

Sentiu então na alma

Um puta dum desgosto!




"Eu morro agora

deitado aqui no frio

Pobre Tereza!

Seu amor me fez vazio!

E não pense que

o que senti era verdade!

De "ocê"
só entre as coxas

Vou sentir "sardade!"




Morreu assim

o capiau orgulhoso

Levou com ele um fumo fino

e um outro grosso




Foi acertar com o "cão"

quem era o mais manhoso

Pra de "úrtimo gorpe"

passar a perna no tinhoso!!!



Um comentário:

Anônimo disse...

Subestimada a coitada.
Feito dos peitos gozada.

Carta